Como visitar as 12 Aldeias Históricas de Portugal? Como fazer o planeamento de visitas, onde ficar alojado, o que visitar e o que comer? Como muitos saberão, nos últimos dois anos, passei muito tempo em todas estas aldeias, participando nas suas festas e na sua programação. Este ano, apesar de ainda não existirem eventos, haverá sempre muitos motivos para visitar estas lindas aldeias na Beira Interior, no centro de Portugal. Deixo-vos vários programas de fim de semana e um outro, de uma semana inteira, para visitarem as Aldeias Históricas de Portugal.
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Como escolher a primeira Aldeia Histórica para visitar, e depois como visitar as outras? Fiz um programa de sete dias para que possa visitar as 12 Aldeias, mas… claro que poderá acrescentar mais dias ou, então, dividir esta viagem em duas, ou mais vezes, e visitar algumas aldeias agora e as restantes mais tarde.
COMO IR
Não há transportes públicos a ligar as Aldeias Históricas e a maior parte das pessoas faz de carro, mota ou de bicicleta pela Grande Rota (GR22), percurso que tem 600 quilómetros, no total, ligando as 12 Aldeias Históricas.
ONDE FICAR? ONDE COMER?
Clicando no nome de cada Aldeia Histórica vai ter acesso ao guia/roteiro, que fiz em 2018 e 2019, de cada uma delas e sugestões de onde dormir e onde comer.
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ROTEIROS PARA FIM DE SEMANA (3 dias, 2 noites) NAS ALDEIAS HISTÓRICAS
Se puder partir logo na sexta-feira de tarde, e chegar à noite numa das Aldeias Históricas, poderá aproveitar já o o jantar no destino e o sábado inteiro, assim como grande parte de domingo – antes de regressar a casa.
4 SUGESTÕES DE ROTEIROS DE FIM DE SEMANA, NAS ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL
Roteiro 1- Piódão e Linhares da Beira
Roteiro 2 – Marialva, Trancoso, Castelo Rodrigo, Almeida e Castelo Mendo
Roteiro 3 – Monsanto, Idanha-a-Velha, Castelo Novo
Roteiro 4 – Sortelha e Belmonte
GUIA / ROTEIRO PARA AS ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL EM SETE DIAS / UMA SEMANA
Programa para 7 dias:
Dia 1 – Piódão
Dia 2 – Linhares da Beira – (Folgosinho) – (Celorico da Beira) – Trancoso
Dia 3 – Marialva – Aldeia do Juízo – (Longroiva, Mêda) – Castelo Rodrigo – (Figueira de Castelo Rodrigo) – Almeida
Dia 4 – Almeida – (Pinhel) – Castelo Mendo
Dia 5 – Belmonte – (Sabugal) – Sortelha – (Penamacor)
Dia 6 – Monsanto – (Idanha-a-Nova) – Idanha-a-Velha
Dia 7 – (Alpedrinha) – Castelo Novo – (Serra da Gardunha) – (Fundão)
POR ONDE COMEÇAR?
Dia 1 – Piódão
Eu diria para começar por Piódão. Talvez porque é a aldeia que mais se distingue das restantes. De casinhas de xisto, e portas azuis, estrategicamente colocada no meio de um vale, a pequena aldeia é tão pitoresca que até a apelidam de “aldeia-presépio”. Em poucas horas fará a visita à aldeia, é certo, mas há muito mais para usufruir com calma. Poderá lá ficar alojado, na Casa da Padaria, e se estiver calor pode ir até à piscina fluvial ou, ali ao lado, ir visitar Foz d’Égua, que também tem uma bonita praia fluvial. No frio, o melhor é aproveitar os petiscos dos bares e restaurantes locais. Experimente a chanfana e a tigelada.
Dia 2 – Linhares da Beira – (Folgosinho) – (Celorico da Beira) – Trancoso
No dia seguinte poderá passar para Linhares da Beira. Se decidir jantar no restaurante Cova da Loba, e quiser ficar por lá a pernoitar poderá fazê-lo. Com sorte, terá as condições ideais para fazer parapente, sendo Linhares da Beira muito conhecida pelos praticantes daquela modalidade e apelidada de Capital do Parapente, por ter boas condições para o voo livre. Saiba mais.
Existem vários percursos pedestres entre as 12 Aldeias Históricas de Portugal e, em Linhares da Beira, existem dois que poderá fazer: o Trilho das Ladeiras (poderá ser feito em menos de uma hora) e o Trilho da Calçada Romana, que durará cerca de 1h25 minutos.
Aqui perto, de Linhares, poderá também fazer uma paragem em Folgosinho, subir até ao castelo e experimentar as iguarias do restaurante Albertino. Diz-se que Viriato terá nascido aqui… será só uma lenda?
Se desejar, pode passar a noite em Linhares da Beira, como sugeri, ou então avança ainda no mesmo dia para Trancoso. E se há dia em que deve visitar Trancoso é na sua feira semanal, à sexta-feira, pela manhã. Não há dia mais animado que este e poderá até levar comida de lá, para o seu almoço, piquenique, etc.
Ante de chegar a Trancoso poderá também fazer uma visita ao castelo de Celorico da Beira e comprar um queijo da Serra da Estrela ou visitar o Solar dos Queijos.
E, de manhã cedo, arranca já em direção de Marialva. Há a possibilidade de ficar nas Casas do Coro que ficam na aldeia mas, em 2019, vivi um mês na Aldeia do Juízo, ficando alojada nas Casas do Juízo. E foi a partir deste alojamento, servindo como base, que visitei várias Aldeias Históricas, que ficam ali mais perto: comecei por Marialva, Trancoso, Almeida, Castelo Rodrigo e Castelo Mendo. Mas todas elas têm alojamentos próprios e poderão mudar, se desejarem.
Se ficar nas Casas do Juízo, além da obrigatória visita à Aldeia do Juízo (que não é Aldeia Histórica), aproveite também para visitar Cidadelhe, ou como Saramago lhe chamou: o calcanhar do mundo e… vá apreciar o pôr do sol numa aldeia abandonada que se chama… Aldeia.
Dia 3 – Marialva – Aldeia do Juízo – (Longroiva, Mêda) – Castelo Rodrigo – (Figueira de Castelo Rodrigo) – Almeida
Marialva visita-se rapidamente e tem aqui, no Viaje Comigo, o guia para seguir tudo, mas sugiro a passagem no posto de turismo (junto do castelo), para que haja a possibilidade de ver as igrejas por dentro, uma vez que estarão encerradas.
Pelo caminho, poderá parar em Longroiva (tem as Termas) e subir à Torre do Relógio da Mêda. Chegando ao topo, a vista é muito bonita. Rodeada de casario, ergue-se num monte de pedras de granito, com vista para toda a cidade, a Torre do Relógio, a 760 metros de altura. Para chegar ao topo tem de subir algumas dezenas de degraus, que iniciam junto de uma fonte ainda em funcionamento – pode deixar o automóvel aqui estacionado. Leia mais, aqui.
Ainda no mesmo dia poderá ir até Castelo Rodrigo – onde poderá ficar alojado – e não deixar de ir ao restaurante em Figueira de Castelo Rodrigo ou experimentar vinhos na Adega Cooperativa– e ao final do dia (se for de verão consegue aproveitar o pôr do sol) em Almeida. Mas, guarde algum tempo mais para Almeida, porque há muito para ver… e pode fazer passeios de charrete e visitar museus, etc.
Dia 4 – Almeida – (Pinhel) – Castelo Mendo
Poderá visitar mais algum museu em Almeida e, pela manhã, poderá dar um salto a Pinhel que, não sendo Aldeia Histórica, merece uma visita, especialmente pela sua ronda e deve subir ao Castelo, para apreciar a vista.
E poderá visitar no mesmo dia Castelo Mendo. Passear pelas Aldeias Históricas é sempre bom mas eu tive o privilégio de ser guiada em todas elas… daí que podem pegar nos meus roteiros (clicando no nome de cada aldeia) e seguir as dicas que lá estão, para conseguirem observar alguns pormenores que vos podiam escapar, à primeira vista.
De seguida partimos para Belmonte onde vamos já dormir e jantar. Se ainda tiver tempo aproveite para visitar um dos muitos museus de Belmonte, recheados de História.
Dia 5 – Belmonte – (Sabugal) – Sortelha – (Penamacor)
Além do Castelo, Belmonte tem uma riquíssima carga histórica, especialmente ligada à comunidade judaica, que ainda tem aqui alguns residentes. Se é fã de museus tem muito por onde se “perder”; se só quiser passear pelo centro, e seguir este guia, poderá fazê-lo em menos tempo, claro.
Sortelha é das mais primorosamente bem recuperadas Aldeias Históricas: o único “problema” é que não vive lá ninguém. Nem o senhor do Café vive dentro das muralhas. A população mudou-se para os arrabaldes e o centro da muralha está completamente vazio, apenas visitado por turistas. E isso, digamos, dá-lhe algum encanto. Suba ao castelo para aproveitar a vista, que é simplesmente fenomenal. E aprecie aquele silêncio, apenas cortado pelos ventos que se poderão sentir no topo da muralha.
Aqui perto poderá também visitar o Castelo de Sabugal que tem particularidades únicas e também uma vista especial, a partir do topo da torre. Se tiver tempo, na ida para Monsanto poderá parar em Penamacor e visitar o seu castelo. Onde vai ficar a dormir?
Dia 6 – Monsanto – (Idanha-a-Nova) – Idanha-a-Velha
Este ano, fiquei alojada nas Casas de Alpedrinha, no concelho do Fundão, que servirão também como alojamento-base para quem quer visitar as Aldeias Históricas de Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo.
Se poderá num só dia visitar Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo? Pode, mas isso implica não parar tanto pelo caminho, pelas estradas pitorescas, para fotografar os rebanhos das ovelhas, não descansar e aproveitar uma boa refeição regional… andar um pouco a correr. Por isso, comecei por fazer um programa de seis dias e depois acrescentei mais um dia nesta visita. Se tiver menos dias para passear poderá, claro, adaptar à sua disponibilidade.
Neste dia começaria por Monsanto e poderia almoçar por lá. Ou então, passar por Idanha-a-Nova para experimentar o ótimo restaurante Helana, que serve a comida regional. Tudo tão bom!…
Depois explore a Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha e, se quiser, vá até às margens da albufeira de Idanha-a-Nova, onde se realiza o Boom Festival. Desfrute da viagem por Vale de Prazeres, que é de facto uma estrada muito bonita de se fazer.
Aproveite para descansar nas Casas de Alpedrinha – que tem uma grande piscina a funcionar no verão – e experimentar também o restaurante Papo d’Anjo, que tem um ementa muito completa, com pratos da cozinha regional e outros com sabores mais internacionais.
Dia 7 – (Alpedrinha) – Castelo Novo – (Serra da Gardunha) – (Fundão)
Aproveite para relaxar neste último dia. Visitar não significa andar sempre a correr! Poderá, depois do pequeno-almoço, nas Casas de Alpedrinha, fazer um passeio a pé (são uns 10 minutos de caminhada) à vila de Alpedrinha. E, se ficar mais tempo, não deixe de fazer um dos percursos pedestres nas Rota da Serra da Gardunha.
Depois de almoço no restaurante Papo d’Anjo, poderá a voltar às Casas de Alpedrinha ou avançar com a visita em Castelo Novo. A última Aldeia Histórica que também merece uma passagem calma e atenta. Se for no pico do verão tem uma praia fluvial mesmo antes da subida para o centro. Água fresquinha para o calor que se faz sentir na Beira Interior.
Pare o carro e vá subindo as ruelas de Castelo Novo: apesar de o castelo estar em ruínas – a 650 metros de altitude – entrar no que resta das muralhas é como fazer uma viagem ao passado. “As rochas toscas fazem parte da construção e, num dos lados, estreitam a passagem, junto de uma porta, que servia para fazer com que os atacantes ficassem ali presos. Saindo por essa porta, vai estar de frente para uma casa privada e canteiros floridos. Ninguém diria que, atravessando aquela porta se recua até à época medieval. As casas de portas coloridas são muito bonitas e há o correr de água – nas caleiras – que vêm das nascentes e hidratam os campos em redor”. Leia mais.