Quinta da Côrte - Valença do Douro - Portugal © Viaje Comigo Susana Ribeiro na Quinta da Côrte - Valença do Douro - Portugal © Viaje Comigo
Publicado em Junho 25, 2020

Visitar a região do Douro Vinhateiro, Portugal

Norte/ Notícias/ Portugal [ Douro/ Enoturismo ]

A minha relação com a região do Douro é de amor… um amor profundo! Numa outra vida certamente deixei coisas por viver por aqui, porque, sempre que entro no Alto Douro Vinhateiro, sinto-me mais completa e sinto que preciso de ficar, cada vez mais tempo. Olho para o que chamo de “geometria indescritível”… os montes, uns atrás dos outros, só recortados pelo rio Douro e seus afluentes, com os desenhos dos muretes e dos socalcos dos vinhedos.
É como olhar para um quadro, uma imagem suspensa, com mil palavras que lhe cabem… É lindo de morrer o Douro Vinhateiro e há sempre algo novo para visitar, para provar, para nos deslumbrar. Todos os anos o visito e todos os anos fico com a vontade de lá voltar rapidamente. Quem sabe, um dia, mudo-me para lá!

Vale do Douro visto Quinta da Côrte - Valença do Douro - Portugal © Viaje Comigo

Vale do Douro visto Quinta da Côrte – Valença do Douro – Portugal © Viaje Comigo

Onde ficar alojado? Tem aqui abaixo algumas sugestões de locais onde já fiquei alojada no Douro Vinhateiro. E também de quintas onde já fiz várias provas e que voltaria lá outras vezes, por isso, aconselho.

– Está à procura de outros alojamentos para a sua viagem? Pesquise aqui

Buscar hotel

Destino
Data de entrada
Data de saida

Classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, desde 2001, o Alto Douro Vinhateiro tem a mais antiga DOC do mundo: sendo a região vinícola demarcada mais antiga do mundo, decretada pelo Marquês de Pombal, no ano de 1756. Nesse ano, foi criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, que viria a delimitar a produção de vinho, tornando-a a primeira região demarcada do mundo. E, para a demarcação, foram colocados 335 marcos de granito nos terrenos.

Quinta das Carvalhas - DR

Quinta das Carvalhas – DR

A riqueza vínica do Douro Vinhateiro não vem só das condições climatéricas e dos solos xistosos e graníticos. Foi o trabalho árduo do Homem, que moldou os montes em socalcos e permitiu que a produção crescesse, sem perder a qualidade. Antigamente, o processo era ainda mais trabalhoso e demorado: as uvas saíam das vinhas, diretamente para cestos, que iam para as adegas para serem pisadas. Depois, o líquido ia para os tonéis que navegavam, normalmente em barcos rabelos, até à cidade do Porto. Melhor dizendo, até à cidade de Vila Nova de Gaia, onde ainda permanecem todas as caves de vinhos do Porto e Douro, podendo ser visitadas e fazendo provas.

Visitar esta região duriense é subir a miradouros e ficar deslumbrado com a vista; fazer trilhos; conhecer a cultura e provas de vinhos; passeios de comboio; e fazer uma imersão na gastronomia regional.

Restaurante Cozinha da Clara - Quinta de La Rosa, Pinhão, Douro, Portugal © Viaje Comigo

Vista do Restaurante Cozinha da Clara – Quinta de La Rosa, Pinhão, Douro, Portugal © Viaje Comigo

Quinta do Pôpa, Douro © Viaje Comigo

Quinta do Pôpa, Douro © Viaje Comigo

O QUE VISITAR?

É verdade que, as visitas e provas nas quintas produtoras de vinho são o programa de quase todos os que visitam a região, mas há mais para conhecer. Como o Alto Douro Vinhateiro está distribuído por 13 municípios são muitas as sugestões, por isso, selecionamos algumas. As vilas e aldeias do Alto Douro Vinhateiro são repletas de tradições e História para descobrir, começando pelo património – as capelas e as igrejas, as casas senhoriais oitocentistas e as quintas – e conhecendo as tradições locais.

Azulejos na Estação do Pinhão © Viaje Comigo

Azulejos na Estação do Pinhão © Viaje Comigo

– Apesar de a cidade de Peso da Régua ter tido um crescimento urbanístico exagerado e pouco regulado – deixando-a pouco pitoresca – ainda assim aconselhamos que passe por lá, até porque algumas quintas de vinhos estão aqui perto situadas. Também é aqui que está o Museu do Douro e alguns bons restaurantes que ocuparam uma lateral da estação de comboios.

– Na estação de comboios de Peso da Régua, algumas das antigas instalações foram transformadas em restaurantes que servem a gastronomia regional. Experimente!

– Na Régua: se estiver bom tempo, aproveite para desfrutar das esplanadas viradas para o rio Douro.

– O Museu do Douro está situado na cidade de Peso da Régua. Pode ser visitado todos os dias, das 10h00 às 18h00.

– Vá visitar a Estação do Pinhão, com os seus azulejos tradicionais que mostram a vida das gentes e cenas das vindimas. Além dos barcos rabelos, era desta estação que saíam muitos litros de vinho do Porto e Douro, nas carruagens dos comboios.

Carregação de Vinho no Pinhão © Viaje Comigo

Carregação de Vinho no Pinhão © Viaje Comigo

Painéis de azulejos na estação de comboios do Pinhão - Douro - Portugal © Viaje Comigo

Painéis de azulejos na estação de comboios do Pinhão – Douro – Portugal © Viaje Comigo

Comboio Histórico do Douro, no Pinhão @ Viaje Comigo

Comboio Histórico do Douro, no Pinhão @ Viaje Comigo

– As quintas de alojamento, das grandes produtoras de vinhos, sabem bem receber e têm restaurantes que servem a boa gastronomia regional. Além disso, servem sempre os seus vinhos, o que é uma ótima oportunidade de experimentar as harmonizações propostas. – Pode fazer passeios de barco no rio Douro.

– No Pinhão, além do comércio tradicional pode ir até à esplanada do hotel Vintage House ou conhecer a Quinta da Roêda, na margem direita do rio.

– Se atravessar a ponte do Pinhão tem a Quinta das Carvalhas e, ali mesmo, está a loja onde, além de comprar, pode provar os néctares da vetusta Real Companhia Velha.

– São João da Pesqueira: visite a bonita aldeia de Trevões, com inúmeras capelas e ermidas.

– Em Foz Côa pode conhecer o muito interessante Parque Arqueológico – com as milenares pinturas rupestres – e o Museu do Côa.

COMO IR PARA O DOURO VINHATEIRO

Pode ir de carro, autocarro, mas uma das viagens mais bonitas é a que é feita de comboio na linha do Douro. Pode, aliás, ir de comboio até à Régua e depois, da mesma forma, ir até ao pitoresco Pinhão (mas existem poucos comboios para lá, o que poderá limitar). Para outra zona, da região demarcada, o melhor é mesmo ir de carro ou autocarro, e organizar as suas visitas da melhor forma. De carro terá mais liberdade para se movimentar. Também poderá contratar empresas que fazem os tours na região e preparam todo um programa, consoante os seus pedidos.

Vista do Miradouro de Casal de Loivos - Alijo - Douro © Viaje Comigo

Vista do Miradouro de Casal de Loivos – Alijo – Douro © Viaje Comigo

Se está à procura de alojamento, a escolha nunca vai ser fácil, porque dentro desta região têm vindo a surgir inúmeras quintas que se abriram ao Enoturismo. Algumas mais modernas, outras mais tradicionais, mas todas com a missão de proporcionarem as melhores experiências no Alto Douro Vinhateiro. Dizem os locais que nesta terra “são nove meses de inverno e três de inferno”. No verão, quando o calor começa a apertar as temperaturas passam facilmente os 40 graus e, por isso, uma piscina é sempre boa para refrescar e poderá ser motivo de escolher um alojamento em detrimento de outro…

Comboio Histórico do Douro, no Pinhão @ Viaje Comigo

Comboio Histórico do Douro, no Pinhão @ Viaje Comigo

Comboio Histórico do Douro

Comboio Histórico do Douro ©Viaje Comigo

E qual a melhor altura para visitar o Alto Douro Vinhateiro? Eu diria todo o ano, porque todas as épocas têm o seu encanto, mas sem dúvida que o florir da primavera e a altura até ao final das vindimas são as mais bonitas. Tudo tem mais cor e também, com os trabalhadores nos vinhedos, as terras ganham mais vida.

Conhecer a História do Douro Vinhateiro e saber como são feitos os vinhos do Porto e Douro, pressupõe uma vista à vila do Pinhão. Apesar de não ser a mais bela das localidades é aqui que está uma das mais bonitas estações de comboios do mundo. Com uma série de painéis, a estação do Pinhão conta, nos 24 conjuntos de azulejos, a tradição das vindimas, passo a passo, e até do transporte dos vinhos até às caves em Vila Nova de Gaia – que foi feita de barcos e depois de comboio.

Painéis de azulejos na estação de comboios do Pinhão - Douro - Portugal © Viaje Comigo

Painéis de azulejos na estação de comboios do Pinhão – Douro – Portugal © Viaje Comigo

Comboio Histórico do Douro, no Pinhão @ Viaje Comigo

Comboio Histórico do Douro, no Pinhão @ Viaje Comigo

É aqui que se encaixa a dureza do que é fazer vinho – ou trabalhar a erra, em geral – nestas terras. É preciso falar-se do trabalho que o vinho dá e da paixão que é preciso ter-se para continuar a produzi-lo. Mesmo com calor, com pragas, com o ganho a descer e os gastos a subirem – conhecem a história do Cachão da Valeira? Esta é uma terra de valentes, de gente resiliente, esforçada e muito trabalhadora. Talvez por isso eu gosto tanto de aqui estar.

Jardins da Quinta da Pacheca © Viaje Comigo

Jardins da Quinta da Pacheca © Viaje Comigo

Vinhas da Quinta da Pacheca © Viaje Comigo

Vinhas da Quinta da Pacheca © Viaje Comigo

Que quintas visitei? Algumas delas têm, além das provas e visitas às adegas, alojamento e restaurante incluídos, mas se não quiserem ficar, podem ir só fazer uma prova de vinhos, aproveitar um dia lá, um piquenique, etc. Há muitas hipóteses: desde as que têm adegas modernas às outras que mantêm as adegas históricas – outros mantêm ambas, conjugando o passado e o presente da tradição de fazer vinhos nesta região.

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo - Douro - Portugal © Viaje Comigo

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo – Douro – Portugal © Viaje Comigo

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo - Douro - Portugal © Viaje Comigo

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo – Douro – Portugal © Viaje Comigo

Aqui ficam algumas ideias de locais para fazerem provas de vinhos:

Quinta do Pôpa
Quinta do Seixo
Quinta da Roêda
Quinta da Côrte
Quinta da Pacheca
Quinta do Portal
Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo
Quinta do Vallado
Quinta de la Rosa
Quinta das Carvalhas

Quinta da Côrte - Valença do Douro - Portugal © Viaje Comigo

Piscina na Quinta da Côrte – Valença do Douro – Portugal © Viaje Comigo

Quinta da Côrte - Valença do Douro - Portugal © Viaje Comigo

Por entre as vinhas da Quinta da Côrte – Valença do Douro – Portugal © Viaje Comigo

Quintas, hotéis ou casas de turismo rural, do Douro Vinhateiro, onde já fiquei alojada e sugiro:

Quinta da Côrte
Quinta do Portal
Six Senses Douro Valley
Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo
Vintage House Hotel
Hotel Rural Quinta do Vallado
Quinta de la Rosa
Quinta da Pacheca
Quinta Padres Santos
Casa de Gouvães

Ja fiz diversos passeios de barco no rio Douro, com partida do Pinhão e não só. Uma das experiências foi com a Pipadouro, com um barco exclusivo para o meu grupo, durante quase um dia inteiro. Mas é possível fazer passeios mais curtos, de uma hora ou de três horas – os barcos estão parados no cais do Pinhão e existem várias alternativas – navegando no rio Douro e perdendo-nos nesta paisagem… geometricamente trabalhada. Incrível este Douro Vinhateiro!

Rio Douro - Portugal © Viaje Comigo

Rio Douro – Portugal © Viaje Comigo

REGIÃO DEMARCADA DO DOURO

É no Alto Douro, a norte de Portugal, que está a Região Demarcada do Douro e que se divide em três zonas, que ocupam 250 mil hectares, dos quais têm 45 mil hectares de vinhas: Baixo-Corgo, Cima-Corgo e Douro Superior.

Região Demarcada do Douro

Região Demarcada do Douro – DR

– Baixo-Corgo

Fica a Oeste, ocupando a margem direita do Rio Douro, desde Barqueiros até ao Rio Corgo (Peso da Régua) e a margem esquerda, desde a freguesia de Barrô até ao Rio Temi-Lobos, próximo de Armamar. Curiosidade: é a menor geograficamente, mas as vinhas ocupam 51% da região demarcada.

– Cima-Corgo

O Cima-Corgo, que está centrado na vila do Pinhão, ocupa 36% da região Demarcada do Douro. Começa nas fronteiras do Baixo-Corgo e vai até ao meridiano que passa no Cachão da Valeira.
Foi neste Cachão da Valeira que aconteceu um dos episódios mais conhecidos, ligado às grandes famílias vinhateiras. Tal era a rebeldia do rio Douro, na altura, que este era um local onde muito barcos se afundavam, entre os montes escarpados.
Num dos barcos, iam a bordo o inglês Barão de Forrester e a portuguesa Dona Antónia Ferreirinha (uma das poucas mulheres que, naquela altura, se destacou neste meio do vinho). O barco terá ido ao fundo e Barão de Forrester, dizem, por ter muitas moedas nos bolsos, se terá afogado. Já Dona Antónia se salvou devido às grandes saias, que se usavam na altura, e que se serviram de balão… Aconteceu este episódio a 12 de maio de 1861.

– Douro Superior

Vai desde as fronteiras do Cima-Corgo quase até à fronteira espanhola. Apenas ocupa cerca de 13% da Região Demarcada do Douro.

Barco Pipadouro - rio Douro - Portugal © Viaje Comigo

Barco Pipadouro – rio Douro – Portugal © Viaje Comigo

Barco Pipadouro - rio Douro - Portugal © Viaje Comigo

Barco Pipadouro – rio Douro – Portugal © Viaje Comigo

Comentários

Poderá também gostar de

Regressar ao topo