São muitos os motivos para visitar Macedo de Cavaleiros mas três deles destacam-se uma vez que têm selos UNESCO: o Geopark Terras de Cavaleiros, os Caretos de Podence – Património Cultural Imaterial da Humanidade e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça. E foram (principalmente) os dois primeiros que me levaram nesta visita à região e com um programa em que se divide entre o “Sagrado e o Profano”.
Mas, são as gentes desta terra que nos fazem voltar (uma e outra vez!) e descobrir os novos pontos de interesse e que vale uma nova visita! Desde fazer o pão tradicional, a pintar uma máscara dos Caretos, até passeio de barco e pôr do sol no Azibo… e provar todas as iguarias regionais. Não existem muitas terras com tanto para mostrar e provar, como Macedo de Cavaleiros!
Aliás, o Sagrado e o Profano podem estar reflectidos num Património da Humanidade: na Igreja de Nossa Senhora da Purificação, em Podence, aldeia que recebe um dos maiores eventos culturais de Portugal, com o Entrudo Chocalheiro – que, com os Caretos de Podence, estão classificados como Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO.
ALDEIA DE PODENCE
E a aldeia de Podence pode ser o pretexto perfeito para uma nova visita a esta região. Além de um passeio pelas ruas, que transpira História, aproveite para ficar a conhecer as pinturas nas fachadas das casas. Os caretos estão, literalmente em todo o lado. E se quer saber mais sobre a festa dos “diabos à solta”, visite a Casa do Careto. E aproveite para visitar a Igreja de Nossa Senhora da Purificação – nos próximos meses estará encerrada porque está a ser alvo e um projeto de reabilitação.
Mas para entrar no espírito dos Caretos – mesmo que não esteja na época de Carnaval – pode ir até à Quinta do Pomar para fazer uma das atividades ou workshops. Por exemplo, participar num workshop em que pode pintar a sua própria máscara de Careto, por isso poderá aprender mais coisas com a Sofia, que está à frente deste espaço muito artístico. Ou inscrever-se numa das outras atividades deste espaço – que também é alojamento – e proporciona mais experiências no território, com passeios pedestres e rotas das aldeias, apanha da castanha, piqueniques, ou ser pastor por uma manhã!
Para comer, aqui perto, tem um nome incontornável: a Quinta da Moagem e/ou petiscar no Café Entrudo. Ambos têm alojamentos associados, por isso é um dois em um. Almocei a Quinta da Moagem um rodeão grelhado e queijos e enchidos caseiros – maravilhosos, diga-se – como alheira e chouriça. Para a sobremesa, um excelente pudim de castanha.
PASSEIOS GEOLÓGICOS E PÃO À MODA ANTIGA
O Geopark Terras de Cavaleiros foi reconhecido em 2014 pelas Redes Europeia e Global de Geoparks da UNESCO e, em 2015, como Geoparque Mundial da UNESCO. No total, tem referenciados 42 geossítios que testemunham uma história local com mais de 400 milhões de anos.
Atualmente a sede do Geopark é também um pretexto de visita: fica na recuperada antiga estação de comboios e tem várias salas: uma de receção dos visitantes, outra com exposição das rochas que podemos encontrar nestes solos, uma outra com exposições e um pequeno anfiteatro. Aqui, passa a ciclova – que continua a crescer em quilómetros – e é aqui que pode encontrar bicicletas para emprestar aos visitantes!
Conheça no Geopark Terras de Cavaleiros os vários locais que nos mostram os movimentos da Terra em milhões de anos. Uma história que está impressa nas rochas.
Mas a História do local são também (e principalmente!) as suas gentes.
E a Ti Maria Luísa, padeira de Lagoa, é alguém que vale a pena conhecer. Aos 85 anos, ainda se levanta de madrugada, para às 5 da manhã já estar a fazer o pão à moda antiga. Conta-nos as histórias do seu tempo de meninice, onde iam lavar a roupa nas pedras (do Geopark), que agora são admiradas geologicamente.
Também recorda em como as pessoas mais pobres vinham recolher o azeite que ficava à tona, depois de se lavarem os utensílios da extração das azeitonas, naquelas águas.
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Continua a fazer o pão, principalmente quando a procura é muita. Em Agosto, com o regresso dos emigrantes à terra, esgotam os pedidos em poucos minutos. São dezenas de pães que saem do forno, mas já quase todos têm um dono, mesmo antes de se cozerem.
Enquanto isso, conta-nos histórias e canta-nos canções. Tem a quarta classe e sempre viveu em Lagoa, mas a sua memória guarda um tesouro inestimável. A mente é aberta e com a brincadeira vai dizendo umas verdade. Quando nos apresenta o marido acrescenta: “Não tenho o que dizer dele. Mesmo quando me quer fazer o mal, faz-me o bem”. e ri-se muito. Ele também esboça o sorriso, mas mais envergonhado. Vale muito a pena conhecer a Ti Luísa (podem saber mais informações no Posto de Turismo de Macedo de Cavaleiros).
OUTROS LOCAIS A CONHECER EM MACEDO DE CAVALEIROS
De outras visitas a Macedo de Cavaleiros, tem aqui algumas sugestões do que pode visitar. A verdade é que, em pouco anos, Macedo de Cavaleiros renovou os pontos de interesse e há sempre ago novo para ver ou para experienciar!
Real Filatório de Chacim
Saiba em primeiro lugar que a visita ao Real Filatório deverá ser marcada com antecedência – e o melhor será contactar o Posto de Turismo – uma vez que o edifício está fechado e à espera de ser totalmente revitalizado.
Este edifício é um exemplar único da industrialização da Sericicultura (da seda) em Trás-os-Montes. Incrível é que, esta fábrica utilizava uma tecnologia (vinda com ensinamentos de Itália) aperfeiçoada desde o século XIV e aqui introduzida pela família Arnaut. Chamavam-lhe o Moinho da Seda Redondo. Com o declínio da indústria da seda, no século XIX, o Real Filatório deixou de laborar. Agora, está à espera da revitalização para ganhar uma nova vida.
Convento Balsamão
No topo do monte, está o Convento da Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição, com a sua Igreja que merece uma visita, para quem gosta de arquitectura religiosa. Tem termas e irão apostar no futuro em tratamentos a partir das suas águas – tem também alojamento. Toda a história e informação poderá ser encontrada aqui.
PÔR DO SOL NO AZIBO
Antes de descer para um passeio de barco na albufeira do Azibo, suba ao miradouro de Santa Combinha, para ter acesso a uma vista espetacular. É aqui que vai encontrar a loja e atelier de artesanato do Sr. José que faz miniaturas do casario das aldeias e da região. Uma arte que nasceu com ele e que foi aperfeiçoando ao longo da via.
Descemos depois para o cais, onde está um barco solar à nossa espera para um passeio com jantar. O Azibo tem várias praias, que o tempo quente torna mais convidativas – com bar de apoio, espreguiçadeiras, insufláveis na água, “gaivotas” para pedalar e muito mais.
O passeio de barco ao pôr do sol, fiz com a Sun Azibo Cruzeiros (que tem também diversas outras atividades). E é incrível que aqui só haja barcos movidos a energia solar, ecológicos, e que não fazem barulho nenhum! Devia ser assim em todo o lado! O programa incluiu jantar a bordo e ainda fui dar um mergulho na água, antes de me sentar à mesa a degustar estas delícias regionais que podem ver nas fotografias. Foi o final de dia perfeito!
ONDE COMER / O QUE PROVAR
Na região, destacam-se os vinhos da Quinta Valle Pradinhos. Há que experimentar, para perceber a qualidade dos mesmos e com uma exportação cada vez maior, o néctar destas terras também pode ser apreciado em várias partes do mundo.
Queijo Bornes – Queijaria Quinta Vila dos Reis: é impossível não provar estes queijos. Estão representados nas mesas de quase todos os restaurantes da região. E depois de os provar é impossível não os trazer. Pode fazer a sua encomenda diretamente com o produtor!
RESTAURANTES A EXPERIMENTAR EM MACEDO CAVALEIROS
É difícil escolher restaurante em Macedo de Cavaleiros, onde a gastronomia transmontana está muito bem representada. Estes foram os restaurantes pode onde passei nesta última visita e onde a comida estava deliciosa!
– Restaurante Dona Antónia
– Restaurante Alendouro
– Quinta da Moagem, Podence
– Casa e Café do Entrudo, o café onde pode entrar e o Rafael (o dono) sacar da gaita de foles e nos surpreender com a música que nos leva para o Entrudo chocalheiro. Também tem alojamento associado.
ONDE DORMIR EM MACEDO DE CAVALEIROS
Desta vez fiquei instalada no Hotel Muchacho, bem no centro de Macedo de Cavaleiros. É um hotel moderno e com um pequeno-almoço muito bom. Nunca tinha tido alguém num hotel a oferecer-me torradas, acabadas de fazer, todos os dias. “Vai mais uma torradinha?”. Como dizer que não?! Muita atenção ao cliente e isso faz-nos querer voltar.
Solar de Chacim
Um solar de finais do século XIX, que é alojamento (com piscina) e também serve refeições, mas têm de marcar com antecedência. Também permitem a organização de eventos.
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O Viaje Comigo e Susana Ribeiro foram convidados para uma visita a Macedo de Cavaleiros, no âmbito do Projeto “REABILITAÇÃO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO: O SAGRADO E O PROFANO NUM PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE”, uma iniciativa financiada pelo Portugal 2020 – NORTE-04-2114-FEDER-000552.