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Publicado em Maio 4, 2020

Se pudesse voltar ao passado… o exercício da aula 2 do Workshop Online de Escrita para Blogues

Workshop de Escrita

25 – O PASSADO NA BUSCA DOS SONHOS

Certamente já todos tivemos um momento em que sentimos saudade da nossa infância ou da nossa adolescência, um momento em que gostaríamos de voltar atrás no tempo e fazer alguma alteração naquilo que outrora fizemos. Este texto dá-nos a possibilidade de recuar ao nosso passado, pensar em tudo o que aconteceu e através disso, ter a oportunidade de dar um conselho, uma mensagem a nós próprios.

Acredito que nada acontece por acaso, tudo na nossa vida tem uma razão, quer sejam as coisas boas ou menos boas. Todos temos um passado, um presente e um futuro, e acredito que na maioria de nós o passado é o que tem maior peso nas nossas vidas, nas nossas decisões. Se eu tivesse a oportunidade de recuar ao meu passado diria a mim mesma para ser mais positiva e confiar mais na minha intuição. Diria a mim mesma que, com dedicação e empenho consigo alcançar os meus objetivos só tenho de acreditar em mim, para nunca desistir, ser persistente e focar-me naquilo que me faz feliz. Este ano terminei o meu mestrado, foram dois anos intensos e este era um dos meus grandes objetivos e consegui alcançá-lo, com muitos sacrifícios, muito trabalho, muitas provas superadas. A verdade é que se o resultado de todo o nosso esforço for o sucesso então tudo compensou, caso contrário, que também acontece, de certeza conseguimos retirar alguma aprendizagem. Um conselho que acho fundamental na nossa vida é nunca desistirmos dos nossos sonhos, parece um cliché, mas na verdade muitas vezes esquecemo-nos e enquanto crianças o que mais gostamos é sonhar.

Para viver temos de ter a capacidade de nos adaptar-nos e de superarmo-nos, sermos resilientes em tudo na nossa vida. Já vivemos, já ultrapassámos obstáculos e já alcançámos vitórias. Se fossemos, neste momento, crianças já saberíamos o que iria acontecer ao fim de alguns anos na nossa vida, mas a questão é se realmente tivéssemos a oportunidade de recuar alguns anos e pudéssemos aconselhar-nos ou até mesmo alterar alguma coisa teríamos coragem de o fazer?

Autor: Marisa Heliodoro

26 – TU, CRIANÇA: OUVE O TEU CORAÇÃO!

– Tinha tanta vontade de o fazer… Mas não! Não posso!
– Porquê?
– Não foi isso que aprendi! Já viste o que iriam pensar de mim?
– E o teu coração? Terá algo a dizer sobre isso?!

A conversa imaginada entre o meu Eu criança e o meu Eu adulto – mas claramente do mundo real – ilustra fielmente a mensagem que hoje, à distância de vários anos, transmitiria a mim próprio, a viver em plena infância. E acrescento: não estará a nossa existência no mundo a confundir-se com a obediência a regras, umas instituídas e assentes em verdades refutáveis, outras impostas pela subjetividade de pessoas como nós? Penso que sim. É tempo de ser, desde cedo. Ser mais, aparentar menos. Viver mais, resistir menos. Sentir mais, ponderar e controlar menos.

A minha infância teve de tudo. Vivi momentos extraordinários e, por isso, guardo excelentes recordações. Lembro-me perfeitamente de ir para a escola primária a pé (distava cerca de 2 quilómetros), na companhia de vizinhos, e da alegria que tinha em colecionar experiências diferentes a cada dia. Ou das brincadeiras irrepetíveis com os meus irmãos e amigos, em casa, noutras casas, na rua, na floresta… Por isso, repetiria tudo. Apenas acrescentaria: ‘pensa’ com o coração. Hoje, a esta distância temporal para a infância, compreendo que, involuntariamente, acabamos por nos subjugar à sociedade que nos abraça, relegando para segundo plano aquilo que nos é inato: o ser.

O respeito pela individualidade, independentemente do julgamento a que estamos sujeitos, é um dos nossos bens maiores. Sintonizar nessa frequência é atribuir a bússola ao coração e deixar que ele nos guie, que fomente a nossa filáucia – no sentido mais virtuoso do termo -, que nos liberte de formatações, que nos permita viver com autenticidade, paixão e intensidade. O mesmo é dizer, a ti, Eu criança: experimenta, se te seduz; deixa-te levar se o estás a sentir; despe-te de amarras externas e vai em frente; quando chegares a adulto, mais alinhado estarás contigo, com o âmago do teu ser.

Autor: Rui Castro

27 – UMA NOVA HISTÓRIA (OU VIDA), PORQUE NÃO?

Seria bonito e até poético dizer que sendo o meu próprio conselheiro, eu não tentaria mudar o que sou hoje. Que mudar o meu passado para me tornar alguém diferente seria como apagar a minha atual existência. Que eu sou eu, que quero permanecer vivo e fiel a mim mesmo, e se tivesse de mudar algo, que fosse caminhando para o futuro que é ainda incerto.

Mas isso seria fugir à verdade, e que ironia: não era ser eu. Eu certamente não resistiria ao impulso de reescrever vários episódios da minha história. Porque sofrer se pudesse evitá-lo? Porque insistir em amizades duvidosas? Porque esperar tanto tempo para viver e experimentar aquilo que me faz mais feliz? Viajar, por exemplo.

Não seria humano querer viver a melhor versão de mim, e para a alcançar remover do caminho todos os obstáculos que me derrubaram ou que tive de superar até ao dia de hoje? Não seria humano querer atalhar pela vida e aproveitar e viver mais intensamente todos os melhores momentos, os mais felizes, e apenas as vitórias? Não seria humano querer evitar todas as más decisões e evitar sofrer por amor?

Sei que foram as pedras no meu caminho que mais me fizeram crescer, que elas moldaram o ser humano que sou hoje. Mas não seria humano querer caminhar por uma estrada menos acidentada? No fundo, as minhas raízes, continuariam intactas. Eu continuaria filho de quem sou, e os valores que me foram transmitidos, a minha essência, aquilo que me torna único e probo, esses sim, manter-se-iam intocados. E isso bastaria.

Autor: Pedro Domingues

28 – DA INOCÊNCIA À REBELDIA

Quando ouço falar dos tempos de escola, acreditem que faço um grande esforço para recordar esses tempos de uma forma sorridente, alegre e feliz, pois para mim recordar a minha infância e adolescência é como despertar um vulcão adormecido de emoções que oscilam entre a inocência e rebeldia.
Para que compreendam este transbordar de emoções, partilho algumas memórias que marcaram a minha infância e adolescência.

A partir os 3 anos de idade a doença e os constantes internamentos fizeram parte do meu dia-a-dia, sendo conhecida como a menina com dificuldades em ler, aprender e a coleguinha doente com vírus que não tinha muita energia para brincar. Como tudo na vida traz consequências, a dificuldade de criar amizades e fazer parte de jogos, de brincadeiras era algo vivenciado por mim todos os dias.
Recordo-me de desejar ser escolhida para fazer parte de uma brincadeira mas ninguém me escolhia, de ser proibida de ir ao recreio pois não tinha conseguido ler na aula uma palavra…
Imaginam o que sentia naqueles momentos?? A solidão, o sentimento de exclusão eram avassaladores.
Com o passar dos anos, a minha criança que vivia num sentimento de obnóxio (submissão e dependência) despe-se da inocência e tornando-me numa adolescente rebelde, unindo-me a grupos instáveis e de desordem, mas que me faziam sentir segura e que tinha um lugar de pertença, em que não havia exclusão, onde um ia, todos iam, seja para o castigo ou para a diversão.

Após esta viagem “curta” mas para mim é profunda , o único pensamento e emoção que me surge é de um Amor Incondicional por todas as crianças e adolescentes, que tal como eu tiveram que criar as suas “defesas” para se adaptarem e viverem a um mundo desigual.

Autor: Carmen Silva

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