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Publicado em Maio 4, 2020

Se pudesse voltar ao passado… o exercício da aula 2 do Workshop Online de Escrita para Blogues

Workshop de Escrita

15 – VOLTAR AO PASSADO? O EU DO FUTURO DIZ “NÃO, OBRIGADA!”

“Ai se eu soubesse o que sei hoje” ou “Se eu pudesse voltar atrás, fazia muitas coisas
diferentes na minha vida”. Quem nunca disse estas duas frases? A ideia se pudermos voltar
ao passado e mudarmos as nossas ações ou, na melhor das hipóteses, a possibilidade de
darmos conselhos a nós próprios sobre as nossas escolhas, alertando para as repercussões futuras, pode parecer tentadora. É-nos quase inata esta curiosidade de querermos saber o que nos vai acontecer. É-nos quase impossível não projetarmos na nossa cabeça diferentes caminhos e possibilidades num momento em que achamos que algo não nos corre bem.

“E se eu tivesse feito diferente?” Como seria a minha vida agora se eu tivesse tido a possibilidade de entrar numa espécie de conto de Charles Dickens e ter um “fantasma” do futuro que me mostrou cada possibilidade, cada consequência das minhas decisões? Acredito que poderia ser melhor em alguns aspetos. Tenho, contudo, a certeza que me iria impedir de viver, no sentido mais lato da palavra. Faz parte do processo tentar, errar, insistir, acertar, voltar a errar, acertar de novo. A coragem de arriscar, a criatividade de fazer diferente e a resiliência de nos mantermos em pé mesmo quando fazemos asneira, só se adquirem com os “altos e baixos”. Isto de se viver só é verdadeiramente giro porque não há
certezas de absolutamente nada!

Se, em algum momento, desse por mim a viajar no tempo e a falar com o meu “mini me”, acho que só lhe poderia dizer “vai lá e arrasa!”. Mais do que isto não faria grande sentido, não só porque ia estar privada de experimentar tanta coisa, como, e talvez o principal motivo, porque eu detesto que me digam o que devo ou não fazer, mesmo que sejam dicas de um futuro eu.

Autor: Maria Correia

16 – VAI ONDE TE LEVA O CORAÇÃO

Agora que a vida já vai avançada, ponho-me a refletir e penso no que mudaria se voltasse a ter 12 anos. Que pode o adulto aconselhar ao menino sabendo o que sabe no fim da vida? Que conselhos gostaria que me tivessem dado os meus avós, ou que se calhar deram sem que eu os recorde? Ou melhor ainda, que conselhos me daria a mim próprio se pudesse falar com o menino que fui?

Não me queixo da vida que tenho nem da que tive. Não abri a porta sempre que a ela tocaram, nem sempre tomei o caminho que achava que ia ser o certo, mas fi-lo a maioria das vezes.
Trabalhei a maior parte do tempo em coisas que amei, tive muito tempo livre para dedicar a outras paixões, tenho excelentes amigos, vivi momentos que muita gente não pode sequer sonhar. Claro que houve momentos maus. Arrependo-me mais do que não fiz que dos erros que cometi. Nem sempre a lazeira me permitiu fazer tudo o que queria….

Se tivesse que dar conselhos aos netos que não tenho aí vai uma coleção não exaustiva: assume-te como és. Faz o que tens vontade de fazer sem fechar portas, pois podes sempre querer mudar de caminho. Segue os teus sentimentos. Ama e respeita. Tenta poupar algum dinheiro para um dia ou uns meses difíceis. Tem medo só de ter medo. Ouve o canto dos pássaros, alucina-te com a cor das flores, cheira e saboreia o mais que puderes. Vive como se este fosse o teu último mês mas lembra-te que, se tiveres sorte, podes viver mais umas décadas. Aventura-te, porque há imensas coisas a descobrir. Viaja. Fala com desconhecidos.

Tira muitas fotografias. Trabalha em algo que ames. Põe muito de ti no que fazes, não faças as coisas a meias, empenha-te no teu trabalho. Ousa, porque só se vive uma vez. Quem sabe se poderás fazer amanhã o que não fizeste hoje? Ajuda quem precisa e não hesites em pedir quando precisares. Faz o teu caminho e vive a tua vida!

Autor: Pedro Moita

17 – UMA EQUAÇÃO DE SUCESSO

Em tempos de adolescência, quando se começa a ganhar alguma consciência sobre o mundo, deparei-me com uma questão que viria a ser a chave do meu futuro. O que tenho de fazer para ser bem sucedido? Ou melhor, qual é a minha definição de sucesso?

Com o crescimento natural, com as vivências de novas experiências, contacto com novas pessoas, novas terras, novas culturas, com todas as aprendizagens e mais algumas, apercebi-me que a minha definição estava errada. O meu sucesso e desiderato reside na felicidade e na necessidade em deixar os outros felizes. Uma felicidade que não está no dinheiro, nos bens materiais, mas nos sorrisos, na liberdade, na família e nos amigos. Percebi isto principalmente ao passar por situações em países estrangeiros, menos desenvolvidos, em
que as pessoas vivem de uma forma tão mais simples, mas tão mais feliz e genuína que nós.

Tentei colocar-me na posição delas. Eureka! Parece que houve um click na minha cabeça e me
fez ver tudo de forma tão diferente! Se pudesse voltar atrás, dir-me-ia para não perder tempo em coisas desnecessárias, supérfluas, que não me acrescentavam nada e me impediam de
resolver a minha equação. Dir-me-ia para sair à rua e aproveitar todos os singelos momentos,
fazer aquilo que mais gosto e persegui-lo arduamente.

Um olhar profundo ao passado é como um guia de GPS, um mapa que nos leva ao tesouro, a estrela polar que nos indica o Norte. Hoje, digo isto mesmo a mim próprio e acho que toda a gente o devia de fazer. Hoje, sigo uma direção certa. Hoje, sei quais são as leis que me podem levar à resolução desta equação e em breve, sei que estará resolvida com sucesso.

Autor: Pedro Rocha

18 – O TEMPO NÃO VOLTA, MAS HÁ VONTADE DE LÁ VOLTAR?

Haverá vontade para tal desiderato? Ser de novo criança, adolescente e mudar o rumo do meu destino? Como fazê-lo? Levar consciência presente ou a mente vazia. Qual o conselho? Hesito pegar na caneta e escrever. A dúvida assombra-me, terei força e o querer para viajar no tempo? Ser o único desiderato de evitar os males do meu presente. Aspirar ser outro alguém ou ter vivido de forma distinta, faria a diferença! Mudar o rumo do destino. Acreditando que este existe! Nunca o desejei fazer. Avanço! Dentro de mim, construo uma máquina do tempo. Vejamos o resultado.

Provocou-me um enorme calafrio a tarefa que tenho em mãos. A rota está definida, embora, por imposição. Entrei em terreno hostil. A adolescência. Decidi levar a minha consciência. Época conturbada e sinuosa. Fui tardia no amadurecimento. Pela castração do amor próprio. Assombrada pelo pecado. A educação religiosa. A falta de liberdade que impeliu a fervorosas revoltas. Tumultos de inseguranças tolhiam-me as decisões. Educação matriarcal conservadora. A mulher em detrimento do homem. Emancipação feminina exposta como perversa. Medos, frustrações. Nem tudo foi mau. Fui feliz também. Cultivei alegrias, experiências, mas
tudo bem escondido. Tive de calcorrear a pulso o mundo. Tombei muitas vezes e as feridas não fechavam. Contudo, consegui marcar a minha posição, mas os estigmas marcaram o meu percurso. Que faria de diferente? A máquina do tempo pára!

É o momento do desejo! Olhar o mundo com olhos curiosos de quem procura encontrar-se. Acreditar que é possível no meio do desnorte criar um percurso seguro. Construir no peito bem-querer de quem é grande e tem vontade de vencer. Por muitos passos errados um deles pisará em chão firme. Assentar na calma a procura do saber, fazer e continuar. Ouvir, reter e analisar as palavras sem valor. Fazer destas o reverso e assimilá-las sem pudor nem dor. Ter sede de ser mulher, independente, perversa sem medos. Assim cimentar o meu destino. Devaneio! Focar! Que conselho afinal? Viver sem medo de perder!

Autor: Cidália Alves

19 – QUERIDO EU – OU UM GUIA DE SOBREVIVÊNCIA DE MIM PARA MIM

No meio da minha crise dos 30 anos, venho dar conselhos ao meu eu adolescente. Eu, que nem agora consigo aguentar-me inteira! Que embora leve vida de adulta, me recuso a crescer! Há muitas questões para as quais ainda não tenho resposta, que ainda me debato para tentar entender. Ainda assim, outras já consigo interpretar com mais lucidez do que o meu eu de há 15 anos. Algumas situações difíceis vieram e marcaram e, pelo meio, muita reflexão. Por isso, querida eu adolescente, aqui vai:

Confia em ti. Aceita-te no teu todo, com as tuas falhas e qualidades. Não leves as coisas
demasiado a sério: não te culpes nem compliques. Não esperes pelos outros para seres quem és. Investe tempo a descobrir o que realmente queres e para onde vais, e depois segue. Quando caíres, levanta-te, ainda mais forte do que antes, e aprende a troçar das tuas quedas e a encará-las com ligeireza. Aprende também a dizer não. E a dizer sim. E não tentes agradar tanto – existem tantos gostos e opiniões quanto os biliões de pessoas no mundo. É impossível reunir consenso, é preferível ser autêntica! Mostra aquilo que és e rodeia-te de pessoas que admirem o ser que tens dentro de ti. Ouve os conselhos que te dão mas avalia-os bem, com lógica e intuição, e com isto trilha o teu caminho. Cada pessoa vê a vida através da sua lente, com receios, objectivos e ideias próprias e daí que nem todos os conselhos te sirvam. E os adultos também não sabem tudo – não há verdades universais e absolutas, certezas são quimeras. Vais crescer e perceber que tudo o que ganhamos com o tempo é uma mente cheia de questões sem resposta.

Por último, não tenhas pressa que o futuro chegue. Porque ele vai chegar e com ele as
saudades do passado, que parece sempre melhor, mais feliz. Por isso aproveita bem cada dia, faz o que te fizer sentido e sente o que tiveres que sentir, com a intensidade necessária. Somos efémeros! Cada dia é um dia que passa e não volta. Vive plenamente e com uma única condição: seres tu mesma!

Autor: Cláudia Duarte

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