Em Salvador, na Bahia, a ilha de Bom Jesus dos Passos (Brasil) é uma das muitas ilhas que povoam a Baía de Todos os Santos. Vizinha das conhecidas Itaparica e Ilha dos Frades, Bomja – diminutivo como é carinhosamente apelidada – é um pequeno paraíso onde vivem pouco mais de 3.500 pessoas e que começa a despontar para o turismo. É em muito considerado uma espécie de “Caraíbas” da Bahia, de água límpida e quente.
Foi por sugestão de um amigo que fui à Ilha de Bom Jesus dos Passos e fiquei na Casa do Tamarineiro. Uma bonita casa de hóspedes, de uma jornalista, apaixonada por turismo e por renovações… por isso, tudo o que encontra nesta casa foi recuperado por Angélica e o marido Sinval ou era da sua família.
São relíquias e objetos antigos que tiveram uma segunda vida. Com vários quartos (alguns de casal e outros familiares), a Casa do Tamarineiro é um local charmoso, para se sentir em casa. O pequeno-almoço (café da manhã) é uma mesa farta, cheia de coisas boas com bolos caseiros, fruta, queijos e carnes frias e ovos e tapiocas feitas na hora, de desejar.
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A uns 5 minutos a pé da Igreja de Bom Jesus dos Passos, Angélica pede ao responsável das festas da ilha (da Irmandade de Bom Jesus dos Passos) para nos abrir a igreja e podermos espreitar o local especial, da devoção das gentes da terra. A igreja é do século XVIII, inaugurada em 1761, e é dela que vem o atual nome da ilha – antes disso era chamada de Pataibaaçu, ou Palmeira Grande. É daqui que sai a figura do Nosso Senhor dos Passos na Sexta-Feira da Paixão.
O Vice-provedor daquela Irmandade, Cici (Alcemil dos Santos) é quem nos diz que mês de janeiro é repleto de festas nesta ilha. A Senhora dos Navegantes inclui uma procissão no mar, com cerca de 200 barcos, que levam a imagem da Virgem para a Igreja de Conceição da Praia. Sabia que a padroeira da Bahia é a Nossa Senhora da Conceição?
A história da Ilha de Bom Jesus dos Passos passa muito pelo nome das famílias que aqui residem. Mas a raiz é matriarcal. Duas mulheres, irmãs, vieram tomar conta destas terras, a mando do pai que era dono de um Engenho de produção de cana de açúcar. Nunca se casaram, e adotaram uma criança, e adotaram também o nome Santos Passos.
Fomos tomar banho na praia a ver o pôr do sol da Praia da Pontinha. Toda areia tem conchinhas e búzios no chão… é um lugar incrível. E o mais curioso foi notar que a pandemia trouxe ainda mais filhos da terra de volta, e aqui pretendem ficar por largos tempos. O amor à terra de quem aqui nasceu, cresceu, ou tem ligação familiar é grande. Contam-me, entre várias lendas, que quando nasce uma criança, o cordão umbilical é enterrado na ilha, para ficar ainda mais ligado à terra.
Fiquei dois dias completos pela ilha de Bom Jesus dos Passos. Um lugar encantador de ruas com canteiros floridos, e casas recuperadas e onde há tranquilidade e segurança. E só isso (segurança!) chama turistas… mas ninguém aqui quer muitos turistas. Que venham só os que tenham consciência ambiental, porque aqui quer-se implementar o turismo sustentável, confessam-me estes promotores turísticos da ilha de Bom Jesus dos Passos. E andei também a provar os sabores que aqui se mostram.
Junto da Casa do Tamarineiro, está a loja gourmet (uma mercearia) da ilha, onde Rosa Ramos decidiu apostar. Há de tudo um pouco e até vinhos feitos por portugueses lá conseguimos encontrar, no Empório Delivery.
ONDE COMER NA ILHA DE BOM JESUS DOS PASSOS
A minha primeira refeição foi no restaurante Pôr do Sol. E que maravilhoso almoço num lugar tão simples e acolhedor!
Numa simples varanda, com vista para a baía, começamos com a salada com búzios (peguari) com arroz branco e farofa; depois o prato de peixe frito (beijupirá) com arroz e tomate. Que delícia! Um negócio familiar, que nos dá comida caseira e muito saborosa. A moqueca de siri e moqueca de camarão, com feijão de caldo, pirão (com farinha e feita com o caldo do marisco) e arroz branco. Custou sair daqui depois de almoço… dava vontade de fazer uma sesta, depois de tão bom repasto.
Pela noite, fomos conhecer os pratos da premiada chef Vanessa Soares, que tem ligação familiar à ilha. Vencedora de dois prémios Panela de Barro da TV Bahia, com a sua moqueca de fruta-pão e camarão seco e a caldeira nativa com frutos do mar, que são motivo de orgulho.
Abriu, em 2019, o restaurante Das Águas na Marina do Porto onde usa nos seus pratos produtos como peguaris e os sambá galos (ditos afrodisíacos, estes últimos… informação relevante :D), e pastas e pizzas de frutos do mar (e não só) são alguma das especialidades da casa.
Junto da Igreja está o Bistro Na Larica Gourmet. Abriu em 2016, pela mão de três irmãos: Gal, Cássia e o Deni. Dá vontade de ficar ali pela noite fora, na esplanada, a provar as suas iguarias. Tem entradas como mini burgers, que são deliciosos, com cheddar e cebola caramelizada, queijos, camarão… e pasmem-se com o azulejo onde vêm servidos! Um azulejo de Portugal, país que Gal já visitou várias vezes e diz adorar!
O Na Larica tem muitos hambúrgueres como especialidades, com os nomes das praias da ilha Nordeste, Pontinha, Lopes e Capitão. E tem outras iguarias com nomes das ilhas vizinhas, como Loreto, Ponta do Navio, Capeta, etc. Também tem saladas, massas variadas com molhos diferentes, panquecas camarão… e o pão é feito cá na ilha, com fermentação natural.
Também na Praça da Igreja, tem a Casa de Vovó que serve comida a quilo. Uma outra opção saborosa. E muitos habitantes são conhecidos pelos seus cozinhados e vendem para fora: é o caso dos pães (com fermentação natural) ou dos cavacos (doces) feitos pela D. Amelice (que sabem a farturas, ou churros, da Feira Popular). Muito bom!
PROGRAMA DE UM DIA NA ILHA DAS VACAS E PASSAGEM NO LORETO
A Casa do Tamarineiro trata de tudo para os hóspedes que queiram conhecer as ilhas vizinhas e têm vários parceiros, para o fazer. Gostaria de ter a experiência de passar o dia numa ilha deserta e ter um cozinhado de uma chef só para si?
Entramos nas embarcações e a primeira paragem foi na Ilha dos Frades, junto da Igreja de Loreto, muito procurada para casamentos (tem lá os edifícios onde se fazem as celebrações). Para ficar por lá e visitar são 25 reais.
Com os saveiros (embarcações tradicionais desta área) a navegarem junto de nós, percorremos as ilhas vizinhas e vamos ficar pela ilha das Vacas, enquanto a maré começa a encher.
O dia estava quente e pedia banhos de mar (com água quente também), quando o fogo já estava feito para fazer uma caldeirada de marisco, pela mão da chef Vanessa Soares. Um dos seus pratos premiados! Degustamos o afamado prato nesta ilha, depois de um dia fantástico de praia. Ainda fizemos limpeza no areal… há sempre lixo para apanhar, e trouxemos um saco grande de resíduos que a maré cheia começou a trazer. A consciência ambiental está muito presente nestes dinamizadores do turismo de Bom Jesus dos Passos.
COMO CHEGAR À ILHA DE BOM JESUS DOS PASSOS
Pode ir de transportes públicos até ao cais de embarcações de Madre de Deus. Do centro de Salvador (rodoviária) demora menos de 2 horas a lá chegar. A cada meia hora sai um barco para a ilha (por R$5 por pessoa) de Bom Jesus dos Passos.
Não há carros nesta ilha, por isso a bicicleta é o meio de alguns… mas andar a pé é o mais natural. A ilha não é grande e é fácil andar por lá e ficar a conhecer os habitantes.
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