A Casa do Rio Vermelho (ou Casa de Jorge Amado), em Salvador, na Bahia (Brasil), é um espaço museológico com o espólio na casa onde Jorge Amado viveu com a sua mulher, Zélia Gattai. Era também aqui que praticavam uma “Arte” que tanto gostavam: a de receber! Amigos, artistas e conhecidos passavam aqui bons momentos, perpetuados em cartas, músicas, fotografias, quadros, livros, etc. Daqui saía sempre uma expressão artística. Hoje em dia, são os familiares que continuam aqui a mostrar a obra e a vida de Jorge Amado, para as gerações futuras.
O casal de escritores baianos viveu aqui durante muitos anos (cerca de 40 anos) e podemos ver, além de todas as divisões da casa, alguns objetos pessoais de ambos, assim como correspondência antiga, e inspirações para as suas obras.
Pode até nem conhecer muito bem a obra de ambos, mas há livros que jamais serão esquecidos por teres sido transformados em telenovelas que, no Brasil e em Portugal, foram sucessos tremendos. Quem não se lembra de “Gabriela”, “Tieta” ou de “Dona Flor e seus Dois Maridos”?
Nas primeiras salas temos vários objetos pessoais, como livros, óculos e até uma máquina de escrever antiga que era usada por Jorge Amado. Aqui se mostram as suas paixões por viagens (passaram por 110 países), por receber amigos e trocar arte com alguns dos seus visitantes. Há quadros e outras obras de famosos pintores que se tornaram amigos do casal.
OS VIAJANTES
(informação da Casa do Rio Vermelho)
Ao longo de mais de meio século, sozinho ou na companhia de Zélia Gattai, Jorge Amado exerceu o seu espírito aventureiro e cruzou o mundo inteiro em muitas viagens. Nessas jornadas, conheceu pessoas, costumes, lugares; experimentou novas sensações e sabores; encontrou material para as histórias de seus livros. Com tantos carimbos no passaporte, Jorge e Zélia se tornaram cidadãos do mundo.
Na cozinha estão alguns alimentos representativos da cozinha baiana – e nesses espaço foram feitas algumas alterações.
A COZINHA DE DONA FLOR
(informação da Casa do Rio Vermelho)
Nos navios negreiros vieram o dendê e o gosto da pimenta. A culinário ritual dos negros, as comidas dos orixás. Os coqueirais cresciam nas praias e o português, guloso, trouxe as suas receitas de doces, o seu açúcar. Misturaram-se os gostos. A mandioca dos indígenas, a branca farinha. O azeite cor de ouro do dendezeiro, a pimenta, o côco, o amendoim e o gengibre.
Os pratos portugueses ficaram mais picantes. Um gosto mais definido e forte. Os guisados africanos perderam a sua agressividade, ganharam maior finura. A cozinha sabia e simples dos indígenas compareceu também com as suas folhas, suas raízes, suas caças. Assim nasceu a culinária baiana, sem dúvida e sem exagero, uma das mais finas e saborosas do mundo.
LAGOS DOS SAPOS
No exterior está o lago dos sapos e alguns azulejos que são verdadeiras obras de arte.
A história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá foi escrita por Jorge Amado, em Paris, em 1948, como prenda para o filho João Jorge, quando completou um ano de idade. Mas só em 1976 foi reencontrado o texto e publicado em livro com as ilustrações de Carybé.
E os quartos estão como quase se ainda vivessem aqui. Numa sala, com um closet e roupas, e onde se fala da veia comunista de Amado, estão também cartas que trocaram no exílio (durante a ditadura, por quase 20 anos) e também que trocaram com personalidades famosas. Uma dela é a de Yoko Ono Lennon, mas tem outras de François Mitterrand e Oscar Niemeyer, por exemplo.
COMUNISTA
Filiado no Partido Comunista Brasileiro, em 1932, Jorge Amado foi preso 11 vezes e exilou-se, na Argentina e uruguai, em 1941/2 e na Europa de 1948 a 1952. Desligou-se do Partido em 1954, mas sempre manteve as suas convicções políticas.
Os visitantes podem ver vídeos, ler livros e têm acesso a mais de 30 horas de conteúdo sobre a vida e obra de Jorge e Zélia. É uma casa com muita história.
No jardim, junto a dois bancos, com azulejos, estão as cinzas do casal.
Curiosidade: o espaço foi comprado pelo casal, em 1960, com dinheiro que ganharam pela venda dos direitos de “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado, para a MGM.
“Se for de paz, pode entrar”
É com esta frase de Jorge Amado que está decorado o tapete que nos leva à loja de recordações da Casa do Rio Vermelho. Além dos livros do autor, tem uma série de merchading e aparece trazer tudo. Azulejos pintados com frases que nos ligam a Amado, assim como placas para servir de quadro, canecas, e até camisas parecidas com as que o escritor usava.
A BAHIA DE JORGE AMADO
(informação da Casa do Rio Vermelho)
A Bahia de Jorge Amado é a terra da mistura e da mestiçagem. É preta, parda, índia, Branca. É a terra da diversidade e da convivência de diferentes crenças e religiões. É também terra violenta e desigual, com seus coronéis, jagunços e pistoleiros; seus heróis do povo, suas mulheres guerreiras. É a terra dos sabores e cheiros, da dança, do suor; dos amadores cheirando a sexo, cravo e canela. Terra habitada por uma gente que, mesma na pobreza e na adversidade, sabe dar valor à vida, em tudo o que ela significa de luz e alegria.
A AMIZADE É O SAL DA VIDA
(informação da Casa do Rio Vermelho)
Jorge Amado e Zélia Gattai foram pessoas agregados e, ao longo da vida, formaram uma grande coleção de amigos, vindos de todas as partes do mundo, das mais diferentes origens e ocupações. Muitos desses amigos foram importantes nomes da cultura e do pensamento no século XX. A Casa do Rio Vermelho esteve sempre aberta a eles, numa permanente celebração à alegria de viver e à união entre as pessoas.
INFORMAÇÕES
Morada: Rua Alagoinhas, 33 – Rio Vermelho, Salvador – BA, 41940-620, Brasil
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