Em Portugal, já tinha feito uma parte da costa alentejana de autocaravana e foi uma aventura muito boa! Mas, foi acompanhada, por duas amigas, Desta vez, fui sozinha a conduzir! No outono de 2020, decidi percorrer algumas cidades no interior alentejano, também de carro, e deixo-vos aqui a sugestão de um percurso de pouco mais de uma semana por seis locais: Arraiolos, Estremoz, Evoramonte, Monforte e…. muito mais! Pode reduzir os locais e aproveitar mais para descansar… ou seja, adapte a viagem ao seu ritmo. Bons passeios! E, muita atenção, e cuidado, na estrada!
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Naquela altura, como estava a viver no Algarve – e nesta região podia sugerir vários alojamentos, mas quero ressaltar a Pousada de Sagres, a Pousada de Estoi, ou então, o The Prime Energize Monte Gordo, onde também gostei muito de estar – comecei a subir e a primeira paragem que fiz foi em Almodôvar. Não fiquei lá instalada, mas deu para passar umas horas a passear – antes de lá chegar fiz uma paragem pequena na aldeia de Salir e no Alto do Malhão, só para absorver aquela energia boa do alto da serra algarvia.
Em Almodôvar, encontramos vestígios da ocupação romana e islâmica, mas o coração é Alentejano. Os esteios desta região são a criação de gado, apicultura, produção de leite e queijo (queijo de cabra principalmente), a aguardente de medronho e a cortiça.
Pelas ruas de Almodôvar, esteja atento às inúmeras esculturas de Aureliano Aguiar. São homenagens a atividades importantes no concelho, feitas com ferro velho, como se pode ver com as esculturas do Bombeiro, do Mineiro e do Sapateiro. Mais dicas sobre o que visitar, aqui.
Já há alguns anos, fiquei uns dias em Castro Verde e gostei muito. Devia ter lá parado novamente, mas ia com um objetivo claro de aproveitar muito bem a estadia no primeiro alojamento que tinha escolhido (veja abaixo). Na verdade, este foi o meu trajeto mas poderá fazê-lo de outra forma. E também poderá acrescentar noites nos alojamentos e fazer mais desvios e visitas. Este meu roteiro foi de pouco mais de uma semana.
Primeiro paragem: os vinhos da Malhadinha Nova… e não só!
A minha primeira noite desta roadtrip foi na Herdade da Malhadinha Nova – Country House & Spa, até porque além de refeições maravilhosas, mergulhos de piscina e provas de vinhos… pode andar a cavalo e fazer passeios de Moto 4 ou bicicleta, etc… Aproveite bem a estadia lá!
Tudo começou com o vinho, mas também se tornou numa referência no alojamento em pleno Alentejo. A Herdade da Malhadinha Nova – Country House & Spa, no Baixo Alentejo, tem 70 hectares de vinha, 75 de olival… mas, no total, são 450 hectares de terreno, que se perdem de vista. Fiquei lá alojada e, de facto, existem poucos locais que nos remetem de imediato para a cultura alentejana. Acreditem quando vos digo que é um daqueles locais que, pelo menos uma vez na vida, temos de visitar e desfrutar. Leia mais.
Sigo viagem e passo ao lado de Évora, onde já fui muitas vezes… muito antes do Viaje Comigo existir. Um dia destes, tenho de lá voltar para renovar as dicas que tenho aqui no site, mas segui, então, viagem para ir ficar instalada no alto de Evoramonte. E que bonito!
A pitoresca Evoramonte
Adorei Evoramonte! Ou Évora Monte (também conhecido por Santa Maria) é uma vila com mais de 700 anos de história e pertence ao concelho de Estremoz e fica muito perto de Évora. Do seu alto, a vista é simplesmente deslumbrante, perdendo-se de vista os verdes campos alentejanos. Não deixe de visitar o castelo e, quando estiver a caminhar pelas suas ruelas, olhe para o chão e se vir casinhas pintadas nas pedras da calçada… vá descobrir a sua autora.
Quando fui para o meu alojamento (The Place – Evoramonte), que é dentro da área muralhada, pensei que já tivesse passado o local. É preciso passar-se uma das portas (com o carro) para estar na zona habitável, cujo cenário é dominado pelo castelo, cujo início da construção será de 1160. Vale muito a pena visitar o interior e ver a vista do seu terraço.
Supõe-se que Evoramonte terá sido conquistada aos Mouros no século XII, por D. Afonso Henriques, mas as primeiras provas da sua existência surgem em 1248, quando a vila recebeu a Carta Foral por D. Afonso III. As muralhas medievais foram erigidas em 1306, a mando de D. Dinis, em forma de triângulo.
As portas dionisinas, com arcos de ogiva trecentistas em cada vértice, perduram até aos dias de hoje. No recinto muralhado existem 5 entradas: Porta do Freixo, a Porta de S. Sebastião, a Porta do Sol (ou da Vila), o Postigo e a Porta de S. Brás. Leia mais.
Fiquei a dormir dentro da muralha de Evoramonte, no Alentejo: no alojamento com a melhor vista para a planície alentejana, muito perto de Évora: o The Place – Evoramonte. E essa guesthouse surgiu de uma paixão por Portugal. Ela é escocesa, ele é sul africano, e ambos se apaixonaram pelo pequeno país à beira-mar plantado. E, depois de muita pesquisa pelo sul, decidiram entregar o coração a Evoramonte. Dizem-me, na brincadeira, que ficaram a morar no meio do caminho, dos países de ambos. Leia mais.
Mais vinhos e história em… Torre de Palma
Há duas histórias que marcam as terras de Torre de Palma: uma remonta à época dos romanos e outra à monarquia portuguesa. Já vos conto ambas, mais abaixo neste texto. Membro da Design Hotels, o Torre de Palma Wine Hotel, em Monforte (Alentejo), como o nome indica, é um hotel vínico, de 5 estrelas, que imprimiu uma personalidade diferente – e decorações distintas – a cada um dos seus 19 quartos. Surgiu em 2014 o Wine Hotel, com um foco especial uma vez que o vinho é a essência deste projeto. Já provou estes vinhos?
O projeto de Torre de Palma espalha-se por 17 hectares, longe dos 2 mil que em tempos teve, depois de muitas mudanças de mãos, e de alguma luta para pegar neste projeto que esteve votado ao esquecimento, durante algumas gerações. Leia mais.
Toda a área, ou região, como preferirem, é de grande riqueza histórica e arqueológica, tendo ali ao lado uma vila romana, cujas ruínas foram descobertas em 1947. Foram descobertos painéis, azulejos – diz-se que um dos maiores batistérios da Península Ibérica – e inúmeras histórias se contaram à custa disso mesmo. Uma delas envolve a família Basili que recebia/hospedava os comerciantes – e não só – que por ali passavam, sendo esta uma área de uma importante estrada/travessia, que ligava Lisboa a Mérida.
E à conta dessa família, do seu apelido, pelo menos, o restaurante do projeto Torre de Palma ganhou o nome de Basili. Neste local é replicado o que a família romana fazia: criavam e cuidavam de cavalos, faziam vinhos, recebiam os viajantes… isso tudo transportado para o século XXI. Leia mais.
Ao lado está Monforte, que também fiz uma breve visita, antes de seguir para Arraiolos. O legado de civilização romana é notório na Ponte Romana sobre a ribeira de Monforte, na basílica paleocristã do século IV, e nas ruínas da Villa lusitano-romana de Torre de Palma, local que terá sido ocupado do século I ao VII. Aqui residia uma influente família romana, os Basíli (ver história do Torre de Palma Wine Hotel).
Arraiolos não é só feita de tapetes!
Onde fiquei alojada? É a partir de um convento do século XVI que surge a Pousada Convento de Arraiolos (Pousada Nossa Senhora da Assunção), situada num verdejante vale e com vista para o castelo de Arraiolos, no Alto Alentejo, em Portugal. Impressionante, além do jardim central, é a sua Igreja com uns ricos e belíssimos painéis de azulejos que “contam” episódios da História. Leia mais.
Estima-se que esta região já tenha sido habitada desde o IV Milénio a.C. e, desde então, muitos povos por aqui passaram. O que se notou desde sempre foi uma constante ligação à natureza, expressa nas atividades económicas que foram exploradas, como por exemplo, na tapeçaria. Esta atividade foi desenvolvida devido à abundância de obra-prima, a lã, e consequentemente teares e muitos artesãos especializados na tecelagem. Leia mais.
Uma viagem na História: em Estremoz
Em Estremoz, fiquei na Pousada a sentir-me como uma Rainha! O edifício é histórico, com destaque para a Torre de Menagem, que é Monumento Nacional… e edificado num espaço que foi construído para a Rainha Santa Isabel, por D. Dinis, no século XIII. A referência à Santa Rainha está por todo o lado e, mesmo em frente ao hotel, está a estátua da mesma a mirar o edifício e onde não devem perder o pôr do sol. De resto, é um excelente ponto de partida para visitar Estremoz.
A Pousada Castelo de Estremoz é, toda ela, muito clássica, ou não fosse este um antigo castelo, ou parte dele, pelo menos. E além das salas, repletas de quadros, estatuária, e nobiliário antigo, também nos quartos essa decoração impera. Cama alta, estilo dossel, cadeirões de tecido, móveis com tampo de mármore… cortinados altos, floridos… Há um certo requinte, da história que transborda, nesta pousada tão especial. Leia mais.
No Alentejo, Estremoz é conhecida como a “cidade branca”, devido às jazidas, praças e fontes de mármore branco e pelas cores das casas. O renomado mármore de Estremoz representa cerca de 90% das exportações portuguesas, fazendo de Portugal o segundo maior exportador mundial. Fomos visitar Estremoz e ficámos no mais histórico alojamento: a Pousada Castelo de Estremoz. E há aqui uma história de amor por contar: a da Rainha Santa Isabel, que aqui faleceu. Leia mais.
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