Desbloquear a escrita - Foto: ©Free-Photos Pixabay
Publicado em Julho 2, 2020

Escrever em cadeia – Nível 2 do Workshop Online de Escrita para Blogues

Workshop de Escrita

7 – Amor, a força motriz que transforma o mundo – Amor é sempre preciso mais Amor

Hoje venho falar-vos de amor. A força que é capaz de mudar o mundo e transformá-lo num lugar melhor e mais bonito. E escusam de pensar “ai que clichê, falar de amor…”. Se forem tentar descortinar os maiores feitos da humanidade vão perceber que a força invisível que motivou todos eles foi mesmo o amor. O amor a algo ou a alguém, mas sempre o amor. Pensem nos vossos grandes feitos também e digam-me lá se não foram feitos por amor?

Religiões à parte, há uma citação da Bíblia do livro I Coríntios com que me encontrei há uns anos, ao ler um livro de Nicholas Sparks, e que, para mim, ilustra na perfeição esta palavrinha de 4 letras: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata (…), não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Um pai que tem paciência quando o filho chora pela vigésima vez na mesma noite porque está a ter pesadelos; as mulheres que esperavam pacientemente os seus homens em casa quando estes era chamados para a guerra, mesmo sem saber se esse regresso algum dia aconteceria; os voluntários que por esse mundo fora deixam o conforto das suas casas para levar um bocadinho de conforto ao coração solitário de pessoas que nem sequer conhecem; os polícias que nos protestos que incendeiam várias cidades dos Estados Unidos se ajoelharam ao lados os manifestantes; são apenas alguns exemplos de situações em que foi o amor a força motriz.

Acreditem quando vos digo, o amor é a força motriz que transforma o mundo. Sem amor, a Terra apenas segue o seu curso giratório em torno do Sol. Com amor em cada passo que é dado o mundo deixa de andar apenas movido pela força da gravidade e passa a mover-se pela força de algo que é capaz de feitos incríveis. Por isso, ponham amor em tudo o que fizerem, pela vossa vida e pelo mundo em geral. E espalhem a mensagem, para que todos saibam que a única forma de transformarmos o mundo é ao enchê-lo de amor.

Amor é sempre preciso mais Amor

O mundo precisa de facto de mais amor, mais empatia, mais disponibilidade, mais “calçar os sapatos dos outros”. Muitas pessoas ainda não perceberam isso. Quem se preocupa apenas com o seu umbigo, quem só se vê a si à frente, quem não pensa nos outros quando, por exemplo, anda pelas ruas infetado com o coronavírus. As pessoas ainda não entenderam que a sua própria cura está no amor. No amor que colocam em tudo o que fazem. No amor que dão aos outros. No amor que dão a si próprios e que se permitem sentir.

Lançar farpas, tratar mal, achar que são os únicos certos na vida, invejar o próximo, não augura nada de bom. Pelo contrário. Enfia-nos numa espiral de negatividade e maus pensamentos. De achar que todo o mundo conspira contra nós. Que não temos sorte na vida. E a única coisa que precisamos no meio disto tudo é espalhar amor. Não só espalhar mas saber recebê-lo. E aceitá-lo.

Quem nos dá amor, por norma, o que pede em troca é também amor. E saber partilhar esse sentimento tão puro é meio caminho andado para conseguirmos atingir a felicidade e o bem-estar connosco próprios.

Deixemo-nos de descartar as pessoas que nos dão tudo, deixemo-nos de descartar as coisas que nos serviram durante anos mas agora não estão na moda, deixemo-nos de desprezar o que podemos ter porque as redes sociais estão cheias de tudo e de nada. Foquemo-nos no importante, em nós, no próximo. Foquemo-nos em distribuir amor. Foquemo-nos em aceitar amor. Porque é disso que o mundo mais precisa: só mais Amor!

Autores: Vanessa Rodrigues e Dália Cavaco

8 – As estações do amor – As Estações da Vida

Adoro estações de comboio, e só há pouco tempo dei conta disso. Nunca tinha pensado no assunto até ao dia em que me perdi na lindíssima estação Central de Milão e nem me apercebi. Esta está na lista das mais bonitas do mundo e, apesar do edifício ser fascinante, quando dei por mim estava na gare a assistir aos reencontros. O que mais gosto é de ver a intensidade dos abraços e dos beijos, e, assim, imaginar o tamanho da saudade daquelas pessoas. Faço logo um filme com personagens, enredo e dou-lhe, normalmente, um final feliz. Já as despedidas deixam-me melancólica, sem saber se são para sempre.

Toda aquela troca de afetos transmite-me uma sensação de calor que me conforta e me enche de amor.
Transportam-me para as minhas memórias de criança, quando brincava na estação, perto da casa dos meus avós, no Alentejo. Não havia muito para fazer e era aí que me entretinha nesta realização de filmes românticos.

É aqui que muitos partem para o sonho da vida, com a esperança já no destino. E é aqui, também, que chegam os filhos que foram estudar para longe ou que se dá o reencontro com a namorada que foi trabalhar, para fora, num novo projeto.

Nas minhas viagens, não há cidade por onde passe em que não procure conhecer a estação, seja ela moderna ou mais antiga, e o facto é que gosto de todas. O amor paira no ar em todas as estações que visito, e que bom que era se todos vissem o mesmo que eu!

As Estações da Vida

Todos os caminhos levam a Roma, diz o ditado e em quantas salas de espera, de partidas e chegadas se encontraram amores e desamores? Se algumas paredes falassem que histórias nos poderiam contar?

Conheço um final curioso, não sei os seus contornos mas posso imaginar que assim tenha sido: Glória e Salvador ambos na casa dos 50 e…; na juventude foram namorados, quis o destino que se separassem e após mais de duas décadas reencontraram-se, ela com três filhos e ele, um casal. É proprietário bem sucedido de uma peixaria, ela dona de casa.

O reencontro deu-se na zona de chegadas do aeroporto de Lisboa, o filho de Salvador vem de Londres, é quadro de uma unidade hoteleira, o filho de Glória vem do Porto para o fim de semana, é professor. Foi estranho o reencontro depois de tantos anos sem nada saberem um do outro e, depois de algum embaraço e timidez cumprimentam-se e falam enquanto esperam os filhos. Falam do trivial e no meio da conversa apercebem-se que são ambos viúvos. Na hora da despedida combinam encontrar-se na Brasileira. A partir daí os encontros são mais frequentes e é notório que ainda nutrem sentimentos um pelo outro.

No Natal combinam um jantar em família, filhos, noras e genros e um neto, são surpreendidos com o pedido de casamento. Glória aceita, é notório o seu contentamento, nunca poderiam imaginar tal coisa, é a vida a dar outra oportunidade de ser-se feliz. Dez anos depois, continuam juntos, parecem talhados um para o outro. Yin e yang!

Autores: Ana Martins e Maria do Céu Saraiva
9 – Etapas de uma (Des)Humanidade! – Usar as palavras, simples! Dar a mão será fácil?

Nestes dias com mais tempo disponível devido à pandemia mundial vejo-me a refletir olhando ao acaso, o movimento das pessoas e a sua relação, umas amistosas, outras mais agressivas e às vezes até mesmo violenta mas apesar de não ser o que se quer, sempre é melhor, ou menos danosa, do que a indiferença. Essa corta-me o coração, embora eu própria tenha que vestir essa capa, para salvaguarda.

Aqui a fome sente-se no físico, no olhar, nos gestos, são muitos e em todas as esquinas, não importa a idade e, a esperança desvanece-se!

Todas as vezes que ligas a televisão levas um banho integral do desamor que paira sobre a nossa sociedade, é só desgraças, são as notícias do Covid-19 que ainda pairam no ar, os cunhados que se matam, os incêndios que começam, etc e tal. Não dá, desligo a TV e consulto as redes sociais à procura de algo melhor e deparo-me com o caso absolutamente desumano de G. Floyd. Recordo outro desaparecimento de uma actor brasileiro dizendo que a humanidade não deu certo! Tem razão, infelizmente! Porque cargas d’água, no início do III Milénio ainda nos catalogamos por cores, raças ou credos? Não deveríamos ter evoluído?

Vamos ao espaço, fazemos tantas conquistas e depois, matamos em nome da raça, em nome do amor? Mas será que é mesmo amor o que nos move ou um sentimento de superioridade, de posse, indiferentes aos sentimentos do Outro?
Amor! Uma palavra pequena, tão forte e rica, tão desperdiçada, mal cuidada, fútil…

Usar as palavras, simples! Dar a mão será fácil?

Usar as palavras sem sentido é fácil, olhar para o lado mais simples é! Ser indiferente como se nada fosse connosco é a forma mais egoísta e egocentrista de viver. Difícil é amar o próximo, largar o nosso conforto e estender a mão a quem precisa. Cultiva-se o individualismo.

Amar significa entrega, despirmo-nos do preconceito, do egocentrismo e nesta aldeia global é tão complexo. Vivemos diariamente numa correria de competitividade. As emoções são estorvo. As causas à nossa volta são tantas que o interesse se dispersa, não temos tempo para pensar. Tantas atrocidades são cometidas em nome do AMOR, espanca-se a namorada que se ama tanto, viola-se a filha, sobrinha que temos no coração, abandona-se avó ou mãe que é tudo na vida, ou quem vemos prostrado na via pública.

Amar é efémero e oportunista. Nada dura porque o mundo gira à velocidade da luz. Priorizar a humanidade é tarefa amarga. Iniciamos sempre pelo bem-estar próprio, e não é errado, mas gira-se em 180 graus. Estamos no ponto de partida. É um círculo vicioso do qual é tão difícil sair. Parar e pensar num instante que fosse, se o meu vizinho precisa de ajuda, se amo suficiente a vida para dar um naco a quem está a meu lado. Se conheço ou não, que diferença faz, importante é a sua necessidade e precisa de mim.

Se Amor não fosse um vocábulo tão oco, mas o usássemos na sua plenitude, o nosso olhar sobre o mundo era mais completo e solidário. Parar para observar como vivemos e como os outros vivem. Parar, pensar em dividir, acarinhar e sorrir.

Autores: Maria do Céu Saraiva e Cidália Alves

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