Arranjar desculpas para passear é o que faço de melhor! Após as várias fases de desconfinamentos, há uma nova forma de olharmos as cidades, tão despidas de turistas estrangeiros. Mas, agora que temos as cidades (quase) só para nós, porque não aproveitarmos e visitarmos aqueles locais que estavam sempre com muita gente? =u que nunca visitámos porque sabíamos que íamos passar muito tempo na fila? Fiquem com algumas sugestões para a minha cidade, o Porto, uma vez que eu própria vou aproveitar para visitar muitos destes locais.
Nos últimos meses, antes da pandemia, as filas para o Majestic, para a Livraria Lello, a Catedral do Porto e até para a Torre dos Clérigos podiam ser desmotivadoras. Se ainda não conhece estes locais, está na hora de aproveitar estes tempos mais calmos, a que o desconfinamento obriga – mesmo agora que as fronteiras já abriram. Tem aqui o tradicional roteiro de dois dias na cidade do Porto, mas agora acrescento algumas sugestões mais pessoais. Aproveite para fazer o Passeio de elétrico até ao Jardim do Passeio Alegre, na Foz. Chegado ao jardim, tem um campo de mini-golfe e pode continuar a fazer toda a beira-rio de elétrico e, depois sair no jardim e fazer a beira-mar a pé.
Se quiser fazer tours e comprar os bilhetes antecipadamente (verifique bem o que cada um inclui):
– E muitos outros passeios no Porto e no Douro
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As saudades de sair para dançar são muitas e, para já, não conseguimos fazer isso – a não ser que seja em locais amplos – mas já podemos ir a locais para ouvir música ao vivo! O Rua – Tapas & Music Bar foi o último sítio onde fui dançar! Que saudades! Agora reabriu e já tem as suas (maravilhosas) tapas de volta e a música ao vivo também. Vejam aqui a agenda para os próximos fins de semana.
E também passear na Ribeira do Porto, sem enchentes; fazer a ciclovia do lado de Vila Nova de Gaia – passando pelas caves – e seguindo até à Afurada… enfim, descobrir a cidade como se fosse um turista. Também tenho de aconselhar, claro, que podem fazer vários tours para ficarem ainda a conhecer melhor a Invicta.
Há semanas, dizia-me uma amiga de Lisboa: “Vou aproveitar que estamos sem estrangeiros para visitar as Caves de Vinho do Porto e para fazer os passeios de barco rabelo”. Aí está mais uma ideia! Aliás, e se aproveitar num dos finais de dia, subir até à esplanada do Espaço Porto Cruz e apreciar o pôr do sol, com aquele vista para o rio Douro e para a Ribeira… é um lugar muito especial.
Aliás, costumo dizer duas coisas aos meus amigos estrangeiros sobre os portuenses. São duas ideias feitas que penso que não estão corretas (digam-me vocês, se concordam ou não!):
1 – Que, nós portuenses, bebemos muito vinho do Porto. Mentira! Quase não bebemos. Ficam de boca aberta perante esta afirmação, mas é verdade. Os portuenses bebem muito pouco vinho do Porto. Como disse um amigo meu: “Bebemos pouco, porque não bebemos qualquer um, e os melhores são mais caros”. Não sei se é por isso ou não, mas eu por exemplo beberei vinho do Porto nos meu anos, no Natal e em alguns Porto Tónicos, quando saio, ou festas. Mas não tanto quanto os turistas imaginam.
2 – Que comemos poucas francesinhas. Mentira! Comemos muitas! Como me disse uma amiga brasileira: “Como assim? Vocês comem esta sanduíche gigantesca, cheia de carnes, e molho picante, pelo menos uma vez por mês?!. Lá lhe tive de responder que, por vezes, comemos uma vez por semana. Ou até mais!… Verdade! Como não estão habituados e acham que é imensa, poderão julgar que não comemos tantas francesinhas, mas como somos uns valente, de faca e garfo na mão…. comemos! Aqui têm a lista de francesinhas em variados locais que já experimentei.
Também sei que há locais que estão sempre cheios, com ou sem estrangeiros: o Passeio das Virtudes é um deles, onde os portuenses (e não só!) gosto de ir ver o pôr do sol, mas eu apostaria também no Palácio de Cristal (que é o meu jardim favorito na cidade) ou numa das esplanadas das praias do Porto, como a Praia da Luz, só para dar um exemplo entre muitos. E se quiser estar mais perto do mar, o Parque da Cidade pode ser perfeito para uma caminhada, piquenique, reunião de amigos, etc.
Por falar em jardins que gosto na cidade, há um que fica muito perto de minha casa e gosto de ir lá, ainda que seja pequenino. É um dos segredos mais bem guardados do Porto… é a Casa da Prelada e os seus jardins, que têm um dos maiores labirintos de buxo da Península Ibérica.
Visitar Museus! Agora que já reabriram as portas e adoptaram as medidas de segurança para o desconfinamento está na altura de visitar os museus que andou anos a dizer – com vergonha… – que não conhecia! Acima, falei da Casa da Prelada, como sendo um segredo do Porto, mas o Museu da Farmácia é outro dos segredos da cidade. Outro espaço museológico que acho que vale sempre muito a pena é o Centro Português de Fotografia, assim como o Museu do Romântico e claro que tenho sempre de sugerir Serralves, porque além do Museu tem os seus belíssimos jardins.
Se for passear pela Baixa, vá fazer uma visita ao Mercado do Bolhão. Já tenho saudades de lá ir e trazer as muito saborosas azeitonas (trago muitas e variadas), os queijos e enchidos e as frutas. E ainda costumo passar nas bancas da flores e trago uma ou mais plantas. Acabo por as matar num instante, mas durante alguns meses dão um colorido à casa.
Experimentar os restaurantes
Revisitar os antigos e ir aos novos restaurantes. Todos os setores foram afectados pela pandemia mas o da restauração é certamente um dos que continua a sofrer bastante e que, a longo prazo, precisa muito da nossa ajuda. Já sugeri o Majestic mais acima, mas agora volto aos que sempre sugeri e onde vou muito vezes (tem aqui uma lista do restaurantes do Porto que sugiro).
– Também tenho aqui uma lista dos restaurantes mais económicos no Porto.
Mais algumas dicas e novidades (que ainda não fui experimentar):
– Esplanada no restaurante ANTIQVVM
O restaurante ANTIQVVM, do chef Vítor Matos, reabriu com uma proposta de degustação ao ar livre: a nova esplanada, preparada para receber até 12 pessoas, com vista para o Rio Douro. Aberto às quintas, sextas e sábados, o ANTIQVVM disponibiliza 18 lugares na sala e aposta em dois menus de degustação – “Ensaios Sensoriais” e “Orgânico” -, além dos pedidos à Carta.
– Brunch no Tábua Rasa
Este restaurante que aposta nos pequenos produtores portugueses e nos produtos nacionais, tem agora brunch aos sábados e domingos, das 12h00 às 15h00. “Mantemos a nossa aposta de sucesso na qualidade intrínseca aos produtos artesanais, dando a conhecer os melhores queijos, enchidos e conservas nacionais, através de tábuas, petiscos, e recriações. Neste espírito, e dando continuidade à evolução, criamos novas receitas com base nas conservas tradicionais portuguesas, revisitando alguns clássicos da gastronomia portuguesa”.
– Mercado Beira-Rio, Vila Nova de Gaia
Há um novo projeto no Mercado onde se pode comprar comida e também a degustar em vários restaurantes. O novo “morador” deste mercado em Vila Nova de Gaia é o Botequim à Brasileira, um espaço para sabores brasileiros desde as coxinhas, aos pães de queijo e refeições
mais completas, como a feijoada à brasileira, por exemplo.
– Nova cervejaria na Baixa
Abriu na Rua Mouzinho da Silveira (nº 230), o Fininho um novo espaço que serve refeições tradicionais e ligeiras e, claro, francesinhas também fazem parte do menu.