Sabia que esta terra já se chamou Caldas de Óbidos e que foi toda a história (e paixão) da Rainha Dona Leonor, quem lhe deu o nome e também puxou por toda a sua riqueza termal? Na zona Oeste de Portugal, Caldas da Rainha é uma das cidades mais interessantes para se visitar, com História, Cultura, Tradição, Gastronomia, Natureza, termas, uma feira muito antiga, praias de mar e de lagoa… e a Foz do Arelho que junta estas últimas três qualidades? Há quanto tempo não vai fazer uma visita às Caldas da Rainha?
Há que dizê-lo frontalmente: as Caldas são uma cidade do Ca**lho. Os habitantes locais não me levarão a mal, porque não reduzo uma cidade à sua arte fálica, mas ela é de facto um dos pontos mais únicos e singulares desta terra. Não há cidade igual a esta, em que a cerâmica fálica lhe tenha dado um destaque tão grande. Igualmente irónico é ser uma cidade tão ligada a uma Rainha (D. Leonor) e ao mesmo tempo ter o símbolo fálico que faz querer fazer títulos como “Caldas da Rainha: uma cidade do Ca**lho” e não estaríamos a mentir, dizendo-o.
Ainda assim, como já o disse, não podemos reduzir a cidade a apenas isso. A cerâmica faz parte da História das Caldas da Rainha, assim como as suas termas. Pelas ruas da cidade, vai encontrar várias estátuas que homenageiam Rafael Bordalo Pinheiro, com a Rota Bordaliana. Pode seguir toda a rota, dando a conhecer o percurso que ele faria desde que saía do comboio. E, em 2021, surgiu a nova estátua da cidade: com o Zé Povinho e o Rafael Bordalo Pinheiro. Os dois, num banco, em plena Rua Das Montras.
E se as peças gigantes da Rota Bordaliana já nos mostram a singularidade das Caldas da Rainha – Rafael Bordalo Pinheiro foi uma das mais distintas personalidades da segunda metade do século XIX, como ceramista, caricaturista, ilustrador, jornalista, etc – a cidade tem chamado a si alguns dos maiores artistas de Arte Urbana, tal como Bordalo II entre muito outros, para trazerem mais vida às paredes de alguns edifícios.
Além da Rota Bordaliana, fique também atento à Caldas Story District – Caldas Centro de Estórias, que tem um Roteiro de “estórias “sobre a História das Caldas da Rainha.
Pelo caminho, vá ficando atento a estas peças de metal coloridas que nos trazem muitas informações, para quem gosta de visitar a cidade, ao seu tempo e passo.
Com este roteiro, vai ficar a conhecer alguns dos factos e personalidades mais marcantes, em cinco séculos de História, das Caldas da Rainha. São oito as peças artísticas, de metal (coloridas), que vamos encontrando e que estão dentro do estilo bordaliano naturalista: ou seja, uma andorinha, um rato, uma cobra, uma vespa, um caranguejo, um caracol, uma lagosta e uma rã. Estão todas em redor do Hospital Termal e, para saber mais, basta premir o botão na peça e ouvir toda a História, seja sobre a doçaria típica, os bordados ou a origem do falo das Caldas.
O que era Caldas de Óbidos, passou a chamar-se Caldas da Rainha, porque D. Leonor apaixonou-se por esta terra e os habitantes apaixonaram-se pela monarca. Ainda hoje a adoram! Ora, não fosse esta rainha, as termas das Caldas provavelmente nunca tinham tido o impulso que necessitavam. A história do Hospital Termal é conhecida por todos, assim como os Bordados da Rainha D. Leonor… e ambos mostram esse amor desmedido entre a população e a esposa de D. João II. Depois de receber o Foral, a rainha determina a isenção de imposto para os mercadores que se quisessem estabelecer, para dinamizar o comércio local, e assim fez desta zona uma passagem obrigatória de todos. Os chafarizes começaram a multiplicar-se, pois o abastecimento de água era necessário para a agricultura, habitantes e para os cavalos e burros de carga dos mercadores.
ONDE DORMIR NAS CALDAS DA RAINHA
Onde ficar alojado nas Caldas da Rainha? Já passei uns tempos nas Caldas da Rainha, que conheço desde miúda, quando passeava pela zona Oeste de Portugal. Em 2021, vivi durante um mês numa freguesia, que fica a poucos minutos (de carro) do centro da cidade, e visitei as Caldas mais ao pormenor – têm aqui o Guia do que visitar. Acabei por ficar instalada em diferentes alojamentos: um numa zona rural, num glamping; outro num hotel moderno, perto do centro; e um terceiro que é um hotel de luxo, com spa e com vista para a Lagoa de Óbidos, mesmo na Foz do Arelho. Leia mais aqui.
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RESTAURANTES: ONDE COMER NAS CALDAS DA RAINHA
Onde comer nas Caldas da Rainha? São muitos e bons os restaurantes que vão encontrar neste concelho. Experimentei só alguns – fui a uns que são emblemáticos, mas pretendo voltar para visitar outros – mas podem deixar também as vossas sugestões nos comentários. Quais os vossos preferidos?
Alguns dos locais (cafés e restaurantes) experimentados:
– Rei das Cavacas
– Forno do Beco
– Citrus, centro da cidade
– Afinidades, centro da cidade
– Safllor, centro da cidade
– Távola, Foz do Arelho
– Solar dos Amigos, Guisado
– Taberna do Manelvina, Salir de Matos
– Cantinho do Lopes, Salir de Matos
Leia mais sobre os restaurantes, aqui.
O QUE VISITAR NAS CALDAS DA RAINHA
Pode começar a visita no Posto de Turismo, mesmo em frente à Praça da Fruta. É o ponto de partida para seguir para os pontos mais turísticos e interessantes. Há muito para ver – e para provar – e depende dos seus gostos, a forma como vai seguir este roteiro para visitar as Caldas da Rainha. Aqui, ficam alguns dos pontos incontornáveis:
É o centro da cidade e onde, todos os dias, há uma agitação do mercado com frutas, legumes, flores, artesanato e muito mais. Em redor, os prédios mostram a influência da Arte Nova na cidade (tal como em Aveiro). Sabia que, onde está a Praça da Fruta foram descobertas ossadas, dando a ideia de que aqui terá existido uma igreja e um cemitério.
- Atravessei a Rua da Liberdade, com comércio tradicional e pastelarias, e a Rua de Camões onde se encontram casas com a cerâmica que tem três estilos: cerâmica de autor, cerâmica bordaliana e a cerâmica malandra e fálica. A Loja do Ca**lho traz a censura, mas basta olhar para a montra para perceber do que falamos. Leia mais abaixo sobre a história da “malandrice” fálica das Caldas.
As Termas da Caldas já foram apelidadas de Hospital Termal Rainha D. Leonor. Conta a História que um dia, por passagem por esta zona, a rainha parou para ver uns habitantes a banharem-se numa água quente e mal cheirosa… anos mais tarde, criou o hospital termal, que ganhou o seu nome. Saiba mais.
3 – Céu de Vidro
É um corredor, ladeado de edifícios, mas o seu céu de vidro não passa despercebido. Imagino há um século, as senhorinhas (que apelidavam) da alta sociedade, de chapéu de sol, a passearem-se por aqui, entrando pelo verdejante Parque D. Carlos I. Hoje em dia, costuma receber exposições.
Nas Caldas da Rainha, no centro de Portugal, o Parque Dom Carlos I é um amplo espaço verde no meio da cidade – também tem outro espaço, o Campo da Mata. Fica ao lado do antigo hospital termal e, agora, ainda podemos passear nos pequenos barcos no lago. É uma pequena Veneza das Caldas da Rainha! E também há fãs de Harry Potter que não perdem a visita a este local… sabem porquê? Leia mais.
5 – Museus das Caldas da Rainha
Nas minhas visitas às Caldas da Rainha, já visitei alguns dos muitos museus que a cidade tem: Museu José Malhoa, Museu Barata Feyo, Atelier-Museu António Duarte, Espaço Concas, arte de Leopoldo de Almeida e o Museu da Cerâmica são alguns dos locais que poderão visitar e, garanto-vos, vão ficar bastante surpreendidos pela sua riqueza artística. Leia mais, aqui.
4 – Arquitetura
Além da Igreja Nossa Senhora do Pópulo (e do seu relógio na Torre) há outros monumentos para ver como a Ermida de São Sebastião e os muitos chafarizes que, atualmente, decoram a cidade. Em tempos, uma cidade muito movimentada, Caldas tinha fontes para os habitantes e para quem vinha fazer negócio ao mercado.
7 – Parque Urbano Abraço Verde
É um parque urbano, com aposta em espaço verde, que veio dinamizar uma parte mais moderna da cidade e que tem como objetivo valorizar espaços do Complexo Desportivo Municipal. Ao ar livre é possível encontrar uma ciclovia, aparelhos fitness, para todas as idades, um parque de merendas e parque infantil, e aqui além da piscina tem campos para vários desportos: ténis, futebol, rugby e o centro de alto rendimento de badmington.
8 – Lagoa de Óbidos
Entre os concelhos de Caldas da Rainha e de Óbidos, na zona Oeste de Portugal, a Lagoa de Óbidos vai mudando de aparência, de cenário e de vida animal, consoante as marés. A cada hora, poderá ver as alterações: o maior ou menor areal; o vai-e-vem de pássaros; os desportos aquáticos e os pescadores de amêijoas a pé ou nos barcos. É como um quadro, mas sempre em movimento. E ali ao lado está a Foz do Arelho. Conhece os desportos que pode praticar na Lagoa de Óbidos? Leia mais.
9 – Foz do Arelho
A Foz do Arelho une duas praias, com o melhor de dois mundos: a agitação do mar e a acalmia da lagoa, numa área onde os ventos muitas vezes se fazem notar. Bom para alguns desportos de água mas… é por isso que vai ver muitos para-ventos no areal. Vale a pena ir a banhos aqui. Leia mais.
O QUE COMPRAR NAS CALDAS DA RAINHA
1 – Cerâmica, claro!
São tantas as lojas que é difícil aconselhar alguma. Existe a loja de fábrica da Bordalo Pinheiro, mas no centro da cidade existem dezenas de outras lojas, e com peças muito bonitas. Aproveite para espreitar a loja Sr Jacinto no centro da cidade, um antiga retrosaria que também tem peças vintage e cerâmicas – peças antigas e modernas.
2 – Os Bordados
São muitas as lendas em redor dos bordados das Caldas da Rainha, ligadas à Rainha Dona Leonor. Aliás, o bordado, sobre linho, é conhecido por “Bordado Rainha D. Leonor” e usa figuras e motivos que estão ligados à rainha, que deslumbrou as gentes desta terra pelos seus atos tão nobres.
O bordado em tons de dourado vem do ouro da Rainha: reza a história que D. Leonor fez uma venda das suas peças de ouro, para angariar dinheiro, para terminar as obras do Hospital Termal (por volta de 1845). Leia mais.
3 – Loja Quinze
Porque destaco esta loja? Porque adorei!!! A loja Quinze é um daqueles espaços que tem mesmo de visitar! “Uma marca portuguesa com uma história única, sobre a “mais perfeita rainha de Portugal”.
Fica na rua Rafael Bordalo Pinheiro (número 21) e é da designer Joana Sousa , uma empreendedora de 23 anos, que decidiu fazer todo um projeto em torno do século (XV) em que a história desta cidade mudou e por causa de uma personagem: a Rainha D. Leonor.
Porque estudou sustentabilidade as peças são certificadas e o processo de produção é sustentável e ecológico, trabalhando só com empresas de Portugal (excepto no caso dos ursinhos de peluche). Tudo o resto é Made in Portugal. A loja abriu em 2020 e tudo o que vende tem um lado funcional, ou não fosse Joana designer de produto. Cadernos, bolsas, sacos de pano, fitas para o cabelo, brinquedos, t-tshirt’s e mensagens bonitas. A loja é pequena em espaço mas grande em ideias. Parabéns, Joana!
De uma freguesia das Caldas da Rainha saem azulejos para o mundo inteiro. Fazem trabalhos de reconstrução, mas também podem encontrar as suas peças à venda em lojas e museu. Conhece a Azulejaria Sá Nogueira?
5 – As peças fálicas das Caldas
E como começou esta malandrice do ca**lho das Caldas?
No início do século XIX, Manuel Mafra – menos conhecido que Bordalo, mas que é tido por muitos como o verdadeiro mestre da cerâmica – trabalhou com a Maria dos Cacos, a dona e operária – da Fábrica de Cerâmica das Caldas da Rainha. A senhora, malandra e bem disposta, tinha feito uma experiência com um caneca com uma pila lá dentro. Mas não pegou nessa altura. Mais para a frente, Manuel Mafra passou de trabalhador a dono da fábrica e imprimiu o seu estilo.
O rei D. Luis I gostava muito de dar festas e de oferecer peças das Caldas aos seus convidados. Num dos jantares, Mafra e o seu assistente, o Bandalho, fizeram uma caneca que foi um sucesso.
O vinho já estava servido nas canecas, mas quando começam a beber… surpresa! Tem uma pila no interior.
E toda a gente adorou e quiseram comprar. E é assim que, pelo menos desde o século XIX, há pilas das Caldas espalhadas pela Europa.
Diz-se que a frase “Chegam as cinco e não faço um ca**lho”, tem a ver precisamente com o encerramento da fábrica às cinco da tarde, quando paravam a produção dos ca**lhos.
Atenção! Como já disse antes, seria muito injusto reduzir-se as Caldas da Rainha a esta história. É apenas uma de muitas. De uma terra, cheia de criatividade. E mesmo os ca**lhos das Caldas não estão relacionados com pornografia, com obscenidade ou algo do género! Estamos a falar de Arte e História caldenses!
A Confraria do Príapo destina-se a preservar essa tradição histórica e artística à volta do falo e incentiva artistas atuais a continuarem a tradição de peças que perpetuem essa história.
MAIS INFORMAÇÕES DAS CALDAS DA RAINHA
– Roteiro Caldas da Rainha a 360º
– Agenda de eventos nas Caldas da Rainha/Cultural Agenda
– Descarregue gratuitamente a app City Guide Caldas da Rainha