São muitas as lendas em redor dos bordados das Caldas da Rainha, ligadas à Rainha Dona Leonor. Aliás, o bordado, sobre linho, é conhecido por “Bordado Rainha D. Leonor” e usa figuras e motivos que estão ligados à rainha, que deslumbrou as gentes desta terra pelos seus atos tão nobres. Guia / Roteiro para visitar as Caldas da Rainha.
A história menos complexa – sobre os bordados – é que tanto a rainha, como as suas aias, quando ficavam nesta região, se dedicavam aos bordados. Mas existem mais histórias: o bordado em tons de dourado vem do ouro da Rainha: reza a história que D. Leonor fez uma venda das suas peças de ouro, para angariar dinheiro, para terminar as obras do Hospital Termal (por volta de 1485).
As aias acharam que a atitude era tão magnânima e nobre que decidiram criaram bordados com base em dourado, como forma de servirem de homenagem à rainha, e à sua atitude, e começaram a ser vendidos para ajudarem na finalização da construção do hospital das termas.
E é daí que vem o motivo dourado: bordam em branco quando o linho é escuro e o bordado tom de mel é para bordar com branco, “é mais difícil encontrar”, diz-me uma das bordadeiras que encontrei na sede que está no Pavilhão do Municipio das Caldas da Rainha. “São três tonalidades: é sempre com o dourado, castanhos, que às vezes são tão próximos, que tentamos conjugar e variar, fazer sobressair”, explica-me.
O trabalho é minucioso e requer tempo. Para uma pequena peça são necessárias duas horas para o bordado, depois o acabamento ainda pode demorar mais. Um pequeno saquinho – com alfazema no interior – pode levar 4 a 5 horas a ser feito.
Os motivos dos bordados da Rainha D. Leonor:
– Coroa
– passarinhos
– as carinhas (tudo indica que deve ser inspiração numa divindade indiana, como coincidiu com o reinado de D. João II e o Caminho para a Índia; pensasse que as inspiração venham daí)
– as flores, que são arabescos
– pelicano (símbolo do rei D Joao II)
– coração (é pela dor de a Rainha ter perdido o filho único; diz-se que ele ia a cavalo e que caiu ao Tejo, em Santarém, e que foi encontrado por pescadores e entregue num camaroeiro, por isso é que está representado no símbolo da Rainha).
– camaroeiro (símbolo da Rainha)
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