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Publicado em Maio 18, 2020

Vamos mudar o mundo? Textos da aula 4 do Workshop Online de Escrita para Blogues

Workshop de Escrita

21 – À PROCURA DA GRANDE BELEZA

Porque é que viajamos? Para sairmos da nossa realidade? Para estar com alguém de que gostamos? Para conhecermos gente? Para ver aquele edifício ou aquele quadro num tal museu? Para comermos algo diferente? Para escalarmos aquela montanha, ou descermos aquele rio? Para experimentarmos aquela inebriante sensação de estar a descobrir algo ao vivo e não através de um livro ou da televisão?

Todas as razões são boas! São momentos em que nos podemos encontrar connosco e com os nossos interesses e especificidades… Viajar a sério implica sair da estrada mais transitada. Caminhar e seguir os teus instintos. Um bom guia é imprescindível porque há lugares que não se podem deixar de conhecer, mas porque não perderes-te e voltares a encontrar-te? Pode correr mal (as viagens são o espelho da vida, claro!), mas quase sempre corre bem e aprendes que a grande maioria das pessoas são curiosas, procuram que o amanhã seja um bocadinho melhor que o hoje, são probas e têm bom coração. Tal como tu! Mudam-te a ti e mudas o mundo. E voltas melhor, mais optimista e a saber que ele é melhor do que te contam.

As experiencias mais memoráveis podem ser as mais inesperadas. Há anos, na Geórgia, a caminho da vila termal de Borjomi, desci da carrinha em que ia, já de noite, num cruzamento a uns vinte quilómetros do meu destino. Sem saber muito bem se ainda haveriam transportes públicos, comecei a pedir boleia e fui apanhado por um casal. Ao chegar à vila acabaram por me convidar para dormir em sua casa, deram-me jantar e pequeno almoço e ainda trouxe na bagagem uns frascos de doce de frutas caseiros. Na Arménia aluguei um jeep Lada e dei a volta ao país. Dei boleias todos os dias, geralmente a gente que achava curioso ver um estrangeiro a guiar por lugares tão remotos. A comunicação era quase sempre gestual mas foram sempre momentos de puro prazer e disfrute. O protagonista do famoso filme italiano dedicava a sua vida à procura da grande beleza. Não será essa busca a principal razão para viajarmos?

Autor: Pedro Moita

22 – UM ARROTO QUE MUDOU O MUNDO

O que eu gostava de fazer e o que eu faço para mudar o mundo, eis a questão! Mudar o mundo, salvá-lo da poluição e de morrer afogado na sua própria transpiração? Acabar com a fome, com a guerra e com a corrupção? Lutar contra a intolerância, o racismo e a descriminação?
O mundo é tudo o que existe, todo o universo, infindo e inalcançável. O mundo é o nosso sistema solar, um recanto nesse imenso universo. Também chamamos mundo ao planeta Terra, e é deste mundo que falamos quando dizemos que queremos dar a volta ao mundo. Da escala planetária, podemos ir descendo, descendo e descendo até ao nosso pequeno mundo, o da nossa rua, da nossa casa ou dos nossos pensamentos. Também é mundo o obscuro outro mundo.

Um passo em falso neste mundo atira-nos num ápice para o outro mundo. Um gesto no nosso pequeno mundo pode mudar o mundo.
Certo dia, não interessa qual, um homem sai de casa e, interrompendo um trajeto igual ao de sempre, detém-se para almoçar. Pede o seu prato favorito, é servido com prontidão e sorve a iguaria com inocente gratidão. De barriga cheia, agradado com o repasto, e como manda a tradição, arrota, ainda sem culpa, de satisfação. O ar estremece e o mundo adoece. As pessoas recolhem-se em casa, os transportes param e as fábricas fecham. O ar está mais limpo, o silêncio é maior, as praias estão desertas e o planeta agradece. Um golpe de morte ou de sorte?

Sem a ambição de agitar o mundo com tamanho e brusco safanão, vou pondo os jornais velhos no papelão e levo um saco de pano quando vou comprar o pão. Não sou de fazer vibrar a multidão nem de morrer por uma missão. Sem pressa vou caminhando, resiliente e em frente, até um dia chegar ao outro mundo e poder confirmar se o que mudou o mundo foi um arroto ou não.

Autor: ZT

23 – A (TENTAR) MUDAR O MUNDO

Se me perguntarem que ideias tenho para mudar o mundo: milhentas! Quem não? Sou uma sonhadora nata e é difícil escolher, entre as mil e uma coisas que estão erradas, o que fazer para tentar mudá-lo. Passinho, a passinho… Afinal de contas: “grão a grão enche a galinha o papo”.

Posso falar-vos de um projeto da faculdade que venho a criar, há meses, de uma marca de biquínis sustentáveis e para tamanhos grandes. Tarefa nada fácil, digo-vos já, mas acredito que valerá todo o empenho nele envolvido. Assenta na chamada de atenção para a tão conhecida e ignorada questão ambiental e para o empoderamento da mulher e auto-aceitação. Questões que tão facilmente abordamos e que já fazem parte do nosso dia a dia, mas que acarretam um ónus tão forte e que nem sempre são levadas e encaradas com a seriedade devidas.
É fácil falar sobre um corpo imperfeito- as maminhas descaídas, a inevitável celulite, as dobrinhas na barriga que não deviam existir, o acne, o ser demasiado alta ou demasiado baixa. Nos dias que correm apontar o dedo é fácil e fazemo-lo tão levianamente que já se torna hábito. E depois há a questão ambiental- o lixo no chão, a reciclagem não feita, as emissões de co2 em excesso, animais a morrer, florestas a arder, árticos a derreter. Vivemos no mundo “cada um por si”- aquele de que muitas vezes me envergonho.

Portanto, se me perguntarem uma segunda vez, acho que, numa primeira instância, termino com a maldade, egoísmo e narcisismo do ser humano. Utópico, não? Eu sei que sim, mas sonhar não custa.
Acredito que incutir os pensamentos certos faz parte e é aquilo que muitas vezes fica em falta. Outras vezes é só teimosia, falta de vontade e a típica frase “não serei eu vou fazer diferença”- o pior erro. E é aí que entro eu.

A marca de biquínis, de que falei há pouco, prevê uma tomada de consciência- o saber que: “aquilo que faço é importante, porque se todos pensar-mos assim, a mudança acontece”. E é desta forma que pretendo (tentar) mudar o mundo- ou pelo menos um nicho suficientemente grande e impactante que possa influenciar outros.

Autor: Adriana Cunha

24 – ALL WE NEED IS WORDS

Nunca o mundo pareceu tão pequeno como agora. A forma veloz com que este vírus viajou faz-nos questionar tudo o que sabíamos até então. E é essa necessidade de esclarecimento e clarividência que nos faz aprender. A partir daí, moldamos os nossos pensamentos, reajustamos as nossas opiniões, e ultimamente as nossas ações. E é isso que vai fazer mudar o mundo. Na minha adolescência achava precisamente o contrário. Que o mundo era tão gigante, e tudo tão distante, que parecia impossível de alcançar.

Com 17 anos, conheci um rapaz inglês, veio ao Porto através de um programa de intercâmbio. Mal olhamos um para o outro senti o meu rosto a enrubescer e o coração a acelerar. Ele também corou. Foi o início do meu “Era uma vez”. Estávamos claramente apaixonados, e isso foi crescendo à medida que conversávamos e passávamos tempo juntos, que infelizmente era muito pouco. Foram poucos dias que pareceram longos e ao mesmo tempo ínfimos segundos. Chegou enfim o dia que eu temia, a sua partida. Vários eventos fizeram com que não conseguisse chegar a tempo ao aeroporto para me despedir, por momentos o meu chão desabou. Falei com a hospedeira e implorei-lhe que me deixasse entrar, mas não foi possível. Então, resolvi pedir-lhe que pelo menos levasse as flores que tínhamos para entregar. Ela aceitou, e numa das flores coloquei um papel com a minha morada, pedi-lhe p.f. que a entregasse ao meu amor.

Não fazia ideia se ele a tinha recebido. A minha vida estava em suspenso. O mundo que conhecíamos não era virtual. Passado umas semanas recebi a primeira carta e de repente ficamos mais próximos, ele estava mesmo ali, naquelas palavras. Por causa daquela hospedeira, da flor, do papel, o meu mundo mudou para sempre, e hoje, 25 anos depois, ainda falamos. Foi a partir daí que valorizei a força das palavras e ganhei o gosto por escrever. O amor torna o mundo melhor. Transformou o meu e o teu também.

Autor: Liliana Sousa

25 – VIVER LIVRE

Nesta primeira semana de desconfinamento voltei a fazer o que não fazia há muito tempo, o que mais amo, o que me permite ser aquilo que quero e mais gosto de ser: livre, solto, alegre e acima de tudo eu mesmo. Falo, claro, de viajar, de explorar novos lugares, de partir à aventura, de quebrar a rotina, sempre em segurança, mantendo a distância, e atento!

Visitei o Zêzere, aquele rio que nasce na Serra da Estrela e vai desaguar no rio Tejo; aquele rio que é unicamente português, “rio das cigarras”, cujo traçado irregular por entre vales e montes no centro de Portugal, criou paisagens de beleza incomparável; aquele rio que banha terras ainda tão cruas, tão longe dos roteiros frequentes no nosso país.
Dediquei-me aos concelhos de Ferreira de Zêzere e Vila de Rei, e apesar de ter explorado muito pouco, foi suficiente para saber que quero mais: mais daqueles miradouros até perder de vista que surpreendem qualquer um e que nos relembram da nossa real exiguidade; mais daqueles caminhos de xisto, herança dos povos que ali viveram e ainda vivem; mais daquela água gelada; mais de deitar simplesmente junto ao rio, num pedaço de margem deserta, e absorver toda a energia positiva e paz que a natureza em estado tão puro proporciona.

Eu sonho em viver as minhas paixões, viver livre, e se as minhas histórias de viagem inspirarem outras pessoas a seguirem os meus passos, creio que já estou a mudar o mundo, a torna-lo mais acolhedor, mais humano. É tão bom ser feliz, e se formos todos?

Autor: Pedro Domingues

26 – TER BOA VONTADE NÃO BASTA

Há muito me questiono que papel quero ter para construir um mundo melhor. O que está ao meu alcance, o que posso fazer, com o que consigo lidar e ao mesmo tempo ter prazer no ato de ajudar o próximo.

Em miúda tinha muitos sonhos sobre como ajudar os outros, mas há medida que fui crescendo vieram algumas consciências e vicissitudes. A minha primeira noção de realidade remonta a 1999, quando aos 19 anos viajei até à República Dominicana. Aventurei-me e andei nos autocarros locais para ir ao mercado, foi divertidíssimo, mas as condições eram irreais. Numa excursão que fiz, atravessei parte do país e vi outra realidade e outras condições de higiene que me deixam perplexa. Numa paragem do autocarro fomos engolidos por um grupo grande de crianças a pedir, com uma aparência de acordo com a sua condição de vida. Uns turistas deram um pacote de batatas fritas em que elas lutaram entre si para as obter, senti vontade de chorar e angustia. Tive um sentimento de impotência perante aquela realidade. Este tipo de situações faz-me estar grata por viver no parente rico do mundo e questionar o que está ao meu alcance para dar o meu contributo. Já fiz algumas ações como a refood e a festa de natal dos sem-abrigo, mas apercebi-me que não sei lidar com as emoções que dai advêm, o que dizer, que expressão fazer, não tive prazer na ação e não voltei a faze-lo. Para quem sempre disse que queria distribuir comida pelos sem-abrigo, foi um choque perceber que não soube lidar com a situação. Talvez precise de outra preparação. Já pesquisei sobre voluntariado no estrangeiro e percebi que era necessário bastante dinheiro e mais uma vez me questionei se saberia lidar com as emoções.

Hoje em dia percebo que ter boa vontade somente não chega, há que lidar com muito mais. Para mim, no que toca a ajudar ao próximo, o que tem sido mais gratificante é incentivar as pessoas ao meu redor a enfrentar os seus medos, do que propriamente em situações mais terrenas.

Autor: Cláudia Ramalho

27 – A ARTE DE APERFEIÇOAMENTO

Algo que aprendi nos Escoteiros foi o facto de para mudar o mundo, devemos, primeiramente, aperfeiçoar-nos a nós mesmos. Acredito nisto, pois não devemos esperar atos de outras pessoas, quando nós próprios não somos capazes de os realizar.

Com este intuito, creio que ensinamentos como: “O Escoteiro é alegre e sorri perante as dificuldades” ou “O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros”, são exemplos de leis que, se cada pessoa conseguir segui-las, consegue-se tornar o planeta num lugar melhor. Não digo que seja fácil, mas nunca ninguém disse que a jornada da vida não seria difícil. Deste modo, a necessidade de estar sempre apto para qualquer situação e peripécia, constata que apesar de não sabermos o que nos espera, podemos tentar dar o máximo para agir corretamente. Por exemplo, numa atividade em que participei à um ano— “Passo a Passo” —, no qual participaram todos os grupos da região do Norte, o principal objetivo deste acontecimento era limpar todas as praias de Leça da Palmeira. Assim, discriminaram-se equipas por idades e, juntamente com outras pessoas desconhecidas, passei um dia inteiro a limpar aqueles locais. As diferentes personalidades com as quais contactei, que tinham toda aquela resiliência, demonstraram-me que uma pratica daquelas pode acabar por ser divertida. No fim do dia, ao chegar a casa, para além de ter reparado no meu cheiro pavoroso, compreendi que com pequenas ações já estamos transformar a Terra num lugar melhor.

Em conclusão, foi necessário passar um dia rodeada de lixo, para refletir e ter mais consciência em termos do ambiente e do nosso planeta. Pois, a partir desse dia apercebi me que a Terra é a nossa casa e devemos cuidar dela.

Autor: Carolina Salgueiro

28 – UM MUNDO IDEAL

Se me fosse dada a possibilidade de conhecer Aladino e a sua lâmpada mágica, além de lhe pedir para voar no seu tapete voador, um dos pedidos seria mudar o mundo, mas por onde começar? Um milhão de pensamentos surgem em simultâneo na minha cabeça. Que desejos concretos eu poderia pedir? Acabar com a fome? Paz no mundo? Acabar com as diferenças sociais? Acabar com a escravidão? O desmatamento das florestas e morte de animais? Acho que o Aladino não tinha desejos suficientes para esta mudança.

Então, e se começarmos por nós próprios? O que eu posso mudar no meu mundo? O que eu posso contribuir para a minha paz interior, para poder levar amor ao próximo? Acredito que a vicissitude é individual e começa por nós mesmos! Pois são as tuas pequenas ações , que podem fazer a grande diferença e encorajar os outros a fazer o mesmo, proporcionando o efeito “bola de neve “ para todo o planeta, tornando este lugar um mundo melhor.
Deixo aqui algumas ideias para começarmos a grande mudança:
– Ser gentil;
– Ser positivo e levar a tua positividade ao próximo;
– Sorria para um desconhecido;
– Faça voluntariado;
– Doe sangue.

Estes são pequenos atos que podem ter um impaco enorme no mundo do outro. Não nos podemos esquecer as batalhas que cada um está a travar! Retornando a Aladino e a sua lâmpada mágica, se eu pudesse pedir um desejo seria alterar o ADN de cada ser de amor incondicional pelo próximo, pela vida, pela humanidade.

Autor: Sandra Antunes

THE END

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