Eleito em 2016 como melhor museu da Europa, o POLIN – Museu da História dos Judeus Polacos, fica em Varsóvia, capital da Polónia, e surgiu no coração do que era o bairro judeu e se transformou no gueto, durante a II Guerra Mundial. Se este museu se destaca mais pela sua arquitetura também a estrutura e cronologia históricas são algo de relevo. Não é só focado no Holocausto – ainda que lhe dê grande destaque – mas mostra toda a evolução da sociedade e da vida dos judeus polacos, através os tempos.
O Museu da História dos Judeus Polacos (POLIN) abriu a 19 abril de 2013 e conta uma história com mais de mil anos deste povo, neste país. Tem uma arquitetura moderna – um rasgo no teto poderá significar o corte entre o passado – escuro – e um futuro que se quer risonho e mais claro – e foi implementado no local onde existiu o antigo bairro judeu, transformado em gueto, estando hoje em dia rodeado por bairros residenciais.
À frente do museu, está uma estátua/monumento que evoca e homenageia a Revolta e os Heróis do Gueto. A única revolta do povo, já desgastado pela guerra, fome e doenças, numa tentativa – ainda que vã – de derrotar os opressores. Durante 63 dias, os revoltosos – apelidados de Resistência Judia – pretendiam dar uma ajuda ao exército soviético e libertar a cidade de Varsóvia.
Ainda hoje em dia, no dia 1 de agosto, sempre às 17h00, a cidade pára completamente. Se for no trânsito ,não se admire se tudo parar… literalmente. As sirenes começam a tocar para assinalar essa revolta de 1944: a única que foi feita contra os invasores. E é feito um 1 minuto de silêncio.
Quanto tempo para visitar? Fui visitar o museu durante uma manhã, até à hora do almoço, mas precisaria de mais tempo para ver e ler tudo como queria. A última parte já foi mais a correr e gostaria de ter tido mais tempo. Tem dois restaurantes se quiser comer lá e prosseguir a visita.
Esta história começa há mil anos e o museu mostra a chegada dos judeus à Polónia, exemplificando como viviam, os seus usos e costumes, tradições, profissões, gastronomia, etc. Há todo um enquadramento histórico também, que acompanha explicações bastante práticas. Não é de admirar que o museu estivesse cheio, com muitas visitas de estudo, já que é bastante educativo e para todas as idades.
O enquadramento histórico segue sempre junto dessas explicações mais minuciosas de como funcionava a sociedade ao longo dos tempos. Há ruas de fingir, cafés com música, jornais do dia pendurados e toda uma decoração que nos leva numa viagem ao passado… para o bem e para o mal.
No interior, um dos espaços que mais me cativou – e que costuma ser cartão-postal do museu – é a réplica da sinagoga de Gwozdziec, que foi destruída durante a guerra. Um espaço muito colorido, onde vale a pena parar para ouvir (no seu audio-guia) as explicações do desenhos e atentar nas bonitas pinturas.
Mesmo representando os vários momentos felizes, infelizmente, o passado deste povo é feito de muita tragédia na Polónia. Há muitas fotografias e vídeos/filmes que acompanham as exposições, assim como a componente áudio não foi esquecida e faz-nos viver ainda mais o que nos é descrito. No mínimo, em muitos momentos, nos entristece tudo o que nos é colocado à frente, mas só assim poderemos perceber o que sucedeu… mesmo que nunca entendamos como pode a crueldade humana não ter limites.
De forma ainda mais próxima, é mostrada a propaganda alemã e também partes de diários de pessoas que iam descrevendo o dia a dia no gueto – estes diários foram aqueles que não chegaram a ser confiscados ou queimados – antes de serem levados para campos de concentração.
Mais informações no site oficial do Museu POLIN.
– Viajei com a TAP para Varsóvia –