Nos Emirados Árabes Unidos, o Dubai foi tudo o que eu esperava e também o que eu não esperava. Conhecida pelos centros comerciais, arranha-céus, vida luxuosa e compras… quando percebi a origem da cidade do Dubai, vi o quanto custou chegar aqui. E foi aí que toda a percepção mudou. Agora, imaginem, esta cidade moderna que conhecemos era, há pouco mais de 40 anos, um local muito pobre, desértico e onde as principais atividades económicas eram a apanha da pérola, pesca e construção de barcos. Se virmos as imagens do antes e do depois, são tão contrastantes, quase não acreditámos que são os mesmos locais.
As condições de vida não eram as melhores e a constituição dos Emirados Árabes Unidos – aos quais o Dubai pertence – trouxe um impulso grande. Mas, a iniciativa veio sobretudo de líderes com visão de futuro e da descoberta de petróleo. Lá está… mas, vamos ver, quantos países têm petróleo e não conseguiram modernizar-se desta forma? O que é o Dubai tem que os outros não têm? Deixo a vocês as conclusões e podem partilhá-las, nos comentários deste texto. Mas, o que é um facto é que se cola à cidade de Nova Iorque chamando-se de um local “de todas as possibilidades” e com um “potencial ainda por revelar”.
Só para ficarem com uma nota de grandeza e de como esta se tornou o quarta cidade mais turística do mundo (a seguir a Banguecoque, Paris e Londres), o Dubai recebe cerca de 16.7 milhões de turistas, por ano.
Deixo-vos aqui o programa da minha viagem de quatro dias completos no Dubai. Não é o programa perfeito e ficou muita coisa por ver mas, assim, tenho ainda mais vontade (e pretextos) para voltar lá em 2021, ano em que se vai realizar a Expo 2020 (adiada devido à pandemia). Senti-me sempre muito segura – isto para falar das poucas vezes que estive sozinha – desde o momento em que fui para o deserto, ou a caminhar sozinha junto do Creek ou a andar de uber à noite. Sempre segura!
Em quatro dias fiz de tudo um pouco no Dubai, mostrando a versatilidade deste destino: fui à praia, visitei a cidade antiga, fui ao deserto, experimentei diferentes gastronomias, visitei os locais mais trendy, galerias de arte, aprendi muito em museus deveras interessantes, fui ao maior hammam do Médio Oriente, e apreciei vistas panorâmicas que dividem uma Dubai tradicional, duma cidade ultra-moderna e… não fiz compras!
É NECESSÁRIO TESTE COVID-19 PARA O DUBAI?
Sim, tive de fazer o teste da Covid-19 para poder embarcar, com destino ao Dubai. O teste tem de estar em português e inglês. Pediram-me o papel (sim, tem de estar impresso) no check in da Emirates e também à chegada, ao aeroporto do Dubai. Antes de voltar para Portugal, tive de fazer novo teste Covid-19. Fi-lo num hotel, de forma a aproveitar a minha estadia e não perder tempo em deslocações desnecessárias e longas esperas. Ambos os testes deram negativo… se não tivesse sido assim a minha história aqui seria bem diferente, não é?
O teste para ir: tem de ser feito segundo regras que, infelizmente, poderão estar sempre a mudar, por isso certifique-se de quais são na altura da sua viagem – mais info aqui.
Em ambos os voos a Emirates dá aos passageiros uma caixa com saquetas de álcool gel, máscaras e luvas.
Tenha também em atenção que há testes que dão “Resultado Inconclusivo”, por isso não deixe para o último dia, assim terão tempo de o refazerem antes de voarem. Vi gente muito aflita no balcão do check in, com este tipo de documentos em falta.
E preencham online o questionário da DGS, que exige para quem está a ir para Portugal – aparecerá no check in online. No aeroporto do Dubai, pediram-me para mostrar que tinha preenchido esse inquérito (que tem a ver com os sintomas da Covid-19, se os temos ou não), numa espécie de compromisso de honra.
O seguro de viagem agora é totalmente obrigatório e podem pedir para o viajante o mostrar. A mim, nunca foi solicitado.
COMO IR PARA O DUBAI?
Infelizmente com a pandemia, os voos da Emirates, a partir do Porto, deixaram de existir e só em Lisboa temos esse voo direto. Sai por volta das 13h35, de Lisboa, e chega ao Dubai à uma da manhã. Entre esperar a mala e ir para o seu alojamento/hotel… já passam das duas da manhã (hora local), apesar de para nós portugueses, o jet lag nos dizer que são apenas 22h00. Nota: são quatro horas de diferença, entre Portugal e o Dubai.
Isto para dizer que vai ser difícil pregar olho cedo, quando chegar ao alojamento. E também quer dizer que, ao se deitar tarde, vai querer descansar mais na manhã seguinte.
ONDE FICAR A DORMIR NO DUBAI?
Cheguei já de madrugada ao Al Seef Heritage Hotel Dubai, Curio Collection by Hilton e o que me pareceu é que estava alojada no meio da Dubai antiga (Al Bastakiya). Errado! Foi quando acordei, de manhã, que percebi (porque me contaram!) que tudo aquilo foi construído de raiz – há cerca de dois anos – mesmo ao lado da Dubai antiga, e com uma arquitetura que imita na perfeição o legado que foi deixado. É um dos mais originais hotéis onde já fiquei alojada. Leia mais, aqui.
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DIA 1 NO DUBAI – PROGRAMA DE 4 DIAS COMPLETOS
Acordei bastante cedo e fui para a praia. Existem várias praias no Dubai, mas apenas algumas são públicas. Fui até à Sunset Beach onde os locais vão e onde se podem encontrar os expatriados, sozinhos ou em família, com biquinis e calções curtos, assim como as muçulmanas vestidas da cabeça aos pés, lado a lado. Sem qualquer tipo de julgamentos uns com o outro.
A água quente, transparente – até os peixinhos se vêem – e uma tranquilidade boa na praia, com vista para edifícios arquitetónicos incríveis como Burj Khalifa, que conseguimos avistar ao longe.
Depois da praia, bateu a fome e fui visitar um espaço moderno e muito acolhedor. O Comptoir 102 é restaurante e uma concept store, com produtos de decoração, moda e artesanato. Basicamente é um sítio muito bonito, com comida de inspiração árabe. Provei a “Shakshuka à nossa moda” (ficará por cerca de 100 dirhams por pessoa) e um sumo de fruta natural, com gengibre. O sítio é muito cool e o brunch é muito concorrido, principalmente ao fim de semana.
Mesmo ao lado, e na mesma onda e vibe, está o Kulture House Dubai. Com ambiente igualmente cool, decoração bonita, plantas, roupas de estilistas, artesanato, bijutaria, uma galeria, e um café com um brunch também apetecível (vi nalgumas mesas).
Para mim, ao ir para o Dubai, além de sonhar conhecer a cidade, era também sonhar com a ida ao deserto. Então, guardei essa viagem logo para o primeiro dia. Saí da praia, almocei, tomei um banho e aguardei o meu transfer para me levar para o Dubai Desert Conservation Reserve. Além do passeio nas dunas, do jantar tradicional e estadia num acampamento, ia fazer um passeio de balão na madrugada do dia seguinte. Vou já cortar esta parte, que dói-me na alma, porque o passeio de balão não se realizou, uma vez que o tempo não reunia as condições de segurança necessárias. E é assim que tem de ser! Eu sei! Mas fiquei triste…
Sai do hotel, demorámos mais de uma hora a chegar aquela reserva do deserto. Primeiro, conheci o acampamento e o meu singelo quarto e parto de seguida para o passeio de jipe nas dunas, com paragem num oásis. Ao final do dia, ao pôr do sol, assistimos a um espetáculo de falcões. Este animal é o símbolo da nação dos Emirados Árabes Unidos e sempre foi considerado muito importante, uma vez que ajudava a caçar.
Antes do jantar tradicional árabe, no acampamento beduíno, pudemos andar de camelo, assistir à confecção do pão e café árabes e temos um espetáculo de tambores. Durante o jantar provámos quase tudo o que é típico, incluindo a carne de camelo. Fiquei a dormir no deserto, dentro do quarto que é uma espécie de tenda grande, mas sem casa de banho privada. Aliás, fiquem já a saber que não há chuveiros. A ideia é sair cedo para o voo de balão e as casas de banho são só mesmo para o essencial. Lavar dentes e banho checo lá com o chuveirinho que todos têm. 😀 😀
DIA 2 NO DUBAI – PROGRAMA DE 4 DIAS COMPLETOS
Antes do sol nascer, eramos dezenas de pessoas à espera da experiência de balão – e eu que ia juntar essa experiência à da Beira Baixa, da Capadócia e do Atacama – ficamos todos em terra porque, como já disse, as condições atmosféricas não inspiravam segurança. Os voos foram cancelados e quem pudesse poderia ir no dia seguinte. Eu não pude e, após o belíssimo pequeno-almoço no acampamento, fui de volta ao centro da cidade. Aproveitei ainda o nascer do sol para fazer fotografias no deserto, junto do acampamento.
Se tivesse feito o passeio de balão seria qualquer coisa como isto. Para mais informações, aqui.
Voltei à cidade depois do pequeno-almoço. Cheguei ao hotel, tomei banho e saí para ir conhecer a Dubai Antiga, que fica ali mesmo ao lado do meu hotel. Aliás, o Al Seef Heritage Hotel Dubai, Curio Collection by Hilton, tem toda uma arquitectura que quer “fingir” que é a Dubai Antiga. As cores, os edifícios e até as Torres de Vento, que serviam para refrigerar as casas porque aqui (deserto), no verão, as temperaturas quase chegam aos 50 graus… dá para estrelar ovos nas ruas.
Tive uma visita guiada na Dubai Antiga. A Cris, brasileira a morar no Dubai há mais de uma década, conta a história do Dubai de forma apaixonada! A Al Shindagha (Al Bastakiya) é a Dubai Antiga, junto ao Creek (canal) onde a cidade cresceu e se desenvolveu.
Aqui, fui visitar as casas tradicionais e almocei numa delas que é alojamento e restaurante (e galeria de arte também). O XVA Arte Hotel tem um pátio interior lindo onde podemos provar alguns pratos típicos e vegetarianos.
Pela Dubai Antiga, fui visitar também alguns museus que contam a história desta cidade e deste (recém) país (Emirados Árabes Unidos). Fui à Perfume House, que conta a história do perfume e incenso; fui ao Museu Arqueológico, onde fiquei a saber mais sobre o símbolo da Expo 2020; e visitei o Museu do Creek, que é muito interessante e nos dá uma perspectiva global, sobre o desenvolvimento da cidade do Dubai.
Antes do pôr do sol, já estava dentro de um dos barcos tradicionais – pode pagar um bilhete comum e ir com toda a gente, ou reserva um barco só para si, o que não é muito caro – os Abra, que nos levam até aos tradicionais souks. Fui andar pelo Souk das especiarias, os dos têxteis e o extravagante Dubai Gold Souk, com peças de ouro de fazer arregalar os olhos.
Ao final do dia, o jantar foi num muito conhecido restaurante onde várias personalidades internacionais já passaram. O Arabian Tea House. Começo por tirar fotografias cá fora, porque tem um cantinho amoroso, com almofadas no chão, e no interior tudo é azul e branco, que nos transporta para um ambiente do Mediterrâneo. A gastronomia emirati é muito influenciada pela gastronomia indiana, assim estava no céu e comi uma espécie de caril de camarão, que estava divinal.
DIA 3 NO DUBAI – PROGRAMA DE 4 DIAS COMPLETOS
No terceiro dia, comecei por ir à “moldura” da cidade: a Dubai Frame tem 150 metros de altura – o equivalente a 48 andares – e duas vistas que se complementam: a Dubai moderna e a Dubai antiga. Todos os anos, a cidade ganha novas atrações que cativam os visitantes a regressarem – esta abriu em 2018. Lá em cima é possível caminhar sobre um vidro – só para quem não tem medo de vertigens – e ter a vista para baixo. Leia mais.
De seguida, fui visitar o Museu Etihad. Vale muito a pena! Este museu acolhe (além do próprio museu) a Union House e a Guest House. Etihad significa União e foi neste local que foram assinados os acordos da unificação dos sete Emirados Árabes Unidos (EAU), dando origem ao país que existe hoje em dia. Foi aqui içada a primeira bandeira, deste recente país. Neste museu, além de percebermos melhor a história desta união, podemos ficar a saber mais sobre os emirados e os seus líderes. Leia mais.
Deste último local, do Etihad Museum, trazemos uma lição de História do Dubai e a mesma continuou ao almoço: no SMCCU – Sheik Mohamed Centre for Cultural Understanding. É um almoço cultural, onde além de descobrirmos a gastronomia emirati, temos o acompanhamento de um local, e podemos fazer as perguntas que quisermos. Tanto históricas, como culturais, etc. A comida é boa, mas a conversa foi ainda melhor, e traz como benefício a desmistificação de várias ideias associadas a destinos, onde o Islão é a religião.
Curiosidade: na praia, contávamos histórias sobre a forma de as sociedades se vestirem de forma diferente. Do Ocidente, como mulheres, podemos dizer “porque é te tapas tanto?” “Fazes isso por causa da religião”; “por causa dos teus pais?”. Enquanto que, elas, por questões religiosas, mas até mais culturais, poderão perguntar “e porque é que tu andas com o teu corpo tão à mostra?”. “És assim tão insegura que tens de mostrar tudo, para saber que és apreciada?”. Terá isto só a ver com a liberdade? A liberdade de nos vestirmos como quisermos? Mais uma vez, contei-vos histórias, mas as ilações, essas, poderão vocês mesmos tirá-las. Os julgamentos de outras culturas nunca são bons. Mantenham a mente (e o coração) aberta 😀
Depois do almoço, fui mimar-me um pouco no maior hammam do Médio Oriente. Na reconhecida “palmeira” está o Talise Ottoman Spa no hotel Jumeirah Zabeel Saray, que fui experimentar e recomendo vivamente, quer vão sozinhas ou acompanhadas.
Os Spa’s dos hotéis estão abertos a todos, mesmo que não esteja hospedado lá. Assim, mesmo tendo estado alojada no Al Seef Heritage Hotel Dubai, Curio Collection by Hilton fui ao Talise Ottoman Spa, no luxuoso hotel (de cinco estrelas) Jumeirah Zabeel Saray. Porquê este, perguntam vocês? Muito simples! Porque tem o maior banho turco do Médio Oriente! Todo o Spa conta com 8 mil metros quadrados e está dividido em inúmeras salas, com múltiplos tratamentos, massagens e recantos para relaxar. Leia mais.
Dica: penso que este programa será ideal para o primeiro dia de viagem. Sabem porquê? Depois da viagem de avião, as pernas ficam sempre mais cansadas – e há quem sofra com inchaço – e, por isso, digam sempre às terapeutas o que precisam. No caso de inchaço, o calor o Hammam poderá não ser o melhor, mas podem desfrutar de outras massagens que ativam a circulação sanguínea!
Já com o sol a pôr-se chamei um uber, para me levar de novo ao centro da cidade e espreitar as famosas fontes luminosas, ao lado do Dubai Mall, que se auto-intitula o maior centro comercial do mundo, com um milhão de metros quadrados e mais de 1200 lojas. Se não interessado em compras, há a pista de gelo de tamanho olímpico, um parque de diversões, um teatro, o aquário… e muitos restaurantes. Aliás, no interior, há até uma área a imitar um Souk, desembocando na “avenida” onde estão todas as grandes grifes mundiais.
No exterior, estão as não menos famosas fontes luminosas. Tal como em Las Vegas… perdão, estas são maiores do que as de Las Vegas, claro! O espetáculo de luzes, coordenado com o sobe e desce dos jatos, pode ser acompanhado por músicas contemporâneas árabes e outras conhecidas mundialmente. Os espetáculos decorrem a cada 30 minutos, a partir das 6 da tarde (18h00) até às 11 da noite (23h00).
Onde ver o espetáculo nas fontes luminosas? Há quem vá para dentro dos barcos que estão nos lagos, mas quem não quiser estar tão em cima do acontecimento, basta arranjar um espaço na margem – o problema é que há sempre imensa gente. Eu fiquei mesmo de frente para o Burj Khalifa, que entretanto também se junta à “festa” com luzes no edifício todo e, por isso, acho sinceramente que é algo que se observa muito melhor mais afastado. Fiquei para ver um espetáculo, entrei para visitar o centro comercial e saí para assistir de novo, com músicas diferentes.
Ali muito perto, está o restaurante Ninive. Tem um espaço aberto, num terraço de um prédio, e um ambiente muito moderno. A ementa dá a provar um mix de cozinhas do Médio Oriente e Marrocos. É um local mais chique (do que os outros que sugiro) mas onde vale muito a pena ir, tanto pela comida como pelo local.
DIA 4 (E ÚLTIMO) NO DUBAI – PROGRAMA DE 4 DIAS COMPLETOS
Pela manhã cedo, fui visitar o espaço onde está a nascer a Expo 2020. Por causa da pandemia, a exposição mundial foi adiada para outubro de 2021 e a construção dos pavilhões continua. Foi uma visita só para jornalistas e não pude tirar fotografias ao local, mas tenho da maqueta do projeto que vai transformar esta numa zona – que até agora era deserto – num novo pólo de residências e serviços. Muitos dos pavilhões vão ficar, para o futuro, sendo casas de espetáculos, escolas, etc. Mais um projeto muito moderno no Dubai.
Entretanto, parto para descobrir uma outra parte da cidade, ligada à zona industrial do Dubai. Numa avenida cheia de oficinas de carros está o The Courtyard, de um lado, onde fui almoçar ao Cassette DBX, num espaço muito bonito. Quando entrámos parece que estamos numa vila italiana, com as fontes no centro do espaço e muitas plantas. Tem vários cafés, muito bonitos, lojas cheias de coisas lindas e até um teatro-escola especial, só para crianças.
Do outro lado da rua, está Avenue Al Serkal, onde fui descobrir todo um mundo novo da Arte Contemporânea e Moderna do Dubai. É um Distrito Cultural de 40 armazéns transformados em galerias de arte, organizações sem fins lucrativos, e negócios a crescercerem na área Al Quoz do Dubai. Em 500 mil metros quadrados, instalou-se uma vibrante comunidade de artes, designers, uma plataforma de desenvolvimento de indústrias criativas nos EAU. Tem também ginásios, salas de Ioga, e muitos espaços de co-working onde muita gente vai trabalhar, ou mesmo ter reuniões, e não precisa de pagar nada. Agora mudou de local, mas aqui já esteve a conhecida marca de chocolate do Dubai, a Mirzam, que tem uma fábrica de chocolate e loja-café.
Antes de seguir para o jantar, queria ver as luzes da cidade, porque já era de noite, de um ponto mais alto. Podia ter escolhido o Burj Khalifa que, com os seus 828 metros de altura, é o mais alto edifício do mundo. Abriu em 2010 e é um dos ícones da cidade do Dubai – ao lado dele, todos os outros arranha-céus parecem pequenos. Mas, ao seu lado está um duplo prédio, são dois unidos por uma plataforma que tem uma piscina, bar e restaurante com restaurante e vista para o Burj Khalifa (Address Sky View). O Ce la Vi, habituado que está às visitas para algumas das fotografias mais marcantes da cidade, tem um cantinho com um baloiço, mesmo em frente ao Burj. Brilhante. Fiquei ali uma meia hora apenas a observar as luzes da cidade e as fontes luminosas a funcionarem, lá em baixo, e parecem tão pequeninas.
O meu último jantar, no Dubai, foi no Al Falamanki (Jumeirah Beach Road), que é especialista em comida libanesa e posso arriscar em dizer que foi das melhores refeições que fiz no Dubai. E o preço não é nada caro – é um restaurante para locais e está longe de ter preços para turistas.
Além das várias salas, no interior, o Al Falamanki tem um jardim exterior, com mesas, cadeiras, sofás e poltronas. Alguns clientes vão para comer, outros para jogarem jogos e fumarem shisha. É um local de convívio, onde dá vontade de voltar e repetir.
Dica: se fizer a viagem de metro, que percorre a cidade toda a tem-se uma vista fenomenal: vão na carruagem da frente para terem a vista panorâmica.
NOTAS FINAIS SOBRE O DUBAI:
A história do Dubai é deserto. Nada existia aqui! E isso é incrível! O que faz desta cidade ser única é a visão de um Sheik. E não consigo deixar de invejar um país que tem (teve) como líder alguém tão visionário. Há 40 anos, o Dubai era um local pobre. Parece mentira, mas isto era terra de pescadores e peroleiros (apanha da pérola). Depois foi fazendo do canal (Creek) a sua mais-valia, onde recebia comerciantes do mundo inteiro. Fez com que se fixassem, isentou-os de impostos; inventou, construiu e continua a fazer um mundo de sonho.
A criação dos Emirados Árabes Unidos ajudou a que crescesse a a descoberta de petróleo também, mas quantos países têm essas posses e não conseguiram desenvolver-se e dar um bom nível de vida aos seus habitantes? Além disso, o Dubai orgulha-se se ser o local do mundo com maior número de expatriados. Estará longe de ser perfeito, mas nenhum país, cidade, vila ou local o é! E depois de falar com muitos expatriados, desde grandes empresários a condutores de táxi, este é mesmo um local onde dá vontade de viver. Voltarei com certeza ao Dubai.
NOTA: de forma a estar confortável e respeitar a cultura local, uma vez que o Dubai é uma cidade islâmica, não é aconselhável usar roupa de praia nos centros comerciais.
Quando visitar os quarteirões históricos e locais religiosos deve vestir-se de forma conservadora. As mulheres podem visitar algumas mesquitas, mas devem usar lenços na cabeça e roupa que cubra ombros e braços.