No Dubai, está o Etihad Museum, que acolhe (além do próprio museu) a Union House e a Guest House. Etihad significa União e foi neste local que foram assinados os acordos da unificação dos sete Emirados Árabes Unidos (EAU), dando origem ao país que existe hoje em dia. Foi aqui içada a primeira bandeira, deste recente país. Neste museu, além de percebermos melhor a história desta união, podemos ficar a saber mais sobre os emirados e os seus líderes.
Vamos já falar do elefante no meio da sala. Existem, de facto, fotografias só com seis dos governantes dos Emirados, mas no final acabaram por ser sete. Quais são? Os sete Emirados são Abu Dhabi, Dubai, Xarja, Ajmã, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujeira. A capital dos EAU é a segunda maior cidade dos Emirados Árabes Unidos, ou seja, Abu Dhabi. O Dubai é a cidade mais populosa (com mais de 3,3 milhões de habitantes; os EUA são mais de 9,6 milhões).
Etihad signifca União e, por isso, o edifício (que, na verdade, é mais uma sala) onde foram assinados os acordos ainda existe tal como foi utilizado (apear de ter sofrido algumas obras de manutenção). O museu foi construído à sua volta, mas um piso abaixo. E, só por isso, é já uma admirável obra de arquitectura. Foi inaugurado em 2016 este Museu Etihad.
Aliás, a entrada no Museu é feita pelo edifício novo. Diz-nos o guia que a ideia é com que pareça uma folha de papel – para retratar os acordos da unificação – e os pilares dentro do edifício terão como significado as 7 canetas dos 7 governantes. Entramos pelo edifício moderno, onde estão escritas em árabe, as palavras do acordo da unificação.
A visita começa pela sala, de carpete vermelha, e as cadeiras onde os líderes dos Emirados se sentaram em 1971, para assinar os acordos. É um espaço histórico! À sua frente está uma enorme bandeira dos EAU (a mais alta do Dubai, a 223 metros de altura) e uma mais pequena, que simboliza o local onde foi hasteada a primeira bandeira dos EUA.
Descemos depois ao piso -1 do museu e é aí que percebemos que todo o museu está construído em redor da sala da assinatura dos acordos, que está cá em cima. A construção deste museu é incrível. Cá em baixo, temos um moderno museu, interativo, com um espólio incrível: onde se encontram objetos pessoais dos governantes dos Emirados Árabes Unidos, fotografias antigas, passaportes, etc.
Porque decidiram os Emirados juntar-se? A primeira razão foi para ficarem mais fortes e quererem maior estabilidade para a região. Também deixaram de ser protetorados dos ingleses (que aqui andaram mais de 400 anos) e queriam sentir-se mais seguros – uniram os exércitos. O Dubai, por exemplo, que fazia dinheiro com as pérolas, sentiu um impacto económico enorme quando o Japão se tornou seu concorrente direto nas pérolas. A economia sofreu muito, mas pouco tempo depois descobriram petróleo. A BP (British Petroleum) “ajudou” a explorar o petróleo encontrado (nos anos 50 e 60), mas os EAU existem precisamente para os sete emirados se sentirem mais fortes e coesos. Os ingleses “retiraram-se” e o petróleo foi a salvação deste país.
No Etihad Museum pode também perceber, pelas fotografias antigas, como era Dubai antes. Um local desértico, pouco habitado e pobre. Ninguém diria que, apenas quatro décadas depois, seria um dos maiores destinos turísticos do mundo e que é feito por expatriados. É uma loucura pensar que 40% dos habitantes do Dubai são indianos, por exemplo. O mundo inteiro vive aqui e isso tornou-o um local que sente a mudança a cada dia. Ainda que a religião (Islão) possa ditar muitas regras e leis, o Dubai tem vindo a mudar muito. Quando lá estive tinha saído a lei que já permitia que os estrangeiros pudessem viver juntos, sem estarem casados. Antes, havia prisão para quem o fizesse, ainda que muito se olhasse para o lado e se deixasse passar.
No museu Etihad há fotografias antigas, jogos com aprendizagem sobre a história e a cultura do país. O falcão, por tempo, é o animal nacional e o símbolo da EAU. Estão os uniformes dos exércitos, que acabaram por se unirem para ficaram mais fortes. Também está exemplo do dinheiro que usavam antes de terem a sua própria moeda. Usavam o dinheiro da Índia, do Qatar, Bahrein… só depois de 1971 é que criaram o seu próprio dinheiro – e terem o seu próprio banco. E acabaram por criar um só passaporte dos EAU.
Este Museu serve também de forma de homenagem aos “pais” (líderes dos Emirados) do país que tiveram a visão e a capacidade de liderança, com todas as mudanças que isso trouxe, para cada um dos seus emirados.
Também a fazer parte do espaço do Museu e da Union House, está a Guest House que é o local onde se fazem recepções e encontros oficiais, para receber líderes ou personalidades de outras nações (nem sempre está disponível por visita; se estiverem a preparar alguma receção estará fechada). Tive sorte e consegui visitá-la por dentro. Por fora, ninguém imagina o requinte das salas. Os tapetes bordeaux e os dourados, os candelabros faustosos… são três as salas: uma de receção, outra de reunião e uma outra para as refeições (onde se sentam 300 pessoas). É tido como um dos mais históricos edifícios do Dubai e um marco dos EAU.
INFORMAÇÕES
Morada: Jumeira St. Cross of 2nd December St., Dubai, United Arab Emirates
Horário: 10h00 – 17h00
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