Fiz uma viagem de uma semana pela Tunísia, para descobrir uma diferente cultura, diferentes terras, tradições e gastronomia. Comecei na capital Tunes, depois seguimos para Hammamet, passamos pelo fantástico anfiteatro de El Jem, pelas ruínas de Cartago e fomos descobrir a paradisíaca Djerba, Sidi Bou Said e sem esquecer a Ilha dos Flamingos. Visitei a Tunísia em 2016.
Da costa mediterrânica, com centenas de quilómetros de praias, onde Hammamet surge como um destino em potência, ao deserto, passando por cidades grandes, como Tunes, e locais históricos como El Jem, e descobrindo que existem locais ainda mais especiais como a ilha de Djerba e Sidi Bou Said… existem muitas razões para colocarmos a Tunísia nos destinos a conhecer ou a regressar.
GASTRONOMIA DA TUNÍSIA
Descubra também a gastronomia da Tunísia que poderá começar, ao pequeno-almoço, pela Ftayer, uma espécie de fartura, passando pelo Brick, massa frita recheada com ovo, o cuscuz, os peixes nas zonas da costa e terminando a beber um chá de menta com pinhões. A pastelaria tunisina utiliza também muito mel e frutos secos, sendo, por isso, fácil de encontrar tartes de amêndoas, tâmaras e pinhões, entre outros.
Sabia que na Tunísia há cerca de 250 tipos de tâmaras? E 68 milhões de oliveiras? Saiba mais sobre a gastronomia tunisina, aqui.
E, se existe muito do comércio tradicional nos souks da Tunísia, existe também abertura para espaços mais modernos. Encontramos cafés com coloridas esplanadas e lojas de artigos de design em pacatas vilas. Tudo está em transformação na Tunísia, já desde há alguns anos.
Claro que o tradicional também se mantém. Se for à Medina de Djerba, aproveite para fazer as compras nos souks. Há louça, cestaria, azulejos, roupas, jóias e calçado, quadros e os típicos chapéus de palha que se usam nesta ilha.
Em Tunes é onde verá melhor as mudanças da Tunísia. Na Avenida Habib Bourguiba, conhecida pelas manifestações da Primavera Árabe, há esplanadas, cafés e restaurantes, onde pode relaxar. Caminhando, em direção à parte mais antiga, começa a ver um comércio mais tradicional. Pelas ruas da medina encontra os diferentes ofícios: o ouro, os metais, o vestuário, as especiarias, os perfumes, os trajes típicos, a doçaria, e muito mais. Quase tudo se encontra aqui!
Ilhas, praias e paraísos de azul turquesa
A ilha de Djerba fica na costa do Mediterrâneo e diz-se que foi aqui que Homero se inspirou para a sua obra “Odisseia”, sendo por isso também apelidada de Ilha de Ulisses.
Apesar de ser muito procurada pelas suas praias, Djerba é também um local cultural, e sobretudo um local onde religiões se cruzam pacificamente e onde as tradições permanecem vivas.
A vila de Erriadh foi um dos locais que mais nos surpreendeu na ilha de Djerba. Um projeto internacional, que juntou 150 artistas do mundo inteiro, mudou para sempre o ambiente de Erriadh. Os street artists fizeram pinturas nas paredes, colorindo as mesmas com as suas persinagens e histórias, dando vida a variados locais, alguns deles inabitados. O projeto, de seu nome Djerbahood, conta com a participações de artistas internacionais, entre os quais estão quatro nomes portugueses: Dantonio, Arraiano, Add Fuel e Mário Belém.
Num dos dias da viagem, fazemos as estradas de Djerba que nos levam até ao porto de pesca. É aqui que entramos num Barco Pirata para visitarmos a Ilha dos Flamingos, também chamada de Ras R’mal. A ilha tem aquele aspeto paradisíaco: ninguém mora lá, é um santuário de pássaros, rodeada de água morna, cujas cores variam entre o verde e o azul.
Os flamingos só visitam a ilha no mês de setembro, mas ainda assim é um passeio muito bonito de se fazer. A viagem é animada, com a animada tripulação pirata, e em terra, depois de irmos a banhos nas águas cálidas, temos o almoço tradicional preparado com cuscuz, brick, peixe grelhado e uma salada muito completa. O programa não ocupa um dia inteiro, já que ninguém fica na ilha. Toda a gente sobe a bordo do navio em direção a Djerba de novo, mal a maré começa a subir.
As praias de Hammamet e Djerba são conhecidas mundialmente pela sua beleza e estão, muitas vezes, ligadas a hotéis e resorts. Em Hammamet, fiquei no Vincci Nozha Beach, que tem uma praia grande e, dentro do resort, tem divertidos tubos aquáticos.
No entanto, uma das praias que mais gostei, em Djerba, foi a do Vincci Helios Beach, com um areal enorme. Este resort tem também uma piscina gigante e muito apelativa – é, aliás, aqui que há aulas de dança para os hóspedes. Na praia do hotel, que fica a uns 10 minutos a pé, existem carruagens, com cavalos, para levar os hóspedes até ao areal. Nesta praia estão disponíveis passeios de cavalo.
E, se falamos de locais paradisíacos, temos de falar de Sidi Bou Said. Fica a cerca de 20 Km de Tunes, esta localidade de paredes brancas e janelas e portas azuis, com o seu comércio típico disposto em bancas e lojas, que vendem vestuário, acessórios, artigos de decoração e bijutaria.
Com um ambiente mediterrânico, Sidi Bou Said ficou conhecida por ser um local de inspiração para muitos artistas e escritores. Muitas linhas foram escritas aqui, muitos quadros pintados a olhar para esta paisagem. Se só for de visita rápida, não deixe de espreitar, pelo menos dois dos cafés mais conhecidos: o Café des Nattes, onde se diz que Hemingway passou, e o Café des Délices que tem a vista panorâmica, atravessando a marina, até ao golfo.
Museus e Monumentos na Tunísia
Em Tunes, fomos conhecer um dos museus mais importantes do mundo: o Museu do Bardo. Este espaço, que era um palácio do século XIX, acolhe inúmeros mosaicos romanos e estátuas e bustos da Grécia Antiga, num espólio que conta a história da Antiguidade. Visitar este museu é uma verdadeira lição já que aqui se pode encontrar também peças pré-históricas.
E se continuar com esta lição de História, vai querer conhecer as ruínas da antiga Cartago. Existem várias ruínas, por isso, decidimos escolher um local específico e visitar as Termas Antoninas, que ainda mantêm alguns pontos bem conservados. Os banhos Antoninos são do século II d.C. e são os terceiros maiores do mundo, depois dos de Caracalla e dos de Diocletian.
Já na ilha de Djerba, se quer conhecer a história local, poderá ir até ao Museu de Guellala. Dividido em vários espaços, o museu tem diversas representações de tradições locais, desde a preparação do casamento, como se prepara a comida, como se prepara a noiva, quais são os músicos, todos os trajes de noiva divididos por regiões, e muito mais. É também um local com uma panorâmica que se estende até ao golfo de Gabès, já que este museu está num ponto alto da ilha, a 52 metros de altura – aproveite a esplanada para desfrutar desta vista.
Ainda na ilha de Djerba está uma Sinagoga La Ghriba que é uma das mais antigas do mundo. Reza a lenda que terá sido construída depois da tomada de Jerusalém em 586 a.C., mas já teve algumas reconstruções para se manter como está atualmente.
Há cerca de 14 anos, sofreu um atentado que a obrigou à sua reconstrução, mas manteve todos os seus traços iniciais. Ao lado da sinagoga está um albergue onde são recebidos os participantes de uma grande peregrinação judaica que acontece todos os anos em Djerba (no 33º dia do Lag Baômer). A sinagoga pode ser visitada todos os dias, menos ao sábado, e empresta lenços aos turistas para poderem tapar a cabeça e as pernas.
A Tunísia conseguiu preservar muitas ruínas, ao longo de séculos. Na estrada, entre Tunes e Djerba, fizemos uma paragem num dos maiores anfiteatros romanos do mundo e um dos mais bem conservados – mais bem conservado do que o de Roma: o Anfiteatro de El Jem, que está na cidade com o mesmo nome, tem 36 metros de altura e foi construído no século III.
Desde 1979 que está classificado como Património da Humanidade, este monumento que chegou a receber mais de 30 mil espectadores. Além de abrir as portas para os visitantes, atualmente continua a ter espetáculos – sem gladiadores, nem leões, claro! – mais precisamente um festival de música clássica.
Suba até ao ponto mais alto do anfiteatro para ter a melhor panorâmica sobre a arena – e apreciar os enormes 149 metros de comprimento e os 124 metros de largura – e também sobre a cidade de El Jem. É uma vista imperdível!