Situado no concelho de Manteigas, distrito da Guarda, na Serra da Estrela, Penhas Douradas é um local, a cerca de 1.300 metros de altitude, que é conhecido pelos seus chalets – que em tempos recebiam pessoas doentes, com tuberculose, que vinham ser “tratados” com o ar fresco da montanha*. É considerada a região mais fria de Portugal e tem inúmeros percursos pedestres que nos dão a conhecer a área.
A vista sobre o Vale Glaciar do rio Zêzere é deslumbrante e, na paisagem, sobressaem os blocos graníticos e, em certos locais, o reflexo das pedras brancas: o quartzo branco (como o Seixo Branco) que tem alguns afloramentos espalhados e com o sol refletem, sendo possível vê-los mesmos ao longe.
Aliás, diz-se que o nome Penhas Douradas venha precisamente do afloramento granítico que, ao longe, parece um castelo com ameias e que tem algumas pedras que – numa altura específica do ano – com o reflexo do pôr do sol se tornam douradas. Assim se terá dado o nome à terra.
Foi aqui que surge a primeira estância de turismo de montanha em Portugal, primeiro com chalés e depois pousada – que agora a Casa de São Lourenço – e mais hotéis como a Casa das Penhas Douradas.
Na verdade, o nome local é Poio Negro, que fica a 1475 metros de altitude, que foi muito procurado por quem tinha danças pulmonares*.
*Sobre os tratamentos da tuberculose
Sousa Martins foi um médico que se notabilizou no combate à tuberculose. Durante uma expedição científica, realizada em 1880, pela Sociedade de Geografia de Lisboa, o médico considerou as Penhas Douradas o lugar mais saudável do país, graças ao seu ar puro e fresco.
A Casa da Fraga, numa espécie de gruta, foi ocupada em 1882 pelo primeiro tísico a ser tratado na Serra: o santareno Alfredo César Henriques. Que ali viveu, durante dois anos, por indicação do médico Sousa Martins. Assim, começaram a surgir os chalés onde algumas famílias, mais endinheiradas, também mantinham para irem para as férias de verão. Algumas ainda se mantêm, hoje em dia, nas famílias originais.
Diz o site de Manteigas, que “Também nos tempos áureos da Primeira República, as Penhas Douradas atraiu para ali grandes nomes da política nacional como o caso do Dr. Afonso Costa, que ainda hoje mantém o «chalé».
O local das «Penhas» foi muito falado em certa altura dos últimos tempos da Monarquia, quando por ocasião de um eclipse do Sol, aqui estiveram a Rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos, e seu Filho o Príncipe D. Luís Filipe”.
ALOJAMENTOS EM PENHAS DOURADAS
1 – CASA DE SÃO LOURENÇO – SERRA DA ESTRELA
A vista para o vale, onde o casario branco de Manteigas sobressai, o verde da Serra da Estrela e o Vale Glaciar, é o seu ponto extra. Mas a Casa de São Lourenço – Burel Mountain Hotels é um alojamento muito especial, muito além da vista que tem, a cerca de 1250 metros de altitude. Aqui já funcionou um sanatório e uma pousada, antes de ser a Casa de São Lourenço. A Ermida deste santo está próximo do alojamento e faz parte de um dos percursos pedestres mais bonitos: a Rota das Faias.
A vista do quarto da Casa de São Lourenço é de nos tirar o fôlego e no restaurante continua esse amor à serra. Sem limites. Os olhos derretem-se na comida e na paisagem. E só com a primeira conseguimos ficar saciados. A paisagem muda a cada minuto e tem a sua beleza própria: assombra-nos com uma facilidade que nunca nos cansamos de a olhar. Leia mais.
2 – CASA DAS PENHAS DOURADAS, SERRA DA ESTRELA
Em Manteigas, situada no Parque Natural da Serra da Estrela, a Casa das Penhas Douradas é um hotel design, com visa para as montanhas e uma série de mimos para os hóspedes: piscina interior, spa, sauna, restaurante, o lanche é grátis e passeios pela serra, com guia, também estão incluídos no preço. Um fim de tarde, junto da lareira, tem o cenário perfeito neste hotel onde nos sentimos numa casa de montanha, a 1500 metros de altitude. Respire fundo… e sinta o ar puro da serra!
A madeira faz parte da decoração da Casa das Penhas Douradas como se fosse a perfeita combinação com o local onde está inserido, assim como a cortiça e o burel. Por fora, assomam-se como edifícios modernos a imitarem os chalés de montanha que trouxeram muitos doentes de tuberculose – em tempos idos – para o ar puro da Serra e saíam daqui curados, ou pelo menos para ficarem melhor de saúde. Leia mais.