No Sri Lanka, depois da famosa viagem de comboio para chegar a Nuwara Eliya, chegamos aos campos de chá do antigo Ceilão. Estão por todo o lado, mas fomos especificamente visitar uma das fábricas mais conhecidas e a que diz ser a mais antiga: a Pedro Estate (nome português e negócio inglês) foi estabelecida em 1885.
Em todo o lado onde me ofereciam chá, se não tivesse o cuidado de pedir “sem leite, por favor” – ao que perguntavam duas vezes se era mesmo sem leite e me olhavam a rir, como quem diz “que gostos estranhos, tens tu”) – vinha o chá pingado com leite. Mas, aqui, na Pedro Estate as provas de chá são levadas a sério e, por isso, não há cá misturas! E ainda bem. É assim que gosto de beber o meu chá: simples; sem nada; nem açúcar. Começou, então esta visita com uma chávena de chá quente nas nossas mãos e vista para os campos de chá.
Depois fomos visitar as instalações. É possível visitar a fábrica do chá, saber como tudo funciona (claro que guardam alguns segredos) e a sua história. Depois, pudemos ir para o terreno ver como se faz a recolha das folhas: de forma totalmente manual. Como não trabalham ao domingo, à segunda-feira não há folhas para processar e, por isso, quando a visitei, não pude ver todas as máquinas em funcionamento.
Dentro da fábrica tem uma sala de provas – para os especialistas experimentarem e darem o OK dos chá – onde a parede está recheada de prémios, nacionais e internacionais, que atestam a qualidade deste chá, distribuído mundialmente.
Diz na sua história, que a Divisão Lover’s Leap (com o mesmo nome da cascata nas imediações) foi a única empresa detida por James Taylor, o pioneiro na plantação de chá que começou a The Tea Planting Enterprise, no Sri Lanka.
Em 1867, plantou “17 acres de chá no Loolecondera Estate Hewahata. 200 Plantas de chá foram plantadas na Divisão Naseby da Pedro Estate em 1886”. “Esta é a mais antiga plantação de chá registada no Sri Lanka”, dizem na informação.
Nos campos de chá estavam algumas mulheres a trabalhar, entre os arbustos das folhas de chá. Usam um pau para servir de medida: a partir do pau para cima podem recolher aquelas folhas e guardam-nas no saco, que têm às costas.
No final de um dia de trabalho – duro trabalho, em escarpas inclinadas e, com os arbustos molhados, a água entra na roupa e nos ossos – deverão ter enchido uns cinco sacos, ou seja, o equivalente a 18 quilos de folhas, num dia. E, por dia, ganham 450 rupias, ou seja, menos de três euros diários… Trabalho duro e têm de ser muito rápidas! E conservam sempre um sorriso para dar aos visitantes. (Dica: se possível, deixe gorjeta depois de lhes tirar fotografias. Não nos pediram nada, mas fica bem, já que foram as nossas modelos nas imagens).
No final da visita, voltámos ao edifício principal para uma nova prova de chá – tem lá dentro uma pequena loja. É muito suave este chá e, por isso, comprei algum, na loja, para depois poder matar as saudades do Sri Lanka, com uma chávena de chá.
Desafio 2017 – #330 Uma fotografia por dia…
Em 2017 tenho este desafio… colocar uma fotografia por dia, aqui no Viaje Comigo, relatando a história que está por detrás da mesma. Veja aqui outras imagens e outras histórias da rubrica “Uma fotografia por dia…”. Boas viagens!