Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo
Publicado em Julho 1, 2021

Região de Coimbra: entre o Bussaco e as quedas de água de Mortágua

Portugal/ Sul [ Coimbra/ Mortágua ]

Voltei a uma região que adoro e foram mais dois dias a conhecer as maravilhas da Região de Coimbra. Desta vez, comecei pela Mata Nacional do Bussaco e acabei a fazer um percurso pedestre com uma envolvente lindíssima e que vai dar a uma cascata igualmente bonita! E todo o percurso que fiz, ao longo destes dias, acompanhou episódios únicos da História de Portugal, ou seja, envolveu as Terceiras Invasões Francesas e, claro, a famosa e histórica Batalha do Bussaco.

Vista do Miradouro - Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Vista do Miradouro – Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Por onde começar? Começarei por vos aconselhar mais um percurso pedestre. Em Mortágua, o Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes deixou-me de queixo caído. Ainda brinquei, pelo caminho, a dizer que parecia que estava a viajar num país tropical, com aquela imensa floresta. O percurso é fácil de fazer e o único senão é que não é circular, ou seja, o mesmo caminho que fez para lá, é o que terá de fazer para cá. Mas, na verdade, nem acho isso mau de todo! O percurso é muito bonito e, ao longo do caminho, tem inúmeras cascatas e até alguns “desafios “que nos fazem “levar a coisa” para a aventura.

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Comecei o percurso junto da estrada, onde deixei o carro, e depois é só seguir as indicações – e são muitas! – que mostram para onde o percurso segue, sendo que… somos conduzidos sempre pelo curso da água! Fácil! Não tem grandes subidas, nem grandes descidas. Apenas alguns locais com mais lama, e outros em que temos de passar por cima de pedras, mas fácil! Basta estar atento e ver bem onde vai colocar os pés!

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Quando começar o percurso vai reparar, logo abaixo, num moinho de água – Moinho das Laceiras – que já não está a funcionar. Reza a história que terá sido propriedade de Tomás da Fonseca, poeta e escritor local, que ficou aqui refugiado quando procurado pela PIDE. Esteve aqui três meses escondido, antes de partir para França.

Ao longo do caminho, vamos passando por pequenas pontes e encontrando pontos para piquenique (sim, aconselho a que levem e façam o roteiro com paragem para piquenique, para lá, ou quando fizerem o regresso), com mesas e bancos de madeira. São sítios muito bonitos, para parar e simplesmente apreciar a beleza do local e ouvir o correr da água e os passarinhos a cantarem.

Moinho das Laceiras - Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Moinho das Laceiras – Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Depois de quase 2 Km chegamos à Aldeia de Paredes. É o único ponto em que nos cruzamos com casas e pessoas. A seguir a uma ponte, com uma cascata muito fotogénica, tem uma subida e vamos dar ao lavadouro, antes de entrarmos na povoação da Aldeia de Paredes. Seguimos, depois, para meio da vegetação.

E, sim, no percurso pedestre há momentos em que é preciso agarrar a rochas e troncos para não escorregar. Esse pico de adrenalina e aventura é excelente!
Levem boas sapatilhas, que adiram bem ao chão, ou seja, sem terem superfície lisa. No final, se forem a andar com bom ritmo, vão ter vontade de ir a banhos na cascata grande, mesmo que esteja sem sol. Duração aproximada: 1h30 para cada percurso, ou seja 3 horas no total, sem grandes paragens. À volta de 7,1 Km (ida e volta).

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Percurso Pedestre das Quedas de Água de Paredes – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

COMER EM MORTÁGUA

Sugeri para fazerem o piquenique, mas se preferirem irem provar as iguarias locais, a minha sugestão vai para o centro de Mortágua, onde fui experimentar a Lampantana no Porta 22. E mesmo que estejam longe, vale a pena o desvio para o conhecer. Acreditem em mim!

Em primeiro lugar: o espaço do Porto 22 é lindo! E muito pitoresco! Está numa casa histórica, que foi restaurada, e onde ainda estão alguns móveis e utensílios antigos, o que nos permite fazer uma viagem no tempo ao entrarmos naquele espaço.

Lampantana no Porta 22 - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Lampantana no Porta 22 – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Porta 22 - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Porta 22 – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Delícia de Mortágua - Porta 22 - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Delícia de Mortágua – Porta 22 – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

A “viagem” continua na mesa. Nas traseiras, o Porta 22 tem uma esplanada – os nossos olhos percorrem todos os pormenores de decoração, e são muitos! – onde provei o requeijão aromatizado gratinado no forno com azeite e a lampantana, o famoso prato local com carne de ovelha, cozido lentamente em caçoila de barro. Servida com batata “fardada”, ou seja, batata com pele e grelos (como agora não é a época de grelos, foi-nos servido com feijão verde).

Para a sobremesa, uma invenção da casa e da cozinheira, Joana Martins: a Delícia de Mortágua: massa folhada artesanal, com redução de leite e
maçã e canela. Docinho qb e muito bom!

Porta 22 - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Porta 22 – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Aqui ao lado, também no centro de Mortágua, está o Centro Interpretativo da Batalha do Buçaco. É um espaço pequeno, mas com muita História no interior. Depois de um vídeo a explicar como que foram as terceiras invasões francesas – no território de Mortágua – o espaço tem indicações sobre os postos de comando, os personagens principais destas guerras e até com elementos da roupa de batalha e armamentos.

Centro Interpretativo Batalha Bussaco - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Centro Interpretativo Batalha Bussaco – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Centro Interpretativo Batalha Bussaco - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Centro Interpretativo Batalha Bussaco – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Centro Interpretativo Batalha Bussaco - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Centro Interpretativo Batalha Bussaco – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Também tenho outras sugestões na Região de Coimbra que podem ler aqui: Entre o Alva e o Mondego, três trilhos que conheci na Região de Coimbra.

Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Miradouro de Caifás - Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Miradouro de Caifás – Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

NA MATA NACIONAL DO BUSSACO

Noutro dia, em que visitei a Região de Coimbra, fiz uma visita guiada à Mata Nacional do Buçaco, que ocupa 105 hectares, por isso só conheci uma pequena parte, fazendo uma visita ao Convento Santa Cruz do Bussaco, que fica ao lado do lindíssimo Palace Hotel do Bussaco. Vão ver, no exterior, os azulejos que são uma ode à História de Portugal e com um painel do Adamastor que é incrível.

Painel de azulejos do Adamastor - Bussaco Palace - Portugal © Viaje Comigo

Painel de azulejos do Adamastor – Bussaco Palace – Portugal © Viaje Comigo

Na entrada do Convento de Santa Cruz do Bussaco, pode ler-se: “Neste convento pernoitou em 27 de setembro de 1810, apoz a Batalha do Bussaco, ganha contra o exército invasor de Massena, o glorioso general Arthur Wellesley Visconde de Wellington e Barão do Douro, mais tarde Conde de Vimeiro, Marquez de Torres Vedras e do Douro, Duque de Ciudad Rodrigo de Victoria e de Wellington Principe de Waterloo.

Convento Santa Cruz do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Convento Santa Cruz do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Convento Santa Cruz do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Convento Santa Cruz do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Convento Santa Cruz do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Igreja do Convento Santa Cruz do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Uma manhã bem passada a visitar a Mata Nacional do Bussaco, com centenas de espécies de flora, passando por trilhos, capelas, cruzeiros, Passos da Via Sacra, Museu Militar, o monumento comemorativo da Batalha do Bussaco, as fontes (como a Fonte Fria e a sua monumental escadaria), lagos e cisternas e miradouros, como o da Cruz Alta, com vista panorâmica sobre a região entre Coimbra e a Serra do Caramulo, e a cerca e as Portas.  A Mata Nacional do Bussaco está classificada como Monumento Nacional.

Susana Ribeiro na Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Susana Ribeiro na Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Fonte Fria na Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Fonte Fria na Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

À hora de almoço, estávamos a chegar às Portas de Coimbra e foi aí que fizemos o nosso piquenique com uma das mais conhecidas iguarias da região: o Leitão assado (pelo Rei dos Leitões). Além do leitão, tinha também salada, uma empada e um rissol de leitão. Tudo ótimo. Ah, claro, e o espumante da região para acompanhar.

Rei dos Leitões - Portas de Coimbra - Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Rei dos Leitões – Portas de Coimbra – Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Vista das Portas de Coimbra - Mata Nacional do Bussaco - Portugal © Viaje Comigo

Vista das Portas de Coimbra – Mata Nacional do Bussaco – Portugal © Viaje Comigo

Estávamos prontos para continuar o passeio e fomos até Penacova, à praia fluvial do Reconquinho para andarmos na tradicional barca serrana que voltou às águas do Mondego: as Serranas do Mondego. O Tareco podia estar num museu, mas Vitor e Luis Seco (irmãos) decidiram que era altura de voltar a pôr o barco a navegar e contarem as histórias da terra. É assim que uma hora de viagem, com vinho da região incluído e tantas histórias e gargalhadas pelo caminho, passa a correr e nem damos conta de o tempo passar.

Serranas do Mondego - Praia Fluvial de Reconquinho - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Serranas do Mondego – Praia Fluvial de Reconquinho – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

Serranas do Mondego - Praia Fluvial de Reconquinho - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Serranas do Mondego – Praia Fluvial de Reconquinho – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

São os únicos que fazem isto. A barca consegue navegar à vela, à vara e tem um motor elétrico que faz com que não se ouça nada, enquanto navega tranquilamente junto ao areal da praia fluvial. A tranquilidade só é “perturbada” quando Vítor solta um “ò da Roooodaaaaaaaa!”, para que a ponte de madeira se abra para a barca e que continue a desfilar no Mondego.

A ponte de madeira abre-se ao som do comando, tal como antigamente. Quem comandava a nora e a roda era quem estava encarregue de abrir as pontes para os barcos passarem. Havia que chamar quem estava nos campos, dai o grito “Ó da Roda!”. Os passeios podem ter a prova de vinho ou ao final do dia, pelas 18 horas, com vinho e merenda. Viagens a partir de 6 euros/por pessoa.

Serranas do Mondego - Praia Fluvial de Reconquinho - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Serranas do Mondego – Praia Fluvial de Reconquinho – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

Serranas do Mondego - Praia Fluvial de Reconquinho - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Serranas do Mondego – Praia Fluvial de Reconquinho – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

Praia Fluvial de Reconquinho - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Praia Fluvial de Reconquinho – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

Saímos da praia de Penacova para seguirmos o passos das Invasões Francesas neste território, que são incontornáveis, uma vez que foi aqui que se deu um dos  episódios mais marcantes. A empresa de turismo Portugal Green Travel tem uma encenação histórica preparada para os visitantes.

N’Os Caminhos da Batalha do Buçaco – mais precisamente nos Moinhos da Portela – está o General Wellington à nossa espera, para nos contar mais um pouco da sua história e, depois, nos levar ao topo do monte, onde estava o seu posto de comando. É lá que está uma placa a assinalar qual seria o exato local e que diz: “Posto de Comando do Marechal General Arthur Wellesley, Duque de Wellington, Comandante em Chefe das Forças Anglo-Lusas, na Batalha do Buçaco. Travada em 27 de Setembro de 1810.”

Posto de Comando de Wellington - Mortágua - Portugal © Viaje Comigo

Posto de Comando de Wellington – Mortágua – Portugal © Viaje Comigo

Wellington nos Moinhos - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Wellington nos Moinhos – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

Estas estradas – cerca de 14 km – foram feitas pelas tropas inglesas, de Wellington, e também elas são o nosso caminho para chegar ao local onde existiu um acampamento e um posto de comando. É aí que vai dar a Grande Rota 49.

Moinhos da Portela - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Moinhos da Portela – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

Moinhos da Portela - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Moinhos da Portela – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

E por falar nos Moinhos da Portela, há um que é alojamento local e um outro que ainda funciona para moer a farinha. Encontramos lá o João Fernando, da Padaria do Largo, que nos mostra o interior em que as mós de pedra ainda moem a farinha – que usa na sua padaria – se o vento estiver de feição e rodar as velas de tecido do moinho. Também se diz que alguns destes moinhos eram de Vitorino Nemésio, ou da sua família. Hoje em dia, são da autarquia que os recuperou.

É aqui também que está um “ecrã de televisão” (a fingir, claro!) que fica a mostrar o pôr do sol do cimo do monte. Um incentivo da autarquia ao turismo para que também a paisagem, seja motivo suficiente para se sentar – nos sofás de madeira – e apenas ficar a contemplar esta vista deslumbrante.

Moinhos da Portela - Penacova - Portugal © Viaje Comigo

Moinhos da Portela – Penacova – Portugal © Viaje Comigo

ONDE FIQUEI ALOJADA

A primeira coisa que fiz, quando cheguei à Região de Coimbra, foi fazer check in no Grande Hotel do Luso. Um hotel histórico inaugurado em 1940 e que tem vindo a ser renovado, desde então, variadas vezes; algumas das quais fazendo sobressair os elementos modernistas e apontamentos Art Déco. Tem uma enorme piscina exterior e uma interior, assim como Spa. O restaurante serve buffet, com pratos de carne e peixe, várias entradas e saladas e também variados doces e frutas para a sobremesa.

Mais informações na CIM Região de Coimbra e Visit Região de Coimbra.

Grande Hotel Do Luso - Portugal © Viaje Comigo

Grande Hotel Do Luso – Portugal © Viaje Comigo

Grande Hotel Do Luso - Portugal © Viaje Comigo

Grande Hotel Do Luso – Portugal © Viaje Comigo

Comentários

Poderá também gostar de

Regressar ao topo