Na Moita, as obras de reabilitação das paredes exteriores do Moinho de Maré de Alhos Vedros estão terminadas. O espaço cultural histórico viu o seu estado de conservação ser melhorado, depois de tempos em estado de degradação. O Moinho de Maré, situado no cais da vila de Alhos Vedros, terá sido construído na primeira metade do século XV.
Após séculos de laboração, a actividade moageira teve o seu fim de ciclo e, hoje, este moinho constitui um bom exemplo arquitectónico dos sistemas tradicionais de moagem que se estabeleceram na margem sul do estuário do Tejo.
O espaço necessitava de uma intervenção, uma vez que o equipamento municipal há muito que tinha sido intervencionado e encontrava-se num estado de degradação evidente. Era urgente intervir e o Município da Moita transformou o local.
As obras tiveram início em julho de 2024 e as obras de reabilitação chegaram ao fim dois meses depois. O espaço ganhou nova vida, nova imagem com um investimento de cerca de 55 mil euros, uma obra que ajuda a freguesia de Alhos Vedros a manter-se atualizada.
HISTÓRIA DO MOINHO DA MARÉ DE ALHOS VEDROS
O Moinho de Maré, situado no cais da vila de Alhos Vedros, terá sido construído na primeira metade do século XV, por Pero Vicente, na sequência de uma carta de sesmaria, concedida pelo Infante D. João, Mestre da Ordem de Santiago, a 13 de Fevereiro de 1435, em que lhe dá a posse de um chão e sapal para construir uma azenha.
A propriedade deste moinho transita para a família Mendonça Furtado, através da descendência do irmão de Catarina Lopes Bulhoa, segunda esposa de Pero Vicente e permaneceu na posse dessa família até ao século XIX. Com a instituição do Morgado da Casa da Cova, por Pedro Mendonça, no século XVI, o Moinho de Maré, juntamente com o Moinho Novo e o Palácio, passou a integrar o conjunto dos bens do Morgadio, tal como é referido nas escrituras de arrendamento.
Na primeira metade do século XX, a propriedade do moinho de maré deixou de estar na posse da família Mendonça Furtado e passou a ser pertença de José Gago da Silva. Foi com este proprietário que trabalhou o último moleiro do moinho, Manuel José Moreira, até 1939-1940. Posteriormente, foi vendido a um industrial de cortiça de Alhos Vedros que o transformou num armazém para as caixas da fábrica, altura em que foi construído o piso superior.
Em 1986 foi adquirido pela Câmara Municipal da Moita e entre 2006 e 2007 foi alvo de um projecto de reabilitação que o converteu num espaço cultural polivalente.
Informação enviada pela Comunicação da Câmara da Moita; e retirada no site da autarquia da Moita
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