No Algarve, a ilha é a mesma mas está dividida em duas, ou melhor será dizer que é em três partes. A Ilha do Farol, a Ilha da Culatra e Hangares que estará mais ligada a esta última (Culatra), que só conheci recentemente. Num passeio, a partir do Farol, fui a pé pela praia até à Culatra, que dá a conhecer o lado do mar. Mas, se conseguir percorrer parte da praia marítima e depois cortar caminho, pelo meio, vai dar ao centro de Hangares.
A História conta que a ilha era usada pela Marinha Portuguesa para treinos militares – e, por isso, ainda se vêem muitos arames farpados em vários locais – e recebia rebentamentos de explosões nos areais (o que terá parado em 1998). Da mesma altura, sabe-se que aqui aterravam os hidroaviões da Marinha e é-lhes feita homenagem em Hangares, vindo daí o seu nome. Desses tempos, algumas pessoas decidiram ficar por aqui a viver e, assim, Hangares é agora um núcleo habitacional apesar de não ter barcos-carreira, como os que saem de Faro ou Olhão. Para chegar a Hangares só de barco privado ou barco-táxi, pela Ria Formosa,… ou a pé a partir da Ilha do Farol ou da Culatra.
Foi durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que esta área foi usada pelos franceses como o local escolhido para a aterragem dos hidroaviões. Na altura, o longo areal estava desabitado e tão pouco era procurado por veraneantes, para fazer praia ou passeios. Foi no final da guerra que começaram a surgir as primeiras barracas de madeira – onde se diz que Manuel “Lobisomem” terá sido o primeiro a morar aqui – que foram crescendo até se transformarem nas casas que hoje vemos.
Um hidroavião em miniatura, a recordar esse passado, é encontrado em Hangares, com a seguinte descrição: Tellier T3, Fabrico Francês. Operou na Aviação Naval Portuguesa entre 1918-1928. Amarou nesta Estação Naval em 1918.
Mais à frente, uma outra homenagem: uma placa Inaugurada no Centenário e em Memória do Esforço de Portugal na Grande Guerra. Em homenagem à população do local, que assumiu o nome dos Hangares dos Hidroaviões. Onde está escrito:
“Neste local existiu o Centro de Aviação Marítima do Algarve, pertencente à Aviação Naval (1917-52) da Marinha Portuguesa.
Esta localização na Ilha da Culatra mais conhecida por “Núcleo dos Hangares” foi escolhida pelo segundo tenente piloto aviador naval, Adolfo Trindade, o qual considerou a Ria de Faro-Olhão como tendo um espelho de água ideal para hidroaviões do seu tempo. Em plena Primeira Guerra Mundial, e com o propósito de operar hidroaviões de luta anti-submarina, as suas instalações começaram a ser construídas, mais precisamente a partir dos finais de 1917, sob a direção de Adolfo Trindade, sendo este, mais tarde, substituído pelo tenente Santos Moreira.
Apesar de em 9 de setembro de 1918 as suas principais Infraestruturas terem sido finalizadas, entre as quais um hangar de alvenaria, rampa para hidroaviões, posto de TSF e cisterna, este centro nunca chegou a ser inaugurado e ativado oficialmente.”
Horários dos barcos para a Ilha do Farol / Ilha da Culatra:
(a bilheteira abre 30 minutos antes do horário das carreiras)
Preço: 2,15€ (ida/adulto); 4,30€ (ida e volta); 1,10€/crianças (4 aos 10 anos) – 2,20€ (ida e volta)
Verão
01 a 30 de junho e 01 a 30 de setembro
Partida Olhão – Partida Culatra – Partida Farol
07h00 – 07h45 – 07h30
09h00 – 09h30 – 10h00
11h00 – 13h00 – 12h45
15h00 – 15h30 – 16h00
17h15 – 17h45 – 18h15
19h30 – 20h00 – 20h20
Verão
01 a 30 de julho e 01 a 20 de setembro
Partida Olhão – Partida Culatra – Partida Farol
07h00 – 07h45 – 07h30
09h00 – 09h30 – 10h00
11h00 – 11h30 – 12h00
13h00 – 13h45 – 13h30
15h00 – 15h30 – 16h00
17h15 – 17h45 – 18h15
19h30 – 20h00 – 20h20
Inverno
21 de setembro a 31 de maio
Partida Olhão – Partida Culatra – Partida Farol
07h00 – 07h45 – 07h30
11h00 – 13h00 – 12h45
15h00 – 15h30 – 16h00
18h30 – 19h00 – 19h15