Fui a Saïdia, em Marrocos, em junho de 2011 e em junho de 2017. Esta cidade é uma estância de férias, apelidada de Pérola Azul, situada na costa mediterrânea de Marrocos. Criada como destino de férias há alguns anos, fica próxima da fronteira com a Argélia e a 58 quilómetros do aeroporto da cidade de Oujda.
Saïdia não é daqueles destinos com que sonhámos a vida inteira. Aparece assim de repente numa visita a uma agência de viagens. Procura um sítio com bom tempo, para descansar, barato e sem que a viagem seja longa? Foi assim, desta forma simples, que fui parar a Saïdia, na costa mediterrânea de Marrocos (a segunda vez fui em trabalho já para este site, o Viaje Comigo).
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Perde-se de vista o areal da baía de Saïdia, que se estende por 14 quilómetros de praias de areia branca e fina. E com pouca gente. De um lado está o mar e do outro as montanhas. Toda a costa está recheada de alguns hotéis luxuosos, abertos há poucos anos, e outros ainda a serem construídos, assim como condomínios perto dos campos de golfe. Este é um local turístico que ainda está em crescimento – com um parque aquático previsto nos próximos tempos.
A cidade de Saïdia foi fundada pelos árabes, no século XVI (por volta de 1548), e erguida no século XIX pelo sultão Hassan I, com a construção da fortaleza em 1881.
Em 1934 era uma colónia francesa e, desde a independência de Marrocos, tornou-se um dos principais destinos turísticos do país.
A primeira vez que fui a Saïdia foi num dos primeiros anos como destino turístico aberto a estrangeiros – e no primeiro ano de funcionamento do hotel onde fiquei – por isso, os preços era muito baratos, para os pacotes de Tudo Incluído. O que me mais me perguntam sobre este destino:
– Se vale a pena: se ficar barato e quiserem descansar, vale muito a pena. Se são daqueles turistas que não param um minuto, há passeios e excursões ao deserto e cidades vizinhas para conhecer. Há desportos aquáticos, etc.
– Para quem tem miúdos é ótimo porque tem muito espaço para as brincadeiras e piscinas gigantes. Leve algumas comidas (papas, etc) se tiver bebés e só beba água engarrafada (lave a fruta também com água de garrafa).
– A Argélia é ali mesmo ao lado, mas se pensa que pode passar a fronteira – que tem guardas – de um momento para o outro, esqueça. Precisa de um visto pedido com antecedência e algumas complicações para atravessar os dois países que têm relações diplomáticas… digamos que atribuladas.
O HOTEL
O hotel é maravilhoso! Fiquei no Be Live Saidia e as condições são espetaculares, com quartos enormes. Claro que, como era o seu primeiro ano de funcionamento havia ainda muito a mudar… Da segunda vez que fui a Saïdia (2017) estava tudo muito melhor.
Os hotéis estão obrigados a contratarem uma percentagem de habitantes locais (o que acho muito bem), mas o problema é que a maior parte não sabe grande coisa de trabalhar na hotelaria. E isso vê-se bem quando têm o hotel cheio de gente vinda dos quatro cantos do mundo e com diferentes formas de estar.
Por isso, acabei por perceber que seria normal para o empregado do bar vir “cravar” cigarros aos hóspedes. Todas as noites fazia isso – e mais não sei quantos empregados o faziam também – e à noite dividiam os cigarros entre eles. 😀 Isto aconteceu em 2011… em 2017 nunca vi este comportamento e o atendimento era muito melhor.
Dizia eu em 2011: “Nos restaurantes, demoravam muito a repor a comida e quando chegava a hora de servir cafés até suavam, com as filas que se faziam junto dos bares. Simpatia = 5 estrelas. Eficiência = nem por isso. Mas, como vamos para lá de férias, temos de levar as coisas como eles levam: nas calmas. Mesmo que estejamos num hotel de cinco estrelas”. Em 2017, pude perceber que há sempre muita comida e a reposição era rápida. Mesmo durante o Ramadão trabalham e esforçam-se muito para proporcionar umas boas férias a todos os hóspedes.
À noite, os animadores, que estiveram nas (gigantes) piscinas durante o dia, estão a fazer os espetáculos do anfiteatro. E há sempre animação que os miúdos adoram, para dançar e pular.
Se achei que, em 2011, a comida era razoável, em 2017 notei que houve um salto gigante. A comida era excelente e com muita variedade. Dá para comer coisas diferente em todos os dias da semana que passar lá. No Be Live Saïdia tem ainda restaurantes temáticos onde pode reservar antecipadamente para experimentar.
Atenção: água só de garrafa, ok? Ainda que a da torneira seja potável, por norma, o nosso corpo não está habituado àquela água e muita gente fica doente (diarreias, etc). Mesmo a fruta, que comer com casca, convém lavar com água engarrafada. Eu, confesso, até os dentes lavo com a água de garrafa.
Uma das coisas que tinham a melhorar em 2011 e continuam a ter de melhorar em 2017: a internet só funciona bem na sala da receção. E muitas vezes nem aqui funciona…
Em 2011, fui em junho e tinha estado a chover uns dias antes de chegarmos, por isso, aquele mar azul, que vem nas fotografias, não existia.
Estava cheio de ondas e castanho, porque as águas dos rios tinham levado a terra para o mar. Ainda que isso ninguém consiga controlar, na praia havia paus de madeira e lixo por todo o lado. Os hóspedes começaram a queixar-se dessa sujidade e no dia seguinte, em poucas horas, tudo ficou limpo. Tal como nas revistas 😀.
O QUE FAZER EM SAIDIA
Se, em 2011, só saí do resort para ir à Marina e a uma excursão a Oujda – sim, foram mesmo férias para descansar! – em 2017, quase não parei dentro do hotel. Assim, podem ver que consegui reunir uma grande lista de coisas a fazer em Saïdia. Não vão faltar ideias para quem gosta de preencher os seus dias a conhecer o país ou a praticar desporto, etc.
GASTRONOMIA
Sendo Saïdia uma área turística em expansão, todos os hotéis têm serviço de refeições buffet e com uma larga variedade. Pode experimentar a gastronomia marroquina e, se não gostar, terá sempre outra coisa para comer.
Em Marrocos come-se muito couscous e pode ser cozinhado com carne de borrego ou vaca, nas tajines (formas de barro para guisados); as brochettes são espetadas de carne, muito típicas também.
A sopa harira é um dos pratos mais típicos: é uma espécie de caldo de tomate e coentros com picante. Eu gosto bastante, mas há quem ache enjoativo.
Nos hotéis, existem as bebidas alcoólicas mas, fora desse ambiente turístico, é raro ver-se servir álcool. O chá de menta e o sumos de laranja naturais são o que mais se bebe.
INFORMAÇÕES
Moeda: Dirham. Pode fazer o câmbio da moeda para Dirham no próprio hotel. E levar euros – poderá pagar com euros, já que muitos aceitam, principalmente se for com notas.
Língua: árabe e francês (nas aldeias do interior falam berbere)
Documentos: os cidadãos portugueses estão isentos de visto para estadias de turismo até 90 dias, necessitando de passaporte válido (mínimo 3 meses de validade – segundo a Embaixada).
Fuso horário: no inverno é a mesma hora; no verão é menos uma hora que Portugal Continental.
Atenção: as excursões e passeios, se feitas por empresas portuguesas pode pagar em euros, sem ter de fazer o câmbio; pergunte antes.
Pode ver aqui outros hotéis em Saïdia, as suas fotografias, preços e datas disponíveis.