Moçambique - Foto: Ivete Carneiro
Publicado em Julho 16, 2013

Viajar por Moçambique, por Ivete Carneiro

África/ Moçambique

Ivete Carneiro, 41 anos, jornalista, foi só uma vez a Moçambique mas percebeu que deixou um bocadinho dela lá. Deslumbra-se com África e, por isso, Moçambique não é exceção. Este ano conta lá voltar mas, antes, deixa no Viaje Comigo a sua experiência moçambicana e as imagens que de lá trouxe.

Moçambique - Foto: Ivete Carneiro

Moçambique – Foto: Ivete Carneiro

“Em 2010, atravessei o país desde a fronteira com a Tanzânia, de bote, pelo rio Rovuma, parando nas principais cidades ao longo daquela que chamam a nacional 1: Mocimboa da Praia, Pemba, Nampula, Ilha de Moçambique, Quelimane, Beira, Vilankulos, Inhambane, Barra, Tofo, Maputo”, revela Ivete Carneiro.

Moçambique - Foto: Ivete Carneiro

Moçambique – Foto: Ivete Carneiro

– Qual foi a primeira impressão quando chegou àquele país?

A de sempre que chego a África ou atravesso uma fronteira dentro dela: deslumbramento. Neste caso, apimentado pela maravilhosa receção em português pelos guardas do posto de fronteira (a umas largas horas de distância da fronteira propriamente dita), que me disseram: és portuguesa, estás em casa.

– Sugestões de restaurantes

Bom, eu sou do género de comer na rua sempre que posso. Em Pemba, o Dolphin é uma beleza incontornável, plantado no paraíso. Na Ilha, qualquer banca enche-nos de prazer. Na Beira, o Clube Náutico tem bom marisco e uma vista agradável.

A Solange, na Ponta Geia, também é bom, mas nada que chegue ao caril da Teresa ou aos camarões em casa do Rui, segredos que guardo para mim, se não se importam. Maputo tem vários bons restaurantes,
mas caros.

Moçambique - Foto: Ivete Carneiro

Moçambique – Foto: Ivete Carneiro

– Bares, cafés tradicionais… Locais onde se come o que é típico?

O bar Flor, na Ilha, é uma viagem. Qualquer um dos do Tofo são excelentes sítios para se estar. Maputo é um mundo deles, de que destacaria, pela originalidade, o CFM, na estação ferroviária com assinatura Eiffel.

– Hotéis sugeridos

Fico nos primeiros ou nos segundos da lista budget do Lonely Planet. Sou fã de backpackers.
Experiências más há sempre e são acolhidas como um ingrediente obrigatório do tipo de viagens que faço. Um bom: Pátio do Quintalinho, na Ilha.

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Moçambique – Foto: Ivete Carneiro

– Qual é a melhor zona para ficar num hotel e que zonas se devem evitar, principalmente à noite?

Não avalio as melhores ou piores zonas para escolher a dormida. Quanto à noite, África, sendo escura, aconselha numa prudência natural. Em Maputo, a rua do Bagamoio não será das melhores, o que é uma pena, porque é linda.

Há zonas da marginal e parques a evitar à noite, bem como se deve tentar não andar a pé junto à estação. O resto do país pareceu-me seguro. Em Inhambane e na Ilha, andei sozinha, noite dentro, sem sinal de perigo.

Moçambique - Foto: Ivete Carneiro

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– Há alguma zona mais insegura?

Neste momento, há conflitos no centro do país, convém estar atento aos alertas, mas geralmente não afetam viajantes.

– Comida: o que comer?

Chima é uma espécie de pasta de farinha, que se enrola com os dedos para passar num molho, de preferência caril de qualquer coisa. O marisco é incontornável. Matapa também é interessante. E chamuças, claro! E fruta e caju, com uma 2M, ou uma Manica, ou uma Laurentina, branca ou preta.

Moçambique - Foto: Ivete Carneiro

Moçambique – Foto: Ivete Carneiro

– Locais que temos mesmo que visitar:

A Ilha de Moçambique, uma pérola do passado.
A Beira, pela arquitectura revolucionária.
Inhambane, pela baía e pela arquitetura e pelas praias da Barra e do Tofo.

Quem for fã de praias paradisíacas não deve perder Pemba e Barra, além das Quirimbas (no norte, onde não fui) e de Bazaruto (ao largo de Vilankulos onde também não fui), que contêm resorts de altíssimo gabarito e custo.

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– Qual é o melhor meio para andar na cidade? De carro alugado, mota, bicicleta, transportes públicos…?

A pé, de táxi, de chapa para quem não tiver problemas em perguntar aos restantes passageiros como se vai para onde (nem sempre se regem pela lógica ocidental das carreiras, têm um destino até ao qual é preciso conhecer a rota para sabermos se nos vai deixar onde queremos). Em Quelimane, nas bicicleta-taxi (delicia).

Moçambique - Foto: Ivete Carneiro

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– Souvenirs – o que temos mesmo de comprar? Sugestão de alguma loja?

Capolanas são obrigatórias, na Casa Elefante, em Maputo. Ou nos mercados, para os mais afoitos. Objetos variados de pau preto, batiks e pinturas há aos pontapés no mercado do pau, ao sábado de manhã, junto ao forte de Maputo. A Beira também tem artesanato no antigo mercado.

– Alguma história caricata que tenha acontecido durante a viagem ou lá?

Por três vezes, perguntaram-me se eu era portuguesa, com incredulidade. Sou aparentemente mais bonita do que as ex-colonas (AHAHAHAHAHAHAH).

Tive de pagar cinco euros para entrar no Grande Hotel da Beira, um edifício belíssimo tomado pela população e onde vivem hoje três milhares de pessoas.

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– Que companhias aéreas usar para lá chegar? Existem voos baratos ou nunca existem voos baratos para lá?

Voos baratos implicam muitos transfers e horas em aeroportos. É o o que faço, escolhendo o mais barato até um aeroporto mais hub. Fui por Dar es Salam, na Tanzânia, via Londres e Cairo (Egipt Air) e regressei por Johannesburg (por uma companhia dos Emiratos, não me lembro qual, com a ressalva de que são todas muito melhores do que qualquer companhia ocidental, apesar de mais baratas… Petróleo rules!)

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