Como se apanha e previne a Malária?

Viajar para alguns países tem um acréscimo de cuidados de saúde, se tiver questões com Malária, por exemplo. Assim, se tem aquela viagem de sonho para um país tropical, mas está com receio de contrair malária, saiba que realmente deve acautelar-se. No Viaje Comigo acreditamos que a melhor prevenção é estar bem informado, por isso, partilhamos consigo o que sabemos sobre a malária: como se apanha, os principais sintomas, como se pode evitar e em que locais existe.

O que é a Malária?

A malária (também conhecida como paludismo) é uma doença infeciosa que se transmite pela picada de um mosquito (fêmea) em particular, o Anopheles. Ele injeta um parasita que causa vários distúrbios no nosso organismo (e conduzindo ao mau funcionamento e falência de órgãos), podendo até provocar a morte. Trata-se de um mosquito fêmea, porque apenas as fêmeas se alimentam de sangue, acabando por picar a pessoas (e alguns animais).

Quais os principais locais onde existe Malária?

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os locais de maior foco da doença são as regiões tropicais e subtropicais da América Central e América do Sul, de África e da Ásia. Veja o mapa dos focos de Malária.

Mapa dos maiores focos de Malária (2020)

Quais os sintomas provocados pela malária?

A partir do momento em que a pessoa é picada, o período de incubação (o tempo entre a infeção e os sintomas) da malária varia geralmente entre 7 e 30 dias, podendo ser mais longo. Mas imagine que foi picada e nem deu conta… deverá ficar atento a sintomas durante vários meses, depois da viagem. Quando achar que pode ser só uma febre sem importância… vá ao hospital e diga que esteve num local onde existe Malária.

Cada caso é um caso e somos todos diferentes, sendo que os sintomas podem manifestar-se de forma leve, ou agressiva.

Os sintomas leves costumam ser:
– dores de cabeça;
– febre;
– dores musculares;
– fadiga,
– vómitos;
– diarreia
– falta de apetite.

Os sintomas com uma maior gravidade costumam ser:
– dificuldade respiratória;
– anemia grave;
– sonolência profunda;
– convulsões;
– insuficiência renal;

Como diagnosticar e tratar a Malária

Ao desconfiar que pode ter Malária, o indicado é fazer um exame de sangue. Assim, terá certeza se se trata desta doença. Porém, existem também testes rápidos na farmácia, que detetam a presença do antigénio. Salientamos, no entanto, que este tipo de testes nunca são tão fiáveis como um exame de sangue.

Se, de facto, se confirma que é Malária, o tratamento é feito através medicamentos antimaláricos, tomados oralmente ou injetados, conforme a gravidade da situação. Quando os sintomas já estão avançados e o estado é grave, a pessoa tem que ser internada no hospital. Se não houver o devido tratamento, a Malária pode provocar danos irreversíveis no cérebro e nos órgãos vitais, podendo mesmo levar à morte. Infelizmente, nos dias de hoje, a Malária continua a matar muita gente no mundo inteiro.

Como prevenir a Malária

Antes de mais, se já tem a sua viagem marcada, faça uma consulta do viajente. Nesta consulta, vai receber toda a informação que precisa, bem como a medicação profilática. Ainda não existe uma vacina contra a Malária e é possível contraí-la mais que uma vez na vida.

Durante a viagem:
– passe repelente nas áreas do corpo que estão expostas (após colocar protetor solar). Reforce de 4 em 4 horas. Pode também colocar o repelente na roupa, para reforçar a proteção. Informe-se melhor sobre o modo indicado de usar o repelente;
– use vestuário claro e que cubra o mais possível de pele. Opte por sapatos fechados.
– os mosquitos costumam atacar mais ao final do dia, noite e madrugada. Como tal, tente dormir sempre com um mosquiteiro à volta da sua cama e coloque repelente no mosquiteiro.
– evite permanecer em locais onde a proliferação de mosquitos é maior (ex: beira de lagos, regiões de mata nativa, etc.).
– esteja muito atento logo aos primeiros sintomas. Quanto mais rápido tratar, menor é a probabilidade de se transformar numa doença fatal

Como é o mosquito da Malária?

O Anopheles, também conhecido como “mosquito prego” no Brasil, distingue-se dos outros mosquitos pelos seus palpos quase tão longos e pelas suas escamas brancas e pretas nas asas. Este tipo de mosquito prefere temperaturas húmidas, entre 20 a 30 °C. Não sobrevive com temperaturas abaixo dos 15 °C e prefere altitudes até os 1500 metros.

Mosquito da Malária ©

Algumas curiosidades sobre a Malária

Sabia que em 1820 o princípio ativo da quinina foi isolado e usado, durante muito tempo, para a prevenção e tratamento da malária? Isto, porque padres jesuítas, no século XII, observaram que os indígenas utilizavam cascas da árvore Quinina para tratar a febre.
Em Portugal, até à década de 60 do século passado, a doença atingiu milhares de pessoas, principalmente, nas zonas onde se cultivava grandes extensões de arroz (bacias hidrográficas do Sado, Tejo e Mondego). Atualmente a Malária encontra-se erradicada em Portugal e em praticamente toda a Europa.

Números
– Em 2017, estima-se que houve 219 milhões de casos de malária em 90 países e territórios.
– As mortes por malária em 2017 chegaram a 435 mil.
– Uma criança morre por malária a cada 2 minutos.
– Nas Américas, 765 mil casos de malária e cerca de 340 mortes foram notificados em 2018.
– A Região Africana da OMS carrega uma parte desproporcionalmente alta da carga global de malária. Em 2017, a região notificou 92% dos casos e 93% das mortes pela doença.

Quarto do Gem River Edge – Eco Home and Safari, Kataragama, Sri Lanka © Viaje Comigo