Artesanato dos Açores

Cada uma das 9 ilhas do arquipélago dos Açores tem os seus produtos artesanais, que contam parte da sua História e cultura. Entre o artesanato feito em cada região encontram-se rendas, tecelagem, trabalhos com miolo de figueira, com a escama de peixe, o alfenim, a cerâmica, presépios de lapinha, registos de Senhor Santo Cristo dos Milagres, e na gastronomia destacam-se, aqui, os doces: os bolos lêvedos, bolos D. Amélia, espécies de São Jorge, queijadas da Graciosa ou as de Vila Franca de Campo e biscoito de orelha de Santa Maria, etc. Há muito para provar e comprar nos Açores.

Rendas do Pico e do Faial

Nas ilhas do Pico e do Faial, a renda ou croché de arte imitam motivos florais: a flor de maracujá, cachos de uvas, amoras, articuladas com imagens geométricas fazem rendas românticas usadas como aplicações em peças de linho ou algodão ou peças inteiras para toalhas, centros de mesa, etc.

Registos dos Senhor Santo Cristo dos Milagres

Estas peças de homenagem ao padroeiro, surgem de trabalhos das freiras do Santuário, que usam papéis, penas, veludos, panos, cartolinas, metalizados, prata e ouro e em destaque a imagem do Senhor Santo Cristo.

Viola da Terra

A também chamada “viola de dois corações”, “viola de 12 cordas” e “viola de arame” chegou aos Açores no século XV e ficou como o mais típico instrumento das ilhas. A construção  da Vila da Terra obedece a moldes clássicos e técnicas tradicionais.

Presépios de lapinha

São presépios miniatura  que são usados o ano inteiro. A ideia surge de uma gruta que abriga a Sagrada Família e onde são recriadas cenas bíblicas. Para estes presépios são usados rochas, musgos, plantas e conchas marinhas. São guardadas em pequenas redomas ou caixas de vidro.

Miolo de figueira

São peças minuciosas as que são feitas de massa branca do miolo de ramos de figueira. No Museu da Horta encontram-se os mais antigos feitos por Euclides Rosa.  Podem surgir como composições florais, mas também barcos ou moinhos.

Escama de peixe

A condição arquipelágica dos Açores faz com o que o trabalho com escamas de peixe seja, de facto, algo que mostra também a diversidade de peixes do mar dos Açores. As escama são coradas, em águas, e transformadas fazendo lembrar pétalas ou folhas e recortadas minuciosamente com uma tesoura. Podem ser feitos objetos decorativos e até usado em bijutaria.

Fibras vegetais

Do junco, da espadana, do vime e do dragoeiro podem vir inúmeras fibras vegetais, assim como a folha de milho e a palha de trigo que eram utilizadas para inúmeros objectos como tapetes (capachos), vassouras, cestaria e até chapéus.

Bordados do Açores

Existem pequenas indústrias nas Ilhas e São Miguel, da Terceira e da Graciosa que usam bordaduras que trabalham a partir de casa. O bordado pode ser trabalhado no lho ou algodão e traz temas vegetalistas e figurativos.

Na ilha de São Miguel, o bordado a matiz remota à década de 1930 e salienta-se pelo uso de tons de azul e motivos campestres e florais. Na Terceira o bordado destaca-se pela combinação de pontos empregues, como o Richelieu e os ilhós, por exemplo.

No Faial, incrível é também o bordado a palha de trigo sobre tule negro, que ao longe parece bordado de ouro. É usada a palha de trigo ou centeio por entre o tule e cria peças de roupa e acessórios femininos e requintados.

O bordado a palha de trigo, em tule negro, remonta ao século XVIII. Na corte de Napoleão, o tule era muito usado em vestidos de baile bordados a ouro e prata. Foi nessa altura que este bordado terá chegado ao Faial, primeiro num chapéu de senhor, de seda preta, bordada a palha, que teria vindos os Estados Unidos, mas cujo fabrico era francês.

Cerâmica e olaria

Em São Miguel, em Vila Franca do Campo, e na Terceira, em Angra do Heroísmo é onde estão exemplos de artesãos que trabalham a olaria tradicional dos Açores. Alguma faiança, no século XIX, a cerâmica da Lagoa pintava peças com flores e motivos vegetalistas, e podiam ser serviços de chá, terrinas ou outros objetos de decoração. Há peças e figuras em miniatura que compõem presépios, por exemplo, e pintadas com cores vivas. O Casal Micaelense tornou-se uma representação da escultura cerâmica da Lagoa.

Boina do Corvo

A boina típica da ilha do Corvo, que fazia parte dos trajes dos baleeiros, é feita em tricot, com cinco agulhas. A lã pode ser branca e também tingida em azul-escuro. No topo é colocado um pompom. Sabe-se que este tipo de boina era feita na Escócia no século XVI e que os corvinos que trabalhavam em baleeiras, com tripulações escocesas, trouxeram o a aprendizagem e ensinam às suas mulheres para o fazerem.

Fechaduras do Corvo

São fechaduras de madeira que surgiram pela dificuldade de conseguir que fechaduras metálicas chegassem rapidamente à ilha do Corvo. Além de casas, as fechaduras são também utilizadas em palheiros e armazéns agrícolas. Têm uma chave específica e são totalmente artesanais, feitas com uma navalha.

A Tecelagem

A arte do tear traz também – como a renda – os elementos florais, elementos geomátricos e também um cruzamento de cores vivas. Podem ser usados como colchas, ou cobertores, ou simplesmente para serem exibidos como arte em paredes.

Diz-se que terá sido na ilha de Santa Maria que as mantas poderão ter sido usadas num meio mais rural: mas, em São Jorge pelo século XVI tornou-se uma arte popular.

Doçaria regional dos Açores

As queijadas de Vila Franca de Campo e as da Graciosa, os bolos Dona Amélia, as espécies de São Jorge, o alfenim da Terceira e o biscoito de orelha da ilha de Santa Maria. E todos os doces fazem parte das destas do Espirito Santo e de São João… mas também de casamentos e batizados.

O alfenim da ilha Terceira são figuras moldadas em açúcar que são ofertas como promessas religiosas do Divino Espírito Santo: são figuras antropomórficas, e também de flores, animais, corações, pombas do Espirito Santo, etc.

Típicos das Furnas, os Bolos Lêvedos têm um sabor ligeiramente adocicado , sendo cozidos sobre uma chapa metálica, polvilhada com farinha. Tradicionais do Vale das Furnas podem ser apreciados em qualquer refeição.