Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim, Faial, Açores

Na ilha do Faial, nos Açores, está o Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim, muito perto do centro da cidade da Horta. No interior, conseguimos perceber com era feita a caça e o processamento das baleias apanhadas no mar em redor dos Açores – uma atividade económica que já foi muito importante para esta ilha. Qual era produto com maior procura? O óleo de baleia, para diferentes utilizações.

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Fotos antigas no Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Em plena Segunda Guerra Mundial, no ano de 1942, começou a funcionar esta que era a Fábrica da Baleia, de forma a dar resposta aos pedidos de exportação do óleo de baleia. A empresa, propriedade da SIMAL – Sociedade Industrial Marítima Açoriana Lda –  fazia o aproveitamento integral da baleia e outras espécies marinhas e o comércio dos produtos que daí vinham.

Na época, as suas máquinas e o funcionamento das mesmas eram considerados tecnologia avançada. A fábrica tinha duas caldeiras a vapor, que ocupavam grande parte do espaço da fábrica.

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Na Fábrica da Baleia tudo era aproveitado no desmanche do cachalote. Da cabeça era retirado o toucinho, de onde vem o óleo. A extração do óleo – a partir do toucinho – durava cerca de oito horas. A carne e os ossos – também se conseguia extrair óleo -, e o sangue, eram misturados com cal que formava uma borra usada para o fabrico de farinha. Antes de chegar a essa parte passava por várias máquinas.

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

O ÓLEO DE CACHALOTE

O óleo de cachalote era o produto principal da indústria baleeira açoriana. Era quase todo exportado para ser usado como combustível ou lubrificante. A farinha, feita de ossos e de carne, rica em proteínas, era considerada um excelente adubo agrícola e também utilizado como complemento para a alimentação do gado e fertilizante.

As baleias chegavam – arrastadas pelos barcos baleeiros – e eram desmanchadas na rampa junto da fábrica, onde toda a gente ajudava à separação, do que seria para o óleo principal e do restante que seria cozido e desfeito para ser transformado em farinha, que posteriormente era transformado em fertilizante para os campos e, alguma, também para alimentação de gado.

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Durante os 30 anos de trabalho desta fábrica, “processaram-se” 1940 cachalotes e produziu-se 44 mil bidões de óleo que serviria para lamparinas, para fazer sabonetes e para a indústria cosmética. A pele podia ser aproveitada para fazer sapatos e as cangas de bois.

Em 1974, quando a indústria baleeira começou a entrar em declínio, a fábrica teve de fechar as portas. Foi comprada pelo Governo Regional dos Açores em 1980 e, quatro anos depois, classificada como Imóvel de Interesse Público.

“A Fábrica da Baleia de Porto Pim, integrada no Parque Natural do Faial, é um complexo industrial que se situa na parte sudoeste da Baía Porto Pim, na encosta do Monte da Guia. Com cerca de 7000 visitantes por ano, a Fábrica da Baleia mantém-se como um dos melhores exemplares da extinta indústria baleeira açoriana, essencial para a compreensão histórica, económica e social dessa actividade”, explicam no site.

Exposição no Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

A EXPOSIÇÃO DO MUSEU DA BALEIA DE PORTO PIM

A exposição permanente da Fábrica da Baleia de Porto Pim tem quase toda a maquinaria original. Durante a visita, segue-se o percurso do processamento integral do cachalote para obtenção dos subprodutos comerciais (óleo de toucinho e aproveitamentos de farinhas de carne, ossos e sangue).

Nos Açores, a primeira fábrica abriu em S. Miguel e depois esta, em 1942, com o inicio da atividade em 1951, e a apanha de 137 cachalotes num ano. Dentro das notícias expostas na Fábrica está uma de 1955 que dá conta que foi encontrada uma lula de 10 metros dentro de um cachalote.

Esqueleto de cachalote – Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Esqueleto de cachalote – Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

No piso superior da Fábrica está o esqueleto real de um cachalote – que deu à costa já morta e o seu esqueleto foi estudado – e o fóssil do crânio de uma baleia extinta há cerca de seis milhões de anos, que foi apanhado em 2017, sem querer, por um barco a cerca de 68 Km do Faial (Banco Açor).

São várias as máquinas aqui expostas: nas caldeiras – de 120 e 130 metros quadrados – colocavam tudo em funcionamento, com a madeira que vinha da Ilha do Pico. As máquinas foram fabricadas na cidade do Porto, em 1904.

Praia de Porto Pim – Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

INFORMAÇÕES

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim
Morada: Monte Da Guia, Fábrica Da Baleia De Porto Pim Angústias, 9900-124 Horta, Faial, Açores

Telefone: +351 292 292 140

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Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Praia frente ao Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo

Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim – Faial – Açores – Portugal © Viaje Comigo