O arquipélago das Berlengas está a 15km da costa oeste de Peniche, no distrito de Leiria, e é um refúgio de águas cristalinas. É, desde o século XV, uma área protegida, sendo consagrada Reserva Mundial da Biosfera em 2011. O arquipélago é constituído por 3 ilhéus: as Estelas, os Farilhões-Forcados e a Berlenga Grande (foi esta última que visitei). A última representa 2/3 da superfície do arquipélago e está dividida em duas partes devido a uma falha sísmica, sendo a Ilha Velha a porção mais pequena da ilha.
Estima-se que a ilha tenha ocupação humana desde o primeiro milénio antes de Cristo. Foram muitos os povos que por aqui passaram como os árabes, fenícios, vikings, franceses e ingleses.
Conhecem a história? Em 1465, o Rei Afonso V tornou este local numa área protegida, conhecida pela sua beleza e pelo esplendor da natureza. Por esta altura, fixaram-se aqui alguns pescadores e, cerca de um século depois, instalaram-se os monges da Ordem de São Jerónimo. Construíram um mosteiro que lhes dava abrigo e que prestava auxilio às vítimas dos muitos naufrágios. O mosteiro desapareceu e no local onde estava erigido funciona agora o Parque de Campismo.
Só em 1940, foram edificadas as casas dos pescadores, a única povoação da ilha nos dias de hoje. Atualmente, as ilhas são um chamariz nos meses mais quentes para os visitantes que almejem nadar nas águas límpidas (um pouco frias, aviso-vos, já) e desfrutar da natureza circundante. E que lindo que é fazer passeios por lá!
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Na sua visita às Berlengas, pode explorar muitas atividades ligadas à natureza. Pode fazer mergulho, snorkeling ou canoagem. Os passeios de barco incluem várias atividades e existem passeios para explorar as grutas destas ilhas graníticas, como a Gruta da Flandres, Gruta da Lagosteira, Gruta Azul ou a Gruta Muxinga.
Existem trilhos – bem assinalados – para caminhadas pela natureza explorando a espantosa fauna e flora. É um paraíso para a observação de aves, tais como corvos-marinhos-de-crista, gaivotas-argênteas, falcões-peregrinos, entre muitas outras.
Foi imposto um limite de 350 pessoas, por dia, a visitar a ilha, por isso, veja as nossas sugestões mais abaixo e planeie a sua viagem com antecedência.
ONDE DORMIR NAS BERLENGAS
Sim, é permitido pernoitar nas Berlengas! Contudo, as acomodações são simples. Existem 3 opções:
– Dormir no Forte São João Batista
O forte pode acomodar até 50 pessoas e os preços podem variar dos 10/20€ por noite. Todavia, tem de levar tudo o que for necessário, incluindo roupa de cama! No fundo, tem as condições básicas para descansar umas horas. Tem ainda uma cozinha comum e frigorifico para preparar algo para comer e no refeitório poderão servir algumas refeições rápidas. As vantagens do Forte? A vista maravilhosa! Parece que estamos num cenário de um filme!
As reservas têm de ser feitas diretamente com a Associação dos Amigos das Berlengas.
Contactos
Telefone: +351 262 750 244
E-mail: berlengareservasforte@gmail.com
– Pavilhão Sol e Mar
Os quartos têm todos vista para o mar e é a opção mais convencional – meia-pensão e roupa de cama/toalhas e WC privativo. Os preços podem variar consoante a época, mas é a volta de 75€ por casal.
Contudo, como só tem 6 quartos (todos duplos) convém marcar com antecedência! A outra vantagem é albergar o melhor restaurante da ilha – o único 😀 .
Contactos
Telefone: +351 262 750 331
Parque de Campismo
Para os amantes do campismo, esta é uma opção fabulosa para absorver toda a natureza circundante! São 8€ por noite, cada tenda, e o espaço delimitado – sito no antigo mosteiro – é de 40 tendas.
Mais uma vez, convém marcar o seu lugar com antecedência contactando o Posto de Turismo de Peniche ou a Câmara Municipal de Peniche.
– Pode também visitar a ilha, durante o dia, e ficar alojado em Peniche, como nós fizemos.
ONDE DORMIR EM PENICHE
Em Peniche, a proximidade das praias da Cova da Alfarroba e do Baleal, tornam o Star Inn Peniche, um hotel com uma localização perfeita. É só atravessar a rua, as imensas dunas, que vemos da varanda, e já vamos estar a tomar banhos de sol e de mar num enorme areal. Se preferir, pode desfrutar das duas piscinas do hotel: uma interior e outra exterior. Leia mais.
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Onde posso comer nas Berlengas?
Esta é fácil, porque as opções, não são muitas 😀
O único restaurante é o Restaurante Mar e Sol e pertence à Pensão Pavilhão Mar e Sol. Não precisar de estar lá alojado para aceder ao restaurante, mas o espaço é limitado. O espaço não está aberto todo o ano, funciona apenas de maio a setembro.
O Forte São João Baptista tem uma espécie de tasquinha, onde servem refeições rápidas, como uns cachorros ou sanduíches. Contudo, tem de estar hospedado no Forte.
Existe ainda o Mini-Mercado Castelinho. Nesta mercearia pode comprar alimentos e tomar aqui um bom pequeno- almoço.
Como chegar às Berlengas?
A única forma é de barco e a cidade de embarque é Peniche. Para chegar a Peniche, poderá fazê-lo de carro ou autocarro com partidas diretas do Porto, Lisboa e Coimbra. De outros destinos do país terá de fazer transbordo.
E a viagem de barco?
Há que ter em conta a época do ano, em que se visita, pois influencia nos horários e preços. Por norma, existem dois horários de ida pela manhã, e dois de regresso pela tarde. Os valores podem variar consoante a sua idade e as suas intenções. Ou seja, uma viagem simples, de ida e volta, pode rondar os 20€, mas se incluir atividades como snorkeling, mergulho ou visitar as grutas, os preços podem ir até aos 37€. Informações mais detalhadas aqui.
Quando visitar as Berlengas?
As Berlengas têm tudo em pleno funcionamento de maio a setembro, sendo que a época alta é do dia 1 a 31 de agosto. Aqui, há sempre maior azáfama e os preços podem sofrer alterações. Porém, como há o limite de 350 visitantes, por dia, é sempre uma azáfama “controlada”. Durante o inverno, há muito menos viagens de barco e as instalações estão fechadas.
O QUE VISITAR NAS BERLENGAS?
Forte de São João Batista
D. João IV ordenou a construção do Forte em 1651, demorando cinco anos até estar concluído. A edificação teve como objetivo proteger o arquipélago de invasões forasteiras. O episódio mais afamado deste – agora – Monumento Nacional foi, em 1666, quando foi cercado por forças espanholas. Foram dois dias de resistência dos portugueses, comandados pelo cabo Avelar Pessoa, aos bombardeamentos, que levaram ao triunfo, frente aos espanhóis que se retiraram com um grande número de baixas.
Praias
Para quem gosta de relaxar junto ao mar, existem várias opções para mergulhar nestas águas límpidas. Tem a Praia do Carreiro do Mosteiro, Praia da Berlenga Grande, Praia do Forte ou a Praia Cova do Sonho.
Farol Duque de Bragança
O Farol, também conhecido como o Farol das Berlengas, destaca-se pelos seus 29 metros de altura e por estar no ponto mais alto da ilha. Por Alvará Pombalino foi mandado edificar em 1758. Em 1842, entrou em funcionamento, um ano depois da sua construção estar terminada. Quase 10 anos depois, foram adicionados os edifícios adjacentes ao Farol.
Centro de Visitantes
Desde 2015, que existe um espaço dedicado exclusivamente à Reserva. No Bairro dos Pescadores, nos abrigos 15 e 16, reinventaram um local que serve como apoio aos visitantes e que conta a história do arquipélago, e do projeto LIFE Berlengas, através do centro interpretativo e expositivo.
Bairro dos Pescadores
A única povoação das Berlengas está no Bairro dos Pescadores, com cerca de 20 casas.
Este bairro foi mandado construir em 1940, pelo Primeiro-Tenente Antonio Manuel de Andrade e Silva, que na época era o Capitão do Porto de Peniche, e se apaixonou pelo arquipélago. Aqui, construiu uma casa para si – que continua na sua família – e o bairro surgiu para dar aos pescadores, que na altura procuravam refúgio nas grutas, condições honradas.