Já estava para escrever este texto há muito tempo, porque quase todas as pessoas que ficam a conhecer-me – e não são deste meio – perguntam como é o dia-a-dia de um bloguer (ou blogger) de viagens profissional. E com isso quero falar dos que são profissionais, ou seja, que vivem disto, como é o meu caso. Ora, isso vai depender muito da pessoa, por isso, vou falar sobretudo da minha experiência, dando uns toques de outros casos de conheço.
A maior parte dos casos que tenho conhecido são de nómadas digitais. Eles não têm de ser obrigatoriamente bloguers de viagens, mas trabalham online e têm a facilidade de se deslocar e trabalhar a partir de qualquer parte do mundo, bastando para isso uma (boa) ligação à internet.
No meu caso, apesar de viajar muito, anseio o regresso a casa, à família e amigos e também é nessa altura que ponho o trabalho todo em dia. No início, ia em viagens com o computador atrás, mas depois percebi que não aproveitava tanto. Calma! Continuo a trabalhar, mas a partir do telefone.
Só a publicação em redes sociais (e eu estou em seis redes sociais) já dá umas boas horas de trabalho e também responder a mails… e até consigo adiantar alguns textos no telefone. Mas, mais do que isso também seria impossível, uma vez que a maior parte das viagens de trabalho tem horários muito apertados, com locais para conhecer de manhã à noite, sem tempo para conseguirmos produzir muito conteúdo.
Por falar no assunto… sigam o Viaje Comigo nas redes sociais 😀
– Facebook
– Instagram
– YouTube
– Pinterest
– Twitter
– Google +
– Linkedin
Se todas as profissões têm lados bons e maus, a de bloguer de viagens profissional é certamente o facto de as viagens terem sempre (nem que seja só um bocadinho) de trabalho. Para mim, é impossível estar num local sem pensar que seria útil para os meus leitores saberem daquele sítio: como ir lá ter, o que podem ver, onde comer, o que há de mais típico, etc. Algo que também já trazia da minha profissão como jornalista. E é certo que as férias deixam de ser vazias… eu arranjo sempre algo a fazer. E quando vou de férias… levo o computador comigo!
Assim, nas viagens onde vou a trabalho (como jornalista ou como bloguer de viagens), com os tais programas apertados, vou tirando apontamentos no telefone e depois começo a escrever quando regresso a casa. E é em casa o meu posto de trabalho, onde fico várias horas, às vezes, dias seguidos a atualizar os guias de viagem. É esse o meu trabalho. O que a maior parte das pessoas não sabe e fica sempre surpreendida é com a quantidade de trabalho “escondido” que existe.
Uma das ideias-feitas sobre os bloguers de viagens é que estão constantemente em viagem, na beira da piscina, de cocktail na mão e quase não trabalham. Ter uma fotografia numa piscina ou praia, não significa que estivemos lá o dia inteiro. Por vezes, estamos só lá uns bons 20 minutos e o resto do dia a pensar em como vamos abordar o conteúdo, os locais que visitámos e a editar imagens para as redes sociais. Ganhámos contraturas nas costas, tendinites e afins, porque são muitas horas em frente ao computador. Este é o verdadeiro trabalho de quem tem um blogue de viagens.
Para muitos será uma surpresa mas… trabalhar online é muito duro! Requer muita paixão pelo que se está a fazer. É preciso gostar mesmo e comprometer-se! Porque vão ser longas horas “perdidas” em frente do computador. E mais duro ainda para quem não é desta área informática. E é esse o meu caso! Tive de aprender tudo do zero, desde SEO, marketing, redes sociais (e cada uma delas tem os seus quês), edição de fotografia, edição de vídeo, etc. Só estou à vontade na produção de textos, porque era o que eu já fazia como jornalista. De resto foi tudo a aprender do zero!
Os lados “maus” da vida de bloguer de viagens:
– levámos sempre o trabalho para casa;
– nas férias nunca conseguimos desligar completamente;
– viajar sozinha e comer sozinha sempre (faço muitas amizades em viagem mas acabam quando acaba a viagem);
– a faturação do blogue nunca é igual todos os meses e há pessoas que não conseguem viver sem saberem quanto vão ganhar no final do mês. Eu, como já vinha com a experiência de alguns anos de freelancer, já estava habituada a essa “incerteza”;
– e, eu pessoalmente, fico com algumas saudades de coisas de rotina! Enquanto, toda a gente diz que está farto da rotina eu gostaria de ter um bocadinho dela quando estou muito tempo fora. Até porque é muito difícil quando regressamos e temos de colocar tudo em ordem.
Aliás, estou a escrever este texto quando estou sem sair de Portugal há mais um mês, o que já não acontecia há alguns anos. E sabe tão bem!
Mas, a verdade é que, quando se gosta – e gosto de partilhar as experiências e viagens – do que se faz, estes não parecem pontos tão negativos. E há dias melhores e dias piores como, com certeza, todos vocês têm nos vossos trabalhos.
E aquilo que toda a gente fala de “posso trabalhar em qualquer lado”, foi algo que desmistifiquei desde cedo. Para mim… não dá! Numa esplanada, o computador aquece e tenho de estar de óculos de sol para poder trabalhar. Num café, está sempre gente a andar de um lado para o outro e eu sou daquelas pessoas que está atenta a tudo o que a rodeia. Logo, fico desconcentrada rapidamente. Às vezes, nem parece que já trabalhei em redações muito barulhentas! 😀
E, depois, trabalhar em esplanadas, cafés e beira da piscina…. não estamos a falar de estar no computador uns 20 minutos. São 8 horas, no mínimo, por dia, a responder a e-mails, a escrever, a editar fotos e vídeos, etc. Aliás, quem estou eu a enganar… são sempre 10 ou mais horas! E eu preciso de estar super focada no que estou a fazer… se não, o tempo passa e parece que não fiz nada o dia todo! E vocês?
O QUE FAZ UM BLOGUER DE VIAGENS PROFISSIONAL NO SEU DIA DE TRABALHO?
O tempo é o nosso bem mais valioso, certo? Pois, o que cada bloguer põe no seu projeto é o seu tempo e a sua alma, por isso, é natural que cada texto tenha um pedacinho de nós.
Assim, digam comigo todos aqueles que ouvem “fazes aí um texto num instante” ou “arranja-me depois uma dessas fotos”.
– O tempo é o nosso bem mais valioso!
E esse “instante” serão algumas horas. O texto tem de ter um certo (grande) número de palavras para aparecer nas pesquisas. As fotografias têm de ser selecionadas – das 200 que tiramos, vamos usar umas 20 – editadas e todas elas com legendas diferentes e explicativas. Todo o texto tem de ser revisto e assinalado com links.
E antes de escrever o texto, o que aconteceu? Houve a pesquisa antes de ir ao local; depois apontar os pormenores da experiência no local; a seguir, mais pesquisa; e encontrar uma maneira apelativa de apresentar um texto, para quem nos está a ler.
Alguém faz isto tudo num “instante”? Não me parece!
Digam comigo novamente: “o tempo é o nosso bem mais valioso!”
Além disso, depois do texto estar feito, é preciso lançá-lo para o mundo. Partilhar em todas as redes sociais – Twitter, Facebook, Instagram (stories), Google +, Pinterest e Linkedin. Quem trabalha neste meio sabe que, actualmente, todas as redes sociais querem exclusividade. Ou seja, se damos mais atenção ao Instagram e negligenciámos o Facebook, eles deixam de nos mostrar tanto aos nossos seguidores. Além de que, o que é mesmo necessário, hoje em dia, para chegar a uma audiência maior: pagar!
E se fizer um vídeo também? Ora, o vídeo tem o mesmo processo do texto: pesquisar antes de filmar; ter filmagens de uma hora, ou mais, para reduzir a 3 ou 4 minutos. Escolher as melhores imagens, a música a bater certo, as legendas, e partilhar nas redes sociais (no meu caso, no YouTube). É um instantinho… 😀
Voltemos então à lista de afazeres num dia de um bloguer de viagens profissional que cria conteúdos únicos:
– Experiência em locais, com levantamento de informação e ideias (reportagem com projetos; experiências de viagens; estadias em hotéis; experiências em restaurantes, etc.)
– Pesquisa de conteúdo:
preparação das viagens: tal como qualquer pessoa em viagem, tem de fazer pesquisa mas, neste caso especial, temos de saber antes o que vamos fotografar e filmar. Porque senão, corremos o risco de, quando chegarmos a casa, perceber que nos faltou ir a um dos 10 locais mais importantes daquele lugar…
– Escrever o texto (com palavras suficientes para aparecer nas pesquisas);
– Usar técnicas de SEO para aumentar a divulgação do texto;
– Seleção e edição de fotografias;
– Divulgação do texto em todas as redes sociais:
– No dia a dia, existem as redes sociais para alimentar e todas elas têm diferentes formas de comunicar.
– Em todas elas responder aos comentários e mensagens privadas enviadas pelos seguidores.
E a isso acrescento uma parte importante do dia:
– Responder a comentários nos textos do site. Algo que considero muito importante, para saber quão úteis são as dicas que deixo aos leitores;
– Ler e responder aos e-mails de leitores (peço desde já desculpa por vezes por demorar a responder, mas são muitos!);
– Fazer/atender chamadas e responder a e-mails de potenciais parcerias e trocar ideias para parcerias “fora da caixa”;
– Perceber se está tudo bem na orgânica do site. Há dias em que o que instalámos começa a “dar o berro”, ou algo deixou de funcionar, e é preciso desinstalar e instalar tudo de novo.
– Preparar as próximas viagens (incluindo as que vou fazer com leitores).
Como o saber não ocupa espaço, e eu estou longe de saber muito nesta área, todas as semanas dedico algum tempo a aprender mais sobre vários assuntos. E, assim, vou lendo textos e vendo tutoriais que ajudarão a acompanhar as mudanças de algoritmos, as normas de pesquisa, como editar melhor vídeos e fotografias, etc.
Outra questão que me colocam sempre é: como se faz dinheiro com um blogue de viagens? Todas as dicas que vou dar a seguir incluem algumas práticas minhas e outras que nunca fiz, mas que muitos fazem. Por isso, estes são exemplos do muito que há para fazer:
– Publicidade de marcas ou do próprio Google (toda a gente está habituada a ter publicidade em todo o lado, mas nunca exagerem na publicidade que colocam e naqueles pop ups irritantes, que levam a que as pessoas saiam da página já sem vontade de ler nada);
– Reservas de alojamentos: Booking, Airbnb, Hostels, etc. Faça-o sempre com serviços que experimentou;
– Venda de produtos online, relacionado com aquilo que o seu site tem; ou até produtos próprios, como merchandising, etc;
– Venda do seguro de viagem, para o leitor o preço é o mesmo (o bloguer ganha uma percentagem, geralmente pequena);
– Cartões de crédito e de viagem (o bloguer ganha uma percentagem, geralmente pequena);
– Vender fotografias em sites como a Shutterstock;
– Escrever textos como “escritor-fantasma” para outro sites;
– Organizar contas Instagram ou Facebook, de outros clientes;
– Textos sobre marcas ou produtos relacionados com o tema do site;
– Textos de divulgação completa (texto, imagem e vídeo) de destinos turísticos, hotéis e restaurantes, por exemplo. Note-se que, aqui, o material é todo para consumo do site; se o destino, hotel ou restaurante quiserem o material para eles, será um outro trabalho e uma outra perspetiva.
– Roteiros personalizados de viagens, seguindo as preferências de quem o contacta;
– Campanhas de divulgação para marcas no site (verifiquem se vão ao encontro do que os vossos seguidores/leitores querem, tendo em conta as suas idades, por exemplo, ou se são mais mulheres do que homens, etc.);
– Campanhas de marcas com posts nas redes sociais; passatempos; etc.
– Workshops a ensinar como trabalhar como bloguer, sendo alguém já experiente, ou falar em conferências sobre o tema;
– Fazer tours e viagens com os leitores/seguidores. É o que eu faço, com o apoio de agências de viagens, em Portugal e no estrangeiro;
– Trabalhar com turismos internacionais para promover destinos;
– Operadores e agências de viagens que querem promover pacotes de viagens;
– Consultadoria para organização de eventos e viagens, com sugestões de que bloguers de viagens convidar;
– Colaborar com outros sites de viagens (sou também colaboradora do Sapo Viagens);
– Faço voz off para programas de TV (atualmente, para um programa de televisão que passa na RTP2).
Espero ter esclarecido algumas dúvidas. Se não o fiz, envie-me mensagem! Boas viagens!
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