Na última viagem a Marrocos decidi visitar os curtumes de Marraquexe. Já me tinham dito que não eram bonitos como os de Fez, mas quis ir ver na mesma. Fui acompanhada com uns amigos jornalistas e fotógrafos profissionais e, ainda que não seja um típico local turístico, vai ver a vida nua e crua e o dia-a-dia de um trabalho árduo.
Antes de partir para a visita, fique com algumas dicas necessárias: estes curtumes cheiram mesmo mal (aguentei, mas estava muito calor e o cheiro fica ainda pior); e não estão tão habituadas a receber turistas como em Fez. Há lixo e dejetos em todo o lado. Nada está arrumado, nem aprumado para receber visitantes como em Fez.
Apesar disso, os trabalhadores estão habituados a receberem alguns turistas – até porque esta tinturaria existe desde o século XI – e, mal levantámos a câmara ou o telemóvel para fotografar, páram o que estão a fazer e vêm pedir-nos dinheiro.
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Foi um guia que nos levou lá e confesso que não decorei o caminho. Entramos por um lado desconhecido (para mim) da medina e, por isso, não sei explicar ao detalhe. Sei que, depois desta tannerie, atravessámos a rua principal e entrámos numa outra, mais pequena. Estão todas muito próximas.
Se procurar por “Tanneries” em Marraquexe, elas aparecerão num mapa identificadas – e como fica perto de uma das portas da medina, é mais fácil para não se perder. Recordo-me que entrámos nesta que tinha estas placas (da foto baixo) e onde dizia Association Sidi Yaakoub pour Les Taneurs.
Quanto ao dinheiro a pagar pelas fotografias: o que aconselho é que cheguem a um acordo de uns 2€, por exemplo, mas que digam que só dão no fim. Depois de fazerem as fotografias. Conversem, agradeçam a atenção deles e combinem tudo com o pagamento no final.
Quem quiser fazer mesmo um trabalho fotográfico com eles tem de aplicar-se mais e dar mais dinheiro. Depois, outro problema é que vão dar dinheiro a um deles e o que está ao lado, se aparecer nas fotos também vai pedir. Organize bem o que quer. Eles também estão no direito deles, podiam ate proibir que os fotografassem no seu local de trabalho, e nem pedem muito dinheiro, a meu ver.
O que pode acontecer se der o dinheiro primeiro? É essa pessoa desaparecer no meio das tinas e lá se foi o seu investimento. Garanta sempre o pagamento no final. E mesmo que no início lhe pareçam que estão chateados, converse calma e simpaticamente com eles. São pessoas simpáticas – alguns podem só falar árabe – e sorriso puxa sorriso. Simpatia gera simpatia. Não se esqueçam. Boas viagens!
Desafio 2017 – #234 Uma fotografia por dia…
Em 2017 tenho este desafio… colocar uma fotografia por dia, aqui no Viaje Comigo, relatando a história que está por detrás da mesma. Veja aqui outras imagens e outras histórias da rubrica “Uma fotografia por dia…”. Boas viagens!