A Andaluzia tem uma profunda ligação às culturas romana e árabe. Aliás, o nome vem de Al-Andalus, nome dado pelos muçulmanos, no século VIII, à Península Ibérica. A arquitetura árabe está bem presente, assim como algumas tradições arquitetónicas nos edifícios, com os azulejos, caracteres árabes e os pátios interiores, legados que dão uma inegável beleza a muitos sítios que não teriam tanto encanto sem esses pormenores.
A Andaluzia é uma comunidade autónoma de Espanha (desde 1982), situada a sul do país, com Sevilha como capital. Faz fronteira com Portugal (a oeste), com a Estremadura, Costilla-La Mancha e Múrcia (a norte), e pelo oceano Atlântico e mar Mediterrâneo (a sul) – tendo uma costa de mais de 900 quilómetros.
Os árabes invadiram a região em 711, ocupação que durou oito séculos e deixou bastantes marcas, principalmente a nível de desenvolvimento da área. E isso também é visto, só com uma passagem pelas ruas das muitas cidades…
As paredes brancas, os candeeiros tradicionais, os arcos no meio das ruas, os ferros fundidos (que servem de segurança nos dias de hoje) e que embelezam as janelas. As varandas são muitos floridas, usam azulejos coloridos nas casas, e deixam aberta a porta principal da casa, vendo-se os bonitos azulejos na entrada e deixando antever os pátios interiores das casas, depois de uma porta de vidro e ferro.
Numa das nossas viagens, através dos Caminos de Pasión, passamos por várias vilas e cidades da Andaluzia e, em muitas delas, víamos as varandas com a azulejos em baixo – ou em formato de telha. Do legado árabe ficaram palácios lindos, mesquitas, jardins relaxantes e tradições de cultivo, que deram, muitas vezes, vida a regiões consideradas completamente áridas.
As persianas tradicionais são de madeira (nalgumas casas, hoje em dia, já são feitas noutros materiais) e saltam para fora da varanda, de tão compridas que são, para taparem o sol forte que se faz sentir nesta região de Espanha, onde as temperaturas costumam ser bastante altas (no verão chegam a atingir 45 graus e a temperatura media anual é de 18º). Em Baena, o calor é tanto, que preferem colocar cortinas de pano nas portas, deixando as mesmas abertas.
E se as portas mostram antiguidade e até alguma classificação social de quem habita naquelas casas, mostram também antiguidade. Portas robustas, de madeira, que podem já contar com vários séculos de história.