No centro de Portugal, mais precisamente em Condeixa-a-Velha, está um dos maiores sítios arqueológicos do país: Conímbriga. Terá sido habitado desde o Neolítico, com presença humana no Calcolítico e na Idade do Bronze. É certo que os Celtas aqui passaram, já que os topónimos terminados em “briga” são alguns dos testemunho dessa presença.
Portanto, Conímbriga era já um castro quando os Romanos aqui chegaram em 138 a.C.. Quando for visitas as ruínas de Conímbriga vai ter também acesso ao Museu Monográfico, onde pode ver mais de perto peças e testemunhos da vida dos romanos nesta região.
A maioria das construções de Conímbriga remonta ao tempo do Imperador Augusto, nos séculos I a.C. — I d.C.. O Museu Monográfico de Conímbriga foi fundado em 1962 e tutela as Ruínas da Cidade romana, abertas ao público desde 1930.
As escavações arqueológicas, que se prolongaram ao longo de várias décadas, mostram um traçado de uma cidade, por isso, é possível caminhar pelas “ruas” romanas e perceber onde estavam as construções. Tem explicações pelos caminho que ajudam a entender melhor as ruínas.
O que vai ver em Conímbriga: o fórum, o aqueduto, os bairros de comércio, habitações, uma estalagem, termas, o anfiteatro, e as muralhas para proteção da cidade. É também destacado um conjunto de casas senhoriais, de famílias abastadas, muito grandes em tamanho. É o caso de “A Casa dos Repuxos”, com jardins e lagos onde foram recuperados de forma exemplar os mosaicos do pavimento.
Mal entra no sítio das ruínas vai ver a Estrada Romana: via romana que vinha de Olisipo (Lisboa) e se dirigia para Bracara Augusta (Braga), passando por Conímbriga. Em algumas da rochas da estrada conseguem-se ainda ver os rodados de carroças. Na muralha está um marco milenário a marcar a entrada na cidade, colocado entre 305 e 306 d.C.
Ao lado da estrada estão mosaicos encontrados em 1899 e que são datados de finais do século II e século III. Também encontra no Museu dois outros fragmentos de mosaicos idênticos a estes.
Os caminhos pelas construções (ou o que restam delas) continuam pelo meio do que seriam as paredes dos edifícios de lojas, já que era uma zona de comércio e artesanato. Nota-se o criptopórtico, ou seja, o longo corredor subterrâneo, que dava acesso às caves das lojas.
Mais à frente, vai encontrar a Casa dos Esqueletos que é um exemplo de uma residência privada com algum luxo. Terá sido construída nos finais do século I ou inícios do século II e decorada por mosaicos no século III.
São várias as termas que se encontram nas ruínas de Conímbriga: as termas da muralha terão sido construídas no último quartel do século I e estavam implantadas numa área residencial rica. Com a construção da muralha, em finais do século III, as termas ficaram ao abandono.
Também vai encontrar as ruínas da Basílica paleo-cristã e uma casa atribuída a Cantaber, um importante aristocrata de Conímbriga, no século V. A residência teria 3.260m2 (enorme!) e foi construída no último quartel do século I. Ao seu lado estão as termas desta casa.
Pelo meio das ruínas vai descobrir muitos mais pontos e locais de interesse. Todos têm informação sobre a descoberta e datas de construção.
A Muralha Baixo-Imperial foi construída entre os finais do século III e princípios do século IV. Para a construção da muralha foram demolidos inúmeros edifícios, como as termas e anfiteatro, por exemplo. A muralha tem um cariz importante em termos militares mas também de arquitetura: tem 4 metros de espessura, em média.
Ao sair das ruínas, vai ter à sua esquerda a Casa dos Repuxos, resguardada com uma construção e telhado. No meio desta, que foi uma residência aristocrática, está um jardim e lago, mostrando ainda os mosaicos trabalhados. A construção é de inícios do século I mas, depois de remodelações, foi abandonada com a construção da muralha, no final do século III e início do século IV.
Esta Casa dos Repuxos não está totalmente escavada: o edifício continua para norte e a escavação foi feita em 1939. Os mosaicos foram restaurados em 1953 e a cobertura construída em 1991. Se quiser ver os repuxos a funcionarem tem de inserir uma moeda para a máquina trabalhar.
Ou pode ver este vídeo do Viaje Comigo.
No início, ou no final da visita, pode passar no Museu Monográfico para perceber melhor Conímbriga e o seu legado. Tem montras com peças de vários séculos que mostram o modo de vida e o circuito da romanização.
INFORMAÇÕES
Conímbriga, Condeixa-a-Velha, Condeixa-a-Nova, Portugal
Telefone: + 351 239 941 177
Horário: todo o ano, de segunda-feira a domingo, das 10h00 às 19h00. Encerra: 1 de janeiro; domingo de Páscoa; 1 de maio e 25 de dezembro.
Preços: 4,50€
Tem estacionamento gratuito
Tem um serviço de bar e restaurante.
Mais informações no site