No norte de Portugal, em Barcelos, encontra uma das figuras mais representativas do país: o Galo de Barcelos. Com certeza que já o viu em muitos formatos, como em figuras de barro, louça, em porta-chaves, bordados, malas, etc… O que muita gente não sabe, é a história que existe por detrás dessa imagem.
Conta a lenda conta que os habitantes de Barcelos, por volta do século XVI, andavam apoquentados com um crime que havia sido cometido e cujo culpado ainda não tinha sido encontrado.
Galo de Barcelos
Um dia, apareceu por aqueles lados um galego e tornou-se imediatamente suspeito. As autoridades decidiram prendê-lo, apesar do mesmo ter jurado piamente a sua inocência.
O galego afirmava que estava a caminho de Santiago de Compostela para cumprir uma promessa, embora não fosse devoto nem de São Paulo nem de Nossa Senhora. Como não acreditaram na sua história, decidiram condená-lo à forca.
Mas, antes de ser enforcado, o suspeito pediu para o levarem à presença do juiz que decidira puni-lo. Quando chegou à residência do juiz, estava a decorrer um banquete e perante todos os presentes, voltou a jurar a sua inocência, apesar de só receber reações de incredulidade e desdém.
Para provar de vez a sua inocência, apontou para o galo assado que estava na mesa e disse: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”.
Galo de Barcelos
Pela sala ecoaram gargalhadas de escárnio mas, ainda assim, ninguém conseguiu já comer o galo que ficou intocado na travessa.
E o que aconteceu? Pois, para existir a lenda… quando o galego estava prestes a ser enforcado, o galo ergueu-se da mesa e cantou. Num ambiente de completo assombro, a palavra do galego foi finalmente levada a sério.
Após esse acontecimento, o juiz correu à forca e deparou-se com o pobre coitado. A sorte, conta-se, é que o nó estava gasto e foi a tempo de o socorrer e ser libertado.
Uns anos depois, o galego voltou a Barcelos e edificou o Cruzeiro do Senhor do Galo, em louvor a S. Tiago e à Virgem.
E assim nasceu a lenda em redor de um dos maiores símbolos de Portugal.
Texto: Rafaela Santiago
Galo de Barcelos
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