Visitar a moderna Shymkent, Cazaquistão

A fazer fronteira com o Uzbequistão, Shymkent é uma cidade do sul Cazaquistão. É a segunda maior cidade do Cazaquistão, com uma população de cerca de 1,5 milhão de habitantes, localizada na margem esquerda do rio Syr Darya e a uma altitude de cerca de 400 metros acima do nível do mar.

Fica a cerca de 200 quilómetros a norte da fronteira com o Uzbequistão e tem Aeroporto, que oferece voos para destinos domésticos e internacionais. Shymkent também está ligada a outras cidades do Cazaquistão e do Uzbequistão por estradas e caminhos de ferro. Arranjei um transfer, de táxi, a partir de Tashkent (capital do Uzbequistão) e fui durante dois dias conhecer esta cidade.

Street Art na Arbat Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

HISTÓRIA DE SHYMKENT

A história de Shymkent remonta ao século VII, quando era um assentamento sogdiano. A cidade foi posteriormente conquistada por vários povos, incluindo os árabes, os mongóis e os russos. Em 1939, Shymkent foi declarada capital da República Socialista Soviética do Cazaquistão do Sul. Após a independência do Cazaquistão, em 1991, a cidade tornou-se um importante centro industrial e comercial.

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Curiosidades:
– Shymkent é conhecida como a “Cidade das Rosas” devido à sua grande produção de rosas.
– A cidade é também um importante centro de produção de tapetes.
– Shymkent é um importante centro de transportes, com ligações aéreas, rodoviárias e ferroviárias para todo o Cazaquistão e para o exterior.

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Central Park – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Samosas – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Teatro de Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

O QUE VISITAR EM SHYMKENT

– Cidadela – Antiga Fortaleza

A Cidadela de Shymkent é uma antiga fortaleza que fica no centro da cidade. Foi construída no século VII e é um dos edifícios mais antigos de Shymkent. A cidadela é um importante sítio histórico e arqueológico e é um dos principais pontos turísticos da cidade.
A cidadela é feita de tijolos e tem um formato retangular. Tem um muro de cerca de 10 metros de altura e uma torre de cerca de 20 metros de altura. A cidadela foi usada como fortaleza, palácio e prisão ao longo dos séculos.
No interior da cidadela, há um museu que alberga uma coleção de artefactos encontrados no local, como cerâmicas, jóias e peças de armas.

Cidadela – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Cidadela – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Cidadela – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

– Parque da Independência (Independence Park)

Fica mesmo ao lado da Cidadela. O Parque da Independência é um dos pontos de referência mais importantes de Shymkent. Ele é dedicado à independência do Cazaquistão, que foi conquistada após o colapso da União Soviética, em 1991. O parque é um lugar onde os habitantes locais e os visitantes podem relaxar, passear e apreciar a natureza.

E, dentro do parque, vai encontrar uma série de monumentos, esculturas e outras atrações:

– Monumento da Independência: monumento imponente que comemora a independência do Cazaquistão. É frequentemente iluminado à noite, criando uma vista espetacular.
– Fontes e Jardins: o parque possui belos jardins, áreas verdes e fontes, que o tornam um local agradável para relaxar.
– Ponte Pedonal: uma ponte que atravessa o rio próximo, oferecendo uma vista panorâmica do parque e da cidade.
– Eventos Culturais: o parque é frequentemente palco de eventos culturais, festivais e apresentações ao ar livre, especialmente em ocasiões especiais, como o Dia da Independência do Cazaquistão.

Parque da Independência – Independence Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Parque da Independência – Independence Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Parque da Independência – Independence Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Parque da Independência – Independence Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Monumento Mãe Terra – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

– O Museu de História e Cultura de Shymkent

Este museu abriga uma coleção de artefatos que contam a história da cidade desde a sua fundação. O museu inclui itens de cerâmica, joias, armas e roupas tradicionais.

– A Mesquita de Khoja Akhmet Yassawi

Esta mesquita é um dos edifícios religiosos mais importantes do Cazaquistão. Foi construída no século XIV e é um exemplo impressionante da arquitetura islâmica.

– Central Park de Shymkent (Shymkent Central Park)

Este é um dos parques mais antigos e populares de Shymkent, e é frequentemente considerado o “pulmão verde” da cidade. O parque oferece um refúgio tranquilo e uma pausa agradável da agitação da vida urbana. O que pode encontrar por lá: áreas verdes muito bem cuidadas, onde muitos vão fazer piqueniques; lago com barcos a remo; pistas de caminha e ciclovias; parque infantil; muitos monumentos e esculturas; e é palco para eventos e atividades ao ar livre.

O Central Park de Shymkent é um local querido pelos moradores locais e é um ótimo lugar para desfrutar do ar livre, relaxar e experimentar um pouco da natureza no coração da cidade. Quando lá estive estava bastante cheio! Com pessoas de todas as idades. Ou a caminharem, ou a fazerem reuniões de amigos e famílias nas zonas verde, com piqueniques; jogos, etc. E era um dia da semana!

Central Park – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Central Park – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Central Park – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Central Park – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

– O Mercado de Shymkent

Este mercado é um ótimo lugar para comprar souvenirs e produtos locais. O mercado vende uma variedade de itens, incluindo tapetes, roupas, joias e alimentos.

– Parque Abay

Este é um dos maiores parques da cidade de Shymkent, cujo nome vem Abay Kunanbayev, um famoso poeta e filósofo cazaque – e o espaço tem uma estátua dele em destaque. Além dos bonitos espaços verdes, e de ter uma Biblioteca, o Abay Park é conhecido por ter o Monumento e Memorial de Guerra.

É impossível não dar com este tributo aos cazaques que lutaram e sacrificaram suas vidas durante a Segunda Guerra Mundial, conhecida como a Grande Guerra Patriótica na União Soviética. O Memorial de Guerra exibe, nas alturas, um avião real de combate! É uma relíquia da Segunda Guerra Mundial, que serve como um tributo aos pilotos e soldados que participaram da guerra.

Aqui, está também o Monumento aos Heróis de Guerra: além do avião, o memorial apresenta um monumento dedicado aos heróis de guerra, homenageando todos aqueles que serviram e defenderam a pátria durante o conflito. No mesmo local – junto de placas onde estão os nomes dos soldados cazaques que deram suas vidas durante a Segunda Guerra Mundial – está a Chama Eterna: que queima constantemente como um símbolo da memória eterna dos que perderam suas vidas na guerra.

Abay Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Abay Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Abay Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Abay Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Abay Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

Memorial Abay Park – Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

– Parques infantis e aquáticos

No centro tem dois parques: um mais com atividades para todas as idades, como se fosse uma feira popular; do outro lado da rua está o parque aquático, que só está aberto na época mais quente.

Parque de diversões – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Aquapark Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

– Youth Garden

Um parque verde, mesmo no centro da cidade, com uma exposição de fotografia que mostram as tradições culturais e gastronómicas do Cazaquistão.

Youth Garden em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Youth Garden em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Youth Garden em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Youth Garden em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

– Arbat Shymkent

Também conhecida como Arbat Street, é uma rua pedestre no centro da cidade de Shymkent, conhecida pela atmosfera animada, com barraquinhas, galerias, lojas variadas, artesanato, bares com música ao vivo e restaurantes. Ótima para ir passear e, à noite, acende as iluminações muito divertidas e coloridas.

Arbat Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Arbat Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Arbat Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Arbat Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

A MINHA EXPERIÊNCIA EM SHYMKENT

Nunca tinha planeado em visitar Shymkent, mas era tão próximo de Tashkent que decidi ir ver como era o outro lado da fronteira. Depois de ter estado mais de uma semana no Uzbequistão, posso dizer que fui mal habituada pelos simpáticos uzbeques, sempre prontos a ajudar e com muita gente a falar inglês. E bem!

Mal atravessei a fronteira, foi quase um choque… poucos falam inglês nesta área e comunicar passou a ser um desafio e a trazer alguma frustração. A primeira foi logo a regatear o táxi, na fronteira, que me iria levar ao centro de Shymkent.

Alguns minutos a regatear com vários taxistas, lá consegui ir mais ou menos o preço que me tinha sido recomendado. Um táxi partilhado: cerca 6€ por pessoa. Fui a dividir o banco de trás do carro com mais duas pessoas. Muito simpáticos, eram uzbeques. Ela médica e ele trabalhava em desporto. Confesso que não sei bem o que fazia. Mostrou-me uma série de medalhas que trazia nos bolsos e disse-me o nome de vários jogadores de futebol portugueses, desde o Ronaldo ao Figo, e do João Pinto ao Nuno Gomes, etc. Tão simpáticos e amorosos que me ofereceram uma samosa para comer pelo caminho.

Mas, voltemos ao desafio que é quase ninguém falar inglês. Mesmo na receção de um hotel tive a experiência do “Sabe onde é isto?”, apontei eu para o mapa.
– “Não”, respondeu-me o rapaz, que quase se escondeu atrás do balcão e depois desapareceu para não ter de falar mais comigo em inglês.

City Hostel – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

No hostel onde fiquei: a rapariga da receção mostrou-me onde era o mercado local. Apontei no telemóvel e, como tinha tempo, decidi caminhar os mais de 40 minutos até lá. Quando lá cheguei, ao ponto que ela me indicou, ninguém conhecia o mercado naquele lugar.

Depois, como já era de noite, tive de pedir “boleia” a vários condutores de autocarro, que não falavam nada de inglês. Apontava para o sítio do hotel no mapa e eles só faziam gestos para me sentar. Quando chegasse lá perto avisavam-me para sair. Assim foi.

Não digo que não sejam simpáticos. Mas em comparação com os uzbeques, em Shymkent não estão nada habituados a lidar com turistas. A verdade é que não é uma cidade turística! E é uma cidade moderna, tem ciclovias, bonitos parques, centros comerciais gigantes, e muitas lojas do comércio tradicional estão abertas ao domingo, dando um movimento muito giro, sem correrias, ao fim de semana.

Na cidade Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Também andei de táxi para ir visitar a Cidadela. Aí percebi o porquê do Borat. O motorista super simpático, mas sem saber falar inglês, só me perguntava: “Cazaquistão, gostas sim?” (Cazakistan, like yes??”. E eu dizia “Yes, very nice!”. Mas, mesmo muito simpático! Levou-me onde eu queria e disse “Susana, now walk” a fazer o gesto com os dedinhos. E lá fui eu a pé por um caminho por onde ele não podia levar o carro.

No centro de Shymkent há muito comércio local e centenas de espaços para comer. Os quiosques, com o tradicional gelado e comida como as somsas (chamuças), por cerca de 40 cêntimos de Euro. Andar de autocarro é 20 cêntimos de Euro. É muito barato. Há muita coisa turca e russa e o kebab está em todo lado!

Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Os gelados são ótimos!!! E baratos! Shymkent – Cazaquistão © Viaje Comigo

O centro de Shymkent tanto tem inúmeros centros comerciais, como também muitos parques verdes com sombras. Quando está calor aqui, fica muito quente mesmoooo! Por isso, as sombras e as fontes de água são mais do que necessárias.

Quando voltei para o Uzbequistão, pedi um táxi para ir para a fronteira. Novamente, na receção do hostel me disseram “sim, sem problema, vou marcar à hora que deseja”. No dia, à hora marcada, ele não estava lá. Chegou uns 20 minutos atrasado e depois disse que “só tenho de ir buscar mais umas pessoas”. Disse-lhe, ok!

Fomos para uma zona onde várias pessoas entravam e saíam dos táxis. E, afinal, ele não estava à espera de ninguém! Ele andava à caça de pessoas para partilharem o meu táxi e assim ganhar mais dinheiro! Nada contra! Apenas eu não estava a contar com isso! E assim a viagem só começou 1h30 depois de ele me ter ido buscar ao hostel…

A cena dos táxis partilhados é muito comum, mas não estive tempo suficiente para saber como funciona. As pessoas já sabem por onde é que eles vão andar? Acho que é uma cena tão habitual que eles lá se entendem.

Centro Comercial em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Centro de Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

NA FRONTEIRA

Na fronteira é sempre difícil de negociar o táxi, como turista. O nosso preço é sempre mais caro e inflacionado, mas isso é expectável. Tem casas de câmbio e o melhor é levar dólares, porque eles aceitam melhor para negociar.

Na espera do passaporte, o conceito de filas e seguir a ordem de chegada não é uma cena que lhes assiste. Uma mulher passou por mim, olhou, passou à frente e pôs o passaporte no balcão. O polícia ficou a olhar para mim e eu não disse nada. A segunda fez o mesmo. À terceira, alto e pára o baile. Coloquei-me à frente e disse que era a minha vez. Rogou-me uma praga qualquer em cazaque. O polícia riu-se e eu também.
Provavelmente, se eu não tivesse dito que era a minha vez, ainda hoje estava lá à espera de entrar no Cazaquistão. O polícia diz-me com um ar simpático: “Bem-vinda ao Cazaquistão!”. E lá fui eu de mochila às costas.

Mesquita Ordabasy – Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Acordei muito cedo e estou a tentar negociar o táxi há uns minutos. Disse-me que tinha de esperar até ele encher o táxi. Estou demasiado cansada para esperar, mas não me resta alternativa. Eles fazem “caixinha” e mandam passageiros de uns para os outros. Quando eu sou atribuída a um motorista de táxi, já ninguém mais me importuna. Disse para eu ficar à espera, mas para colocar já a mochila na mala. Disse-lhe que não. Que ficava com a minha mochila, até ele arrancar com o carro. Riu-se da minha desconfiança e disse “ok, espera aqui”.

Confesso que não o fiz só por desconfiança… foi porque achei que ia arranjar melhor negócio! A mochila começava a ficar mais pesada, até que a pousei no chão, e a paciência também começa a escassear. Uns 30 minutos à espera e lá arrancamos. A viagem foi de menos de 2 horas.

Quando me diz que chegamos e que tinha de caminhar… fiquei a olhar para ele. Porque não me deixou na porta do hostel? “Porque é ali!”, disse-me ele, “São dois minutos a pé”. Quando vou a pagar, ele não me queria dar troco. Disse-lhe: “não me deixaste à porta, não dou gorjeta”. O casal dentro do carro riu-se muito e desejou-me boa viagem. Estava cansada demais para discutir com o motorista. Peguei na mochila e lá fui tentar descobrir o hostel, perguntando a pessoas na rua.

Fronteira no Uzbequistao – Cazaquistao © Viaje Comigo

Fronteira saida – Cazaquistao © Viaje Comigo

Lojas do lado do Cazaquistao Fronteira Uzbequistao © Viaje Comigo

Outra coisa curiosa, neste hostel, foi terem-me dado um mapa, que pouco ajudava a perceber as ruas da cidade. E ainda por cima tinha a imagem do autocarro vermelho turístico, de dois andares. “Perfeito”, pensei. Vou já dar uma volta e fico a conhecer tudo e depois vou a outros locais mais ao pormenor. Corri o centro da cidade à procura das paragens deste autocarro, perguntei a dezenas de pessoas.

Entrei nos centros comerciais, ia ao balcão de informações, e perguntava e indicavam-me um sitio. Lá ia eu para esse sítio e nada. Nunca ninguém me disse que não sabia ou que nunca tinha visto o autocarro. A verdade é que, quando chego ao hostel, e digo à menina da receção que não encontrei o autocarro turístico, ela vai às redes sociais e verificámos… que o autocarro já não publicava nada há um ano! Portanto, ja não existia!

O lado positivo é que com tantas voltas que dei fiquei a conhecer a cidade! Se valeu a pena? Para mim, vale sempre a pena conhecer sítios novos e trazer este montão de histórias para contar! Ah, e pelo meio ganhei a amizade de uma francesa, que também estava a viajar sozinha, e veio comigo de volta para o Uzbequistão. Nada se perde!

Shopping em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shopping em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo

Shopping City Hostel em Shymkent – Cazaquistao © Viaje Comigo