Em Estocolmo, capital da Suécia, o Museu Vasa é um dos mais espetaculares que já visitei e é um dos mais interessantes não só deste país, mas do mundo. Imaginem que ali dentro está um navio, do século XVII, que pouco depois de sair do porto… afundou! O Vasa ficou no fundo do Mar Báltico durante 333 anos e foi recuperado, sendo a verdadeira Jóia da Coroa. É o barco original que ali está e, com ele, uma parte da história deste país. Incrível a quantidade de coisas que ainda se encontraram junto ou no interior da enorme embarcação. Neste museu, passei uma manhã inteira, a descobrir toda esta história, e acabei por lá ficar a almoçar, no restaurante do museu, e provar as famosas almôndegas suecas. Uma delícia!
Mal entramos no Museu, o navio Vasa parece que está a vir na nossa direção. Só lhe faltam as velas hasteadas, porque toda a sua imponência está lá mesmo depois de mais de três séculos da sua construção. É impressionante a sua grandiosidade e de como este museu foi “construído” em seu redor e com todo um conjunto de achados que foram retirados do Báltico.
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Mas, tal magnificência traz também a sua fatídica história: a 10 de Agosto de 1628, o navio de guerra Vasa, mesmo a sair do porto (só teria andado uns 1500 metros), voltou-se e naufragou. Morreram cerca de 30 pessoas – das 150 que estariam a bordo – e, dizem, só não houve mais vítimas porque ainda não estavam todos os tripulantes a bordo.
O Vasa é um verdadeiro tesouro, que conseguiu ser recuperado em muito bom estado, porque, dizem os especialistas, a água ajudou a manter os elementos. Assim, 98 por centro da estrutura é a original e está preservada (os canhões são réplicas) e dela fazem parte centenas de esculturas, especialmente talhadas e todas elas com um significado diferente. Se forem numa visita guiada é muito mais interessante, para perceber ao pormenor todos os detalhes.
E é no Museu do Vasa que vai poder ter contacto com todos esses elementos que nos remetem para a vida em 1628, ou para início do século XVII, se preferirem. Os pesquisadores – que conseguiram retirar o barco do fundo do mar – encontraram pessoas que tinham ficado presas, aquando do naufrágio, debaixo do peso dos canhões. As ossadas permaneceram intocadas durante mais de 300 anos e também isso deu uma ideia de como seria a constituição esquelética – e até o que comiam e vestiam – das pessoas daquela época. Com isso, fizeram a reconstrução de algumas caras.
O museu, onde o navio é a peça central e garante o seu lugar de destaque, tem diversos andares onde encontra diversas exposições. É incrível como este navio, que teve uma curta história, ao mesmo tempo se conseguiu perpetuar no tempo, desde que o resgataram. Há uma enorme vela, que cobre uma grande parede do museu, que foi restaurada… não esqueçamos que é um tecido que esteve 333 anos debaixo de água. Tudo isso torna este um museu único o mundo.
O barco foi trazido à superfície em 1961 (as buscas realizaram-se entre 1954-1956 e os trabalhos começaram em 1957) e agradece-se a pouca salinidade do Mar Báltico para que a preservação da estrutura do navio tenha sido poupada ao normal desgaste de um navio no fundo do mar – a cerca de 32 metros – durante 333 anos! Confesso-vos que não sabia muito sobre este museu quando o decidi visitar, mas fiquei completamente rendida. É mesmo um museu único no mundo inteiro!
HISTÓRIA DO NAVIO VASA
O navio de guerra foi mandado pelo rei Gustavo Adolfo II, a partir de 1626. Com 52 metros de altura e 69 metros de comprimento, este senhor dos mares teve o trabalho de 400 homens e mulheres. A sua importância era militar, com três mastros, com 10 velas, o que lhe imprimia rapidez, e 64 canhões. Mas, em 1628, a sair do porto, o navio adorna para um dos lados – onde se diz que tinha sido colocado algum peso a mais dos canhões – e acabou por ser afundar.
Restaurante do Museu Vasa
Depois de uma manhã de visita no Museu Vasa, decidi ficar por lá e experimentar o simpático restaurante do museu, que serve a comida tradicional sueca. Experimentei vários restaurantes em Estocolmo mas – não se riam! – a maior parte foram italianos! Isto porque no centro histórico existem dezenas de italianos. Então, decidi apostar numa refeição tipicamente sueca e experimentei as famosas almôndegas, com o molho, e com puré de batata. Estava delicioso e não sobrou nadinha no meu prato.
Normalmente, o restaurante tem um prato do dia, especial, e também tem sopas, saladas, sanduíches e as almôndegas com molho (como as que eu comi), mas há muito mais. Se for lá pelo lanche, para experimentar os bolos, no fika (a pausa bem amada dos suecos), os doces são muito bons também! E com bom tempo tem uma esplanada para aproveitar o sol.
INFORMAÇÕES
Museu do Vasa
Ilha Djurgården, Galärvarvsvägen 14, 115 21, Estocolmo, Suécia
Notas importantes:
– Os visitantes devem evitar levar malas grandes para o museu, pois não há instalações para o seu armazenamento.
– Poderá ser boa ideia virem prevenidos com um agasalho extra. Para preservar o Vasa da melhor forma é necessário manter a temperatura entre 18-20 °C e os visitantes podem sentir frio no interior do museu quando está calor no exterior.
– Fotografar e filmar no museu só é permitido para uso particular.
- O Museu tem uma parte – de exposição e também vídeo – mais voltado para o público mais jovem.