O meu último voo do ano de 2017 foi com a TAP, para o Recife, no Brasil, no Retrojet, que nos leva numa autêntica viagem no tempo. Viajámos no Airbus A330 “Portugal”, pintado pela companhia com uma das suas anteriores imagens corporativas, como se ainda estivéssemos nos anos 70, e as fardas das assistentes de bordo também nos fazem viajar no tempo.
O Retrojet é um projeto da TAP que faz reviver os anos 70 na companhia. Durante o ano de 2017, foram sete voos que assumiram o visual “retro” para dar uma experiência memorável aos passageiros – os sete voos retro foram Lisboa-Toronto (Canadá), Porto-São Paulo (Brasil), Lisboa-Miami (EUA), Lisboa-Rio de Janeiro (Brasil), Lisboa-Luanda (Angola), Lisboa-Maputo (Moçambique) e Lisboa-Newark (EUA). Eu fiz parte do oitavo, e último voo de 2017, com destino ao Recife, capital do estado de Pernambuco, no Brasil.
A experiência dos anos 70 começa na zona do embarque com a entrega, a cada passageiro, de postais dos anos 70, etiquetas de bagagem e bolsas para cartões de embarque retro, assim como um diploma de viajante no tempo. As assistentes de bordo vestem umas fardas vintage, lindas e coloridas, que foram criadas pelo estilista francês Louis Féraud. E se embarcar num voo retro não se admire de ver Rosa Mota a bordo. E verá a campeã olímpica (lembram-se da medalha de ouro em 1988, em Seul?)- e embaixadora da TAP – a envergar uma dessas fardas. Neste voo, era ela quem estava a dar as boas-vindas aos passageiros, na entrada do avião.
Em cada um dos lugares do avião, estava a icónica bolsa TAP – bege e vermelha, de forma cilíndrica, a imitar as dos anos 70 – sendo oferecida a cada passageiro, assim como uma edição do Diário de Notícias, que tem uma capa que nos remete para a experiência que vai ser vivida a bordo. Em Classe Executiva, a bolsa da TAP tem um pijama (para poder dormir mais confortável durante a viagem) e produtos igualmente vintage como a água-de-colónia Lavanda da Ach Brito, o creme de mãos Benamôr e a mítica Pasta Dentífrica Couto.
Como se não fosse suficiente ser recebido e voar com a campeã olímpica, ainda temos o prazer de fazer um dos jogos antigos com ela. A meio da viagem, Rosa Mota vem com o jogo do “fura”, que oferece chocolates Regina a todos os participantes. E esse foi um momento de eu voltar à minha meninice quando ia a um café e jogava ao “Fura”. Tive direito a uma sombrinha de chocolate e a uma tablete com sabor a maracujá. Ambos deliciosos! Outro dos privilégios de ser convidada pela TAP, para fazer este voo, tive a experiência de poder espreitar o cockpit, onde estava o comandante Paulo Nunes e o co-piloto Faria Lopes, que nos levaram até Recife. Foi uma viagem muito tranquila. Um obrigada à tripulação que também se esforça para tornar esta viagem ainda mais memorável.
A bordo deste avião também seguiu o chef Rui Paula, responsável por várias ementas da TAP. Neste voo, em concreto, as refeições recriaram fielmente o que se servia a bordo nos anos 70. Rui Paula, o Chef Michelin convidado para esta viagem, propôs um Bacalhau com Puré de Grão-de-bico, servido em ambas as classes, uma criação da sua autoria, incluída no projeto “Taste the Stars”. O já tradicional Bife do Lombo à Portuguesa (com fatia de presunto por cima) foi a alternativa oferecida a todos os que preferiram carne. A refeição em Económica – que foi a que experimentei – trazia duas mini-saladas, com legumes e camarões e fruta, e uma sobremesa tipo pudim frio com banana. No final, para adoçar ainda mais a boca, foram servidos os célebres chocolates Regina e, em Classe Executiva, um Parfait de Banana com Chocolate.
Marcas como a Coca-Cola e a cerveja Sagres marcaram presença a bordo, servidas em garrafas de vidro e com o rótulo dos anos 70. Um Porto Graham’s colheita de 1972 foi servido no fim da refeição, em Classe Executiva. Também na escolha dos filmes havia películas dos anos 70 para poder ver durante a viagem.
Com a refeição, o papel do tabuleiro traz a mensagem que explica melhor a ação da TAP: “72 anos de vida são motivo de orgulho para qualquer um. E a TAP não é exceção. Por isso, para mostrar o orgulho que temos no caminho percorrido até aqui, quisemos celebrar o nosso 72º aniversário de forma especial com os nossos clientes: transportando-os numa inesquecível viagem no tempo. Uma viagem até à glamourosa década de 70, a bordo de um dos nossos aviões de longo-curso A330, pintado com as cores da época. trouxemos um presente do passando para quem está connosco há mais de 70 anos. Com desejos que venham muitos mais”.
O retrojet é um projeto da TAP que celebra as primeiras operações da companhia para vários destinos – foram realizados oito desses voos em 2017 e vão continuar a existir essas experiências em 2018. Foi há 50 anos, mais precisamente no dia 19 de abril de 1967, que se deu início à operação da TAP entre Lisboa e Recife. O CS-TBA “Santa Cruz”, o primeiro Boeing 707 ao serviço da Companhia, aterraria sete horas e 55 minutos após a descolagem, inaugurando uma operação que viria a ser ininterrupta entre a capital portuguesa e a capital pernambucana. Boas viagens!