Foi considerado, por diversas vezes, o melhor destino insular do mundo. A ilha da Madeira tem 741 km2 de paisagens brutais e promete as maiores aventuras. Fomos ver se era mesmo verdade e, sim, a Madeira tem tudo isto e muito mais! A Companhia dos Filmes deixa aqui, no Viaje Comigo, uma espécie de guia abreviado.
O Madeira Luxury Villas foi o local escolhido para a nossa estadia. São apartamentos turísticos, muito modernos, localizados numa zona tranquila da cidade do Funchal, com uma vista fabulosa sobre a marina. Precisamos apenas de 5 a 10 minutos para chegar à cidade, a pé, mas para regressar são precisos, pelo menos, 20 minutos! Prepare-se, porque na Madeira há imensas ruas íngremes e é bem capaz de se exercitar mais do que o esperado numas férias!
No aeroporto, fomos recebidos pelo Ângelo, o gerente destes apartamentos, que nos levou para a cidade no seu carro clássico e, sempre muito prestável, explicou-nos, no percurso de cerca de 25 minutos, algumas curiosidades sobre a ilha, assim como as principais atrações e locais a visitar.
Chegados à cidade, começamos a explorar a zona antiga. Passeámos pelas ruas estreitas, repletas de bares e restaurantes, e apreciámos a arte pintada nas paredes e nas portas. Estas pinturas fazem parte do Projecto “Arte de Portas Abertas”, que transformou o bairro numa “galeria de arte” permanente através da recuperação criativa, por parte de artistas locais, de portas de casas, lojas e espaços abandonados.
Ainda na zona velha, visitámos o Forte de São Tiago, construído no início do século XVII, para proteger a cidade dos ataques marítimos. Nos dias que correm, turistas e habitantes aproveitam este local mais resguardado para apanhar banhos de sol e de mar.
Um ponto de paragem obrigatória é o Mercado dos Lavradores que celebrou, nestes dias, 77 anos de existência. A qualquer hora do dia temos cores, sons, música, cheiros e pessoas de todas as nacionalidades. Os comerciantes abordam-nos e dão-nos a provar os frutos tradicionais da Madeira. E engane-se quem pensa que a Madeira só tem a banana! Anona, pêra-abacate, manga, costela de adão e cana de açúcar; vários tipos de maracujá: maracujá-limão, maracujá-ananás, maracujá-banana, marcujá-laranja, maracujá-pêssego e maracujá-tomate; até as bananas têm mais que uma variedade e a mais saborosa nem é a que nós mais conhecemos – a que mais gostamos foi a banana-maçã, caraterizada pela sua casca aveludada.
Passando para a zona “moderna”, vemos a marina do Funchal, onde cruzeiros atracam e partem todos os dias, trazendo à ilha milhares de turistas. A “Área Cristiano Ronaldo” fica mesmo na marina e é aqui que se encontram a estátua do mundialmente conhecido jogador, o hotel e o Museu CR7 – quem quiser visitá-lo, a entrada custa 5€ mas a loja é acessível a todos.
A Avenida do Mar é a rua mais movimentada da cidade. Há um movimento constante de táxis e autocarros e não faltam pessoas que nos abordam e nos oferecem as mais variadas opções para termos as deslocações mais divertidas, como os tuk-tuk’s, autocarros turísticos, catamarãs e segway’s. Para quem quer visitar outros lugares, que não apenas os que vêm nos guias, ou mesmo para dar a volta à ilha, o ideal é alugar um carro. Também há imensos rent-a-car, mas aconselhamos a procurar o melhor preço, porque existe, de facto, alguma discrepância.
A nossa Tour de carro começou em Curral das Freiras, uma aldeia isolada rodeada por enormes montanhas, a 35 minutos de distância do Funchal. No entanto, é da Eira do Serrado que se tem a melhor vista panorâmica sobre essa vila, subindo ao miradouro a 1095 metros de altitude.
Já na costa sul da ilha fomos conhecer Câmara de Lobos, uma terra onde a pesca é a principal atividade económica e, por isso, podemos ver uma baía repleta de barcos onde, ainda hoje, os pescadores deixam o peixe a secar. Nas ruas de Câmara de Lobos voltamos a encontrar arte: aqui, não com tinta, mas com latas. Igualmente criativo, não?
Daí seguimos para Cabo Girão. Com 580 metros de altura e conhecido pela sua plataforma suspensa em vidro, é o cabo promontório mais alto da Europa e proporciona uma vista vertiginosa sobre o Funchal, Câmara de Lobos e, claro, o oceano. Atenção: o primeiro passo sobre a plataforma pode ser assustador!
A viagem segue para Porto Moniz onde encontramos as famosas piscinas naturais. As piscinas naturais são compostas por rochas vulcânicas onde o mar entra naturalmente. Em pleno novembro ainda havia pessoas a nadar nas águas cristalinas. E a verdade é que a água não estava fria. Combinámos que, numa próxima visita, teríamos a postos os fatos de banho e as toalhas. Aqui, em Porto Moniz, provamos a especialidade mais pedida pelos turistas: filete espada, que pode vir acompanhado com banana ou com maracujá. A pesca de peixe espada preto é uma grande fonte de rendimento na Madeira e, a forma como é confeccionado, faz as delícias dos visitantes.
Se até agora só nos tínhamos deparado com estradas estreitas, cheias de curvas e íngremes, também conseguimos encontrar estradas retas e desertas. Foram quilómetros com o pé no acelerador a aproveitar a quietude e a natureza envolvente de Paúl da Serra.
No lado oposto da ilha, em Caniço, temos a Ponta do Garajau, conhecida pelo Cristo Rei mais antigo até que o Cristo Redentor do Brasil, construído apenas quatro anos depois, em 1931. Aqui encontramos, uma vez mais, uma vista incrível.
A Madeira também é associada às casas de colmo, as casinhas triangulares revestidas de colmo. Estas localizam-se no concelho de Santana e são apenas seis: algumas mantiveram a decoração inicial, mas outras foram transformadas em lojas onde se podem adquirir produtos tradicionais.
Ainda houve tempo para experimentar o teleférico (bilhete de ida e volta: 16€): são 15 minutos de viagem até chegarmos à freguesia do Monte, onde começa a tão famosa descida dos cestos. Não nos aventuramos nessa corrida e optámos por visitar o Jardim Tropical Monte Palace (entrada: 12,50€) – vimos fotografias e decidimos que tínhamos mesmo de lá ir. São 70 000 m2 de jardim e tire cerca de quatro horas para ver tudo (talvez cinco horas se, como nós, gostar de filmar e fotografar).
Este jardim é propriedade da Fundação José Berardo e, além das mais de 100 000 espécies vegetais, tem um museu com duas exposições: uma sobre esculturas contemporâneas do Zimbabué e outra sobre minerais, com cerca de 700 espécies expostas. Podemos encontrar ainda, exposta em 40 azulejos pintados à mão, a história de Portugal.
Terminamos a visita da melhor forma, tendo direito a uma prova do vinho da Madeira numa esplanada agradável com vista sobre o Funchal. Neste jardim, existe uma calma e tranquilidade que nos é transmitida, talvez pela natureza, pelo ar puro ou pelas imagens budistas que nos levam para uma espécie de meditação… foi por isso que decidimos fazer um vídeo dedicado especialmente ao jardim porque, de facto, não há palavras que consigam descrever o que só vendo se consegue sentir.
Créditos:
Texto e Fotos : Débora Pinto
Vídeo : Filipe Figueiredo