Em Macau, as Ruínas de São Paulo são o que restou da antiga Igreja da Madre de Deus, construída entre 1602 e 1640, e do vizinho Colégio de São Paulo, depois de um incêndio em 1835.
Ficou a fachada de granito das ruínas que, juntamente com a Fortaleza do Monte, fazem parte da Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Nas traseiras da igreja tem-se acesso ao Museu de Arte Sacra.
Este complexo, construído pelo jesuítas, no século XVI, é também considerado a “Acrópole de Macau”, já que mostra parte da história religiosa do território e é um símbolo da cultura ocidental-cristã em Macau.
Na frente da fachada, estão os 68 degraus que compõem a escadaria, que serve para os visitantes tirarem as suas fotografias e descansarem junto do monumento e para se aventurarem depois nas ruas de comércio macaense.
Em 1763, com a expulsão dos jesuítas, o imóvel ficou devoluto e nele esteve instalado um batalhão militar. O incêndio que o destruiu começou precisamente na cozinha do aquartelamento, fazendo desaparecer quase tudo e só restando a fachada.
De 1990 a 1995, foram realizadas obras de recuperação e a musealização do recinto. Atualmente, podem ser observados os vestígios da desaparecida Igreja de Madre de Deus, com visita à Cripta onde estão as relíquias dos Mártires do Japão e do Vietname, assim como o Museu de Arte Sacra, que tem expostas pinturas, ourivesaria e esculturas.
A fachada das Ruínas de São Paulo mede 23 metros de largura e 25,5 metros de altura. O desenho da fachada (e seus elementos) é considerado único no mundo uma vez que integra motivos decorativos orientais numa fachada estilo barroco-maneirista.
Na fachada, encontra-se uma fusão de elementos e influências:
– a insígnia da Companhia de Jesus está por cima das entradas laterais;
– por cima da entrada central, está escrito “Mater Dei”, em latim, que significa “Mãe de Deus”;
– quatro estátuas em bronze, de santos jesuítas: Francisco de Borja, Inácio de Loiola, S. Francisco Xavier (O Apóstolo do Oriente) e Luís Gonzaga;
– imagem de Nossa Senhora, com uma hidra de sete cabeças, um esqueleto, um barco português (Nau do Trato) e um demónio com asas;
– leões com desenho chinês de relevo;
– estátua do Menino Jesus, rodeada de instrumentos da Paixão de Cristo;
– frontão triangular: a pomba que simboliza o Espírito Santo;
– o candelabro dos sete braços.
No Museu de Arte Sacra, entre várias peças de pintura e estátuas destacam-se:
– figura de São Miguel Arcanjo indo-português do século XVII, em madeira;
– figura da Nossa Senhora, em madeira, do século XVI;
– peça de São João Batista, padroeiro de Macau, em marfim;
– grande escultura de Santo Agostinho, do século XVII, proveniente do Convento dos Agostinhos;
– Crucifixos sino-portugueses do século XVII, em marfim, madeira e prata;
– Cálice do século XVI;
– e a peça de ourivesaria “O andor de Nossa Senhora dos Remédios”, em prata, do primeiro quartel do século XIX.