Sabia que o chá mais antigo da Europa é produzido na ilha de S. Miguel, nos Açores? A Fábrica de Chá Gorreana funciona (sem parar) desde 1883 e já passou por cinco gerações.
É na Ribeira Grande, mais precisamente na Maia, com clima húmido e solo argiloso, que se dá bem a planta do chá: a Camellia Sinensis.
“O Chá Gorreana é ainda apreciado por ser um produto ecológico, livre de pesticidas, herbicidas e fungicida”, diz no seu site. Nas redondezas da fábrica, vêem-se linhas de arbustos e só mais próximo se percebe que é a planta do chá.
A mesma planta é transformada em chá, mas são os tratamentos diferentes que fazem chás distintos.
Ainda assim, o chá da Gorreana é especial, já que vem das três primeiras folhas dos rebentos.
Dentro do edifício, que pode visitar, tem toda a maquinaria para a secagem e seleção do chá exposta. É um verdadeiro espaço museológico, com inúmeras peças, expostas em montras, que revelam também a história do chá.
No final da visita, se for durante a semana, pode ver as folhas secas a passarem pelas mãos das trabalhadoras, para uma seleção ainda mais exaustiva. Ao fim de semana as trabalhadoras não estão lá – estão de folga.
Pode visitar as instalações da Gorreana e ainda provar (gratuitamente) os diversos chás que aqui são produzidos. Estão servidos em máquinas – de quente e frio – e chávenas para todos os visitantes usarem. Para o chá ser apreciado tal como deve ser.
PROCESSO DE PRODUÇÃO
As folhas passam por vapor de água e são enroladas; depois passam pela secagem e enroladas por diversas vezes. Daqui saem já as folhas secas e prontas para fazer o chá.
À saída da fábrica, pode admirar os campos de chá e, ao passar pela loja, comprar os pacotes de chá para levar consigo.
Na fábrica da Gorreana são produzidos o chá preto (mais estimulante) e o chá verde (mais relaxante).
Dentro do chá preto: tem o Pekoe (com maior teor de teína); o aromático Orange Pekoe, com menos teína; e o Broken Leaf, que é o que tem menos de teína de todos.
Nos chás verdes, a Gorreana tem o chá verde tradicional e o chá verde especial (mais aromático).
A HISTÓRIA
Existem várias histórias que explicam a chegada do chá aos Açores. Uns dizem que a flor Camellia Sinensis veio nos barcos que vinham do Oriente no século XVIII.
Por outro lado, documentos atestam que a introdução do chá em S. Miguel, foi feita pelo micaelense Jacinto Leite, retornado do Brasil, por volta de 1820, e que trouxe consigo as sementes. E que deu origem à Gorreana.
Décadas depois, devido à crise da laranja, a aposta do cultivo, pela Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense, rendeu-se ao chá, tendo sido solicitadas mais sementes e técnicos chineses que ensinaram as técnicas tradicionais da fabricação do chá.
A plantação da Gorreana começou a produzir em 1874 e, em 1883, comercializou o primeiro quilo de chá seco.
INFORMAÇÕES
Morada: Plantações Chá Gorreana, Gorreana, Maia, Ribeira Grande, São Miguel – Açores
Telefone: (+351) 296 442 349
Entrada: gratuita