As Maldivas ficam no sul da Índia e a Oeste do Sri Lanka, no meio do Oceano Índico. São 1190 ilhas paradisíacas – umas mais do que outras, certamente – com praias de água límpida. No total, as ilhas formam 26 atóis, que estão espalhados em 90 mil quilómetros quadrados.
Maria Magalhães foi visitar as Maldivas. Uma viagem de sonho, de onde trouxe algumas dicas – principalmente com propostas low cost – que decidiu partilhar com o Viaje Comigo, assim como algumas imagens.
O explorador italiano Marco Polo chamou-lhes “A Flor das Índias”. Atualmente, as Maldivas têm cerca de 369 mil habitantes, que vivem em 200 ilhas. Mais de 90 outras ilhas estão ligadas exclusivamente ao turismo, onde existem mais de 100 resorts. Preparado para viajar?
“Maldivas para Todos” por Maria Magalhães
As Maldivas já não são, definitivamente, um lugar apenas destinado a casais apaixonados em lua-de-mel. Já é possível fazer uma viagem a um dos maiores paraísos à face da terra (sim, é mesmo verdade, a água é de um azul indescritível) sem acabar com as poupanças de uma vida inteira.
Se escolher a época baixa e, supostamente, chuvosa – de abril a agosto – consegue preços bastante aliciantes, principalmente no alojamento.
Tenho de confessar que passei seis dias nas Maldivas, em junho, em duas ilhas diferentes, e apanhei 15 minutos de chuva, na praia, o que me deu a oportunidade de viver uma experiência “tempestade tropical” incrível. E isto na época em que eles diziam ser “fria” e com “muita chuva”.
Como preparar a viagem
Mas, primeiro, vamos ao avião. Se preferir ir directamente para Malé, a capital das Maldivas, pode reservar um voo de Lisboa por cerca de 800 euros, ida e volta.
Eu optei por passar pelos Emirados e ficar uns dias no Dubai, por Santiago de Compostela, através da Turkish Airlines. O voo de Santiago para o Dubai ficou por 290 euros. Depois do Dubai para Malé mais 350 euros.
Uma dica para quem quer viajar do Dubai, para ilhas paradisíacas: experimente ver os voos do aeroporto de Sharjah, o emirado que fica ao lado do Dubai, a cerca de 15 quilómetros, de onde operam companhias como a SriLankan ou a Air Arabia. Procure estes voos no site CheapOAir. Vale a pena fazer a busca e, depois, comprar directamente na página da companhia aérea.
O alojamento
Escolher o alojamento nas Maldivas pode ser um problema, dado que a oferta é enorme! Porém, há uma nova tendência que faz das Maldivas um destino cada vez mais acessível: as guest houses.
No arquipélago há três tipos de ilha: as ilhas habitadas, as ilhas resort e as ilhas desertas (onde são feitas várias excursões). Há já algumas ilhas habitadas que vão tendo guest houses e pequenos hotéis bastante acessíveis para turistas. As ilhas são, como tudo nas Maldivas, lindas, com areia branca e mar azul, mas há umas mais bem tratadas do que outras.
Actualmente, Maafushi é a ilha mais desenvolvida, com vários hotéis e guesthouses e acessível por ferryboat (o meio de transporte mais barato nas Maldivas).
O mais recomendado é o Kaani Beach Hotel, mesmo em cima da praia. A escolha de uma ilha habitada é uma boa alternativa para quem quer gastar pouco; mas atenção, porque nas Maldivas o povo é muçulmano, por isso, tomar banhos de sol de biquini só nas praias privadas dos hotéis ou em excursões a ilhas desabitadas.
O Booking é o melhor local para reservar os hotéis. Mas confira sempre as imagens e comentários no Trip Advisor para uma melhor percepção das ilhas e alojamentos.
Transporte entre ilhas
O principal aeroporto das Maldivas fica situado numa ilha ao lado da capital. Se o seu destino for uma guest house, numa ilha habitada, pode optar por ir de ferryboat, que é extremamente barato – duas horas de viagem dois euros, speed boat ou sea plane (bastante caros).
Na hora da reserva, a Guest House explicar-lhe-á todos os passos para chegar até lá.
Os speed boats ou sea plane têm preços, por vezes, incomportáveis, por isso, antes de escolher o hotel para onde vai, confira o preço do transporte para chegar até ao hotel.
Há ilhas que são apenas acessíveis por estes dois meios, o que torna a viajem muito mais cara.
Se optar por ir até uma ilha habitada de ferry, terá sempre de apanhar o “expresso” que vai do aeroporto até Malé – uma viagem de cerca de 15 minutos, por um euro.
Os sea planes e speed boats partem diretamente do aeroporto, caso o voo que escolher chegue a Malé antes das 15h00.
Tenha sempre em atenção que para voos que cheguem depois das 15h00 às Maldivas tem de pernoitar na cidade, e seguir viagem apenas no dia seguinte, seja o seu transporte para o alojamento escolhido o ferry, sea plane ou ferryboat.
Guesthouse – uma experiência sem precedentes
Eu visitei a ilha de Guraidhoo e devo dizer que a experiência foi indescritível. Passei duas noites numa guest house familiar, a Coral Heaven, com apenas dois quartos.
O acolhimento foi estrondoso, a comida deliciosa e altamente caseira e ainda tivemos oportunidade de conviver com um casal do Urzubequistão.
Na ilha de Guraidhoo o único problema era a sujidade da praia, dado que os habitantes não têm qualquer cuidado. No entanto, os donos da guest house levaram-nos a fazer passeios incríveis durante os dois dias que lá passamos.
E, segundo consta, há uma petição para limparem as praias para fazerem desta ilha um paraíso para turistas. Vai valer bem a pena.
Ao todo, estas duas noites, com todas as refeições, ficaram por 80 euros para duas pessoas. As excursões, de dia inteiro, com refeições, rondam os 20 euros por pessoa.
Em suma, se quiser viver um pouco da cultura e tradição das Maldivas, e fazer algumas excursões bem mais em conta do que nos resorts, experimente ficar dois a três dias numa guest house. Para mim, as excursões absolutamente imperdíveis são o snorkeling e a Ilha Pic Nic (uma ilha deserta onde pode passar o dia e almoçar debaixo das palmeiras à beira-mar).
Resort: a cereja no topo do bolo
Mas ir às Maldivas e não experimentar um resort é um sacrilégio. Os donos da Guest House foram fantásticos e ajudaram-nos a escolher e reservar três noites no Fihalhohi Island Resort e ainda nos fizeram um preço especial para o transporte até à ilha.
Para quem pensa que os resorts nas Maldivas são apenas para os apaixonados, que não querem fazer mais do que ficar deitados ao sol, esqueçam.
O Fihalhohi é uma ilha incrível, com um mar azul delicioso, uma praia de areia branca surreal e o melhor spot de snorkelling que alguma vez vi. Peixes de todas as cores e tamanhos, corais lindos, e isto na linha da praia.
Em média, em época baixa, um resort como o Fihalhohi fica por 110 euros, a noite para duas pessoas, com tudo incluído. É muito importante reservar os hotéis com alimentação pois os resorts praticam preços muito elevados.
Em suma: toda a gente deve visitar as Maldivas, pelo menos uma vez na vida!