Lisboa: restaurante Orteá – Vegan Collective

É em Lisboa que podem encontrar o restaurante Orteá -Vegan Collective, antigo “O Botanista”, mas… reduzir este espaço à denominação de restaurante, nem seria justo, uma vez que o Orteá, além de restaurante, é o resultado de uma coleção de novos projetos que homenageiam a alimentação vegan. O conceito agrega o restaurante, a pastelaria vegan, a queijaria artesanal Eva, as kombuchas Era, a mercearia Pistácio e ainda o Palácio Bistrô, que abriu recentemente.

E de onde vem o nome? Orteá surgiu da ideia de uma horta grande, onde se semeiam várias ideias. E é assim este espaço que nos transporta diretamente para o interior de uma floresta tropical. Toda a decoração tem o toque de estilo Boho, conjugando o verde das diversas plantas no interior, com as madeiras dos mobiliários, nos remete a um ambiente relaxante, de puro exotismo e saúde… quase que conseguimos sentir o ar mais puro!

Texto de Susana Rangel Cerdeira:

Era meio-dia, de um domingo ensolarado, e o restaurante já estava bastante composto, havendo também algumas pessoas na esplanada. Por acaso fomos almoçar, mas poderíamos ter ido também fazer um brunch, já que o menu tem uma grande diversidade de pratos e snacks.

Os colaboradores, extremamente atenciosos e solícitos, acompanharam-nos até uma mesinha junto à janela e não tardaram a sugerir-nos as entradas. Começamos pelas Gyosas Botânicas (8€), confecionadas com nabo, sementes de sésamo, gengibre e molho Ponzu. Posso dizer que, no momento em que as estava a degustar, não consegui proferir uma palavra, tal o êxtase em que me encontrava. E sim, eu adoro gyosas, mas estas, foram sem exagero, das melhores que já provei!

Sugeriram-nos também o Nude by Eva (18€), que é uma tábua de degustação de queijos vegan. Tábuas que queijos, já experimentei várias… queijos vegan, confesso que foi a primeira vez e a experiência não poderia ter sido melhor! Esta seleção de queijos vinha acompanhada por cogumelos Enriguy, salteados com tomilho, caju tostado e fatias de pão brioche caseiro sem glúten.

De referir que tudo é confecionado artesanalmente no restaurante e alguns elementos, tal como os queijos, podem ser adquiridos na mercearia / queijaria, no andar superior… Coisa que eu não resisti em fazer! 😊

Para pratos principais, poderíamos ter optado por uma Sandwich (sempre em pão caseiro e sem glúten) (8€), ou pelos deliciosos Bowls (na versão quente, ou fria) (8€ a 10€). Contudo, optámos pelo Amuleto e pelo Berlim, que nos foram sugeridos como sendo as “estrelas” dos pratos principais.

Todo o design e conceito do espaço é pensado ao pormenor e o nome dos pratos não é exceção. Imagine tofu marinado, tamarindo e alho negro, acompanhado com puré de batata-doce, crocante de brioche e alho francês grelhado… Este foi o Amuleto (15€). Já o Berlim (13€), (que penso que não terá nada que ver com a série La Casa de Papel), tratou-se de uma composição de baguete de trigo, almôndegas, sauerkraut, tomate cherry, queijo, molho de mostarda e alcaparras… O mais curioso é que as almôndegas sabem mesmo a alheira (mesmo sendo vegan… segredinho do chef).

O ambiente manteve-se acolhedor e sempre bem composto, num mix cosmopolita e familiar ao mesmo tempo, mas sem nunca estar demasiado cheio ou barulhento.

Para sobremesa, a curiosidade e gulodice falaram mais alto, porque na verdade já estava bastante satisfeita, uma vez que as porções são satisfatórias. A carta apresenta os bowls doces, as panquecas, os bolos à fatia (com produtos sempre sem glúten e sem açucares refinados) e as especialidades da casa… tudo confecionado lá.

Escolhemos um O Coração ainda bate (6€) para partilhar. Chamou à atenção pelo nome, claro, mas confesso que o escolhi mesmo foi por um ingrediente especial: o caramelo salgado. É um brownie, com caramelo salgado de miso, acompanhado com uma bola de gelado de fava tonka, avelãs e lasca picante… uma delícia!

Em relação às bebidas, a lista é deveras extensa: de destacar os vinhos que são orgânicos, de baixa intervenção, vinificados sem produtos enológicos de origem animal; os cocktails preparados com ervas aromáticas; as infusões orgânicas (que podem ser quentes ou frias) e claro, as famosas Kombuchas artesanais da casa.

Para quem não conhece, a Kombucha é uma bebida fermentada feita a partir do chá (geralmente preto, ou verde) adoçado, e que é fermentado por leveduras e bactérias que fazem bem à saúde, sendo por isso uma bebida que fortalece o sistema imunológico e melhora o funcionamento intestinal. Nós escolhemos a Experiência Era (5€), um conjunto de 3 Kombuchas para degustação, com sabores diferentes (tropical, gengibre e limão, maçã). Posso dizer que não desiludiu!

Como referi no início, este espaço criado em 2018 conjuga vários conceitos, tendo também uma mercearia e queijaria vegan no piso superior. Alguns dos produtos são vendidos a granel. O grande objetivo é privilegiar os pequenos produtores locais, oferecendo ao cliente produtos de elevada qualidade e a possibilidade de escolhas de consumo mais conscientes.

O Orteá – Vegan Collective mantém o espírito do antigo Botanista e leva a um nível superior o conceito de alimentação vegan, consciente, nutritiva e saciante, nunca descuidando do sabor e da apresentação apelativa… afinal os olhos também comem!

INFORMAÇÕES

Botanista/Orteá
Morada: Rua Dom Luis, nº 19C, Santos, Lisboa
Telefone: +351 936 217 616
Horários: aberto de segunda a sexta-feira entre as 12h00 e as 23h00 e sábado e domingo, das 11h00 às 23h00, em horário ininterrupto
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