No concelho de Loulé, no Algarve, Alte é uma das mais típicas e mais bem preservadas aldeias algarvias. O seu bonito casario branco, as chaminés tradicionais, ruelas cheias de histórias e as fontes, que trazem a água pelo centro da aldeia, tornam-na de uma beleza inigualável. Em 1938, ficou conhecida como Aldeia Cultural, no Concurso da Aldeia Mais Portuguesa de Portugal.
São quatro os cerros que rodeiam Alte: Galvana, Francelheira, Castelo e Rocha Maior; e abrange zonas do Barrocal e da Serra. E é no sopé da serra do Caldeirão que fica esta bem preservada aldeia. A Cascata da Queda do Vigário é um dos locais de grande imponência, principalmente quando o caudal das cascatas é bastante grande. Mas é pelo centro da aldeia que se vive o seu espírito algarvio. Numa calma e tranquilidade que só a vida da aldeia nos pode trazer.
A ribeira (de Alte) que atravessa a aldeia é o seu maior marco, assim como a Fonte Grande e a Fonte Pequena. E pela grande quantidade de água e terras férteis, Alte foi sempre uma terra muito cobiçada, desde os tempos dos romanos e, depois disso, principalmente por gentes mais abastadas e isso pode ver-se nas chaminés faustosas que se vêem por lá.
As ruas de Alte são pitorescas, de casas com contornos das janelas e portas pintadas de forma colorida, a contrastar com o branco das paredes. Escadinhas, ruas estreitas e canteiros floridos animam uma aldeia que ainda mantém muita vida. Mesmo despojada de turistas – como aconteceu no ano de 2020 – Alte mantém um dia a dia bastante animado.
Pelo centro, encontrámos a Igreja Matriz de Alte, datada do século XIII, também conhecida por Igreja da Nossa Senhora da Conceição. Também ali perto vamos encontrar a Capela de São Luís, que foi construída no século XIV.
Quando o calor aperta, as margens junto das fontes ficam cheias de quem se quer refrescar – e antigamente era onde as mulheres da aldeia se encontravam para lavar a roupa e para encher os cântaros com a água fresca. Junto da Fonte Pequena podem ler-se diversos poemas, numa homenagem ao poeta altense Cândido Guerreiro – que tem também um museu no centro da aldeia: o Museu Cândido Guerreiro e Condes de Alte era um antigo solar que agora serve de espaço museológico.
No centro da aldeia tem diversos restaurantes, mas acabei por ir parar ao Germano: é um café (que serve também refeições rápidas) e um local onde o ciclismo é rei. Tem bicicletas, faz tours e arranja as duas rodas. Além de umas tostas excelentes, tem bolos com produtos regionais como a alfarroba, mel, amêndoas, etc.
Durante o passeio pelo centro de Alte, ao longe, podemos ver a bandeira nacional pintada num monte, mas tal ação (em 2004, aquando do Europeu de Futebol) foi de um proprietário do terreno, particular, e não da autarquia.
Produtos locais que se podem encontrar em Alte
– Medronho
– Mel
– Queijo
– Doçaria
Artesanato que se pode encontrar em Alte
– Esparto
– Palma (empreita)
– Madeira
– Cerâmica
Mercado de Alte: acontece na terceira quinta-feira de cada mês. E é onde pode encontrar muitos legumes e frutas frescas e também os frutos ecos tradicionais e doçaria regional, assim como os trabalhos de artesanato.