Curaçao, ou Kòrsou na língua oficial (Papiamentu) é uma ilha no Caribe de praias paradisíacas, água cristalina, boa comida e uma história muito rica. A sua capital, Willemstad, é muito pitoresca, composta por edifícios semelhantes aos de Amsterdão, mas todos coloridos.

Curaçao, Willemstad © Viaje Comigo
Curaçao é a maior ilha das Antilhas Holandesas, com 444 km². Como faz parte do Reino da Holanda, os cerca de 165 mil habitantes têm dupla nacionalidade e, por isso, são também os holandeses a maior parcela de turistas, que tentam escapar aos invernos rigorosos.

Curaçao, Otrobanda © Viaje Comigo
Em Portugal, podemos dizer que este ainda não é um destino muito conhecido, mas digo-vos que devia ser. Para umas férias relaxantes, com amigos, em casal ou em família é o ideal. Para viajar sozinho, nem tanto. Ainda é um destino muito focado nos resorts então um viajante fora dessa esfera mais “turística” pode sentir-se um pouco deslocado. Neste caso, talvez um hostel acabe por ser a melhor solução para conhecer outros viajantes e quase todos estão localizados em Pietermaii, em Punda. É a zona mais animada e jovem da capital, com muitos restaurantes e bares.

Curaçao, Pietermaii © Viaje Comigo
Uma grande parte das praias são privadas, ou seja, paga-se para entrar e para alugar espreguiçadeira. Algumas delas, são exclusivas aos hotéis. É um conceito um bocado estranho para um português e debati-me um pouco com a ideia dos próprios habitantes não terem acesso gratuito à sua terra, embora tenha noção que é uma prática bastante comum em destinos de praia. Porém, tem ainda boas escolhas de praias gratuitas.

Curaçao kenepa grandi © Viaje Comigo
DICAS:
– alugue um carro! O sistema de transportes não é muito abrangente nem pontual e pode sentir-se um bocado preso quando se quiser deslocar, e os táxis são muitoooooo caros!;
– embora tenha wifi em quase todo o lado, pode sempre comprar um cartão no aeroporto (na recolha das bagagens) com 6 GB por cerca de 30€;
– se quiser nadar com as tartarugas na Playa Piskado não leve as unhas pintadas de vermelho, pois podem confundir com comida;
– Praias públicas: Marie Pampoen, Kenepa Grandi, Playa Forti, Playa Piskado, Jeremi, Pirate Bay.

Kenepa chiki, Curaçao © Viaje Comigo
– os táxis não têm taxímetro, por isso, pergunte o valor antes de entrar – mas espere sempre pagar bastante;
– atividade física mais intensa, faça pela manhã – bem cedo – ou final do dia, pois as temperaturas são elevadas o ano inteiro;

Curaçao, Marie Pompeon cabana © Viaje Comigo
– a moeda é o guilder mas em todo o lado aceitam dólares – e cartão também;
– os locais não aconselhavam a andar sozinha à noite (sem carro). Como em qualquer parte do mundo, à noite, os cuidados são redobrados;
– não é uma ilha perigosa, contudo disseram-me que roubo de carros tem acontecido com maior frequência;
– antes de viajar, tem de preencher online o documento de emigração e o PLC (Passenger Locator Card) aqui;
– existem laboratórios de testagem ao COVID-19 em todo o lado e funcionam muito bem. Basta ver o mais próximo de onde estará hospedado;
– os horários de quase todo o comércio é das 8h às 18h, e quase tudo fecha ao domingo. Mesmo bares e restaurantes fecham cedo.

Mundo Bizarro restaurante, Pietermaai © Viaje Comigo
– a época mais chuvosa é de novembro a fevereiro. Não está na rota dos furacões mas é provável apanhar fortes aguaceiros;
– a ilha é muito procurada para snorkel e mergulho e, em algumas praias, windsurf também;
– praias mais animadas: Mambo Beach, Lions Live e Jan Thiel;

Playa Santa Cruz, Curaçao © Viaje Comigo
CURIOSIDADES
– os habitantes, na sua maioria, falam Papiamentu, Holandês, Inglês e ainda Espanhol;
– a língua oficial – Papiamentu – é fascinante! É uma mescla de português, holandês, inglês, espanhol e com semelhanças ao crioulo cabo-verdiano. A história da ilha está, infelizmente, ligada ao colonialismo e à escravatura, logo, a língua é um reflexo dos colonos e dos escravos trazidos de vários países africanos.
Palavras a saber: Danki (obrigada/o); Bondia (Bom dia), Bontardi (Boa tarde), Bonochi (Boa noite), Ayo (Adeus);
– pela ilha, principalmente em West Punt, existem grandes edifícios amarelos – as landhuis – que outrora pertenceram aos donos das plantações. Atualmente, foram reabilitadas como restaurantes, museus, hotéis ou galerias.

Restaurante Komedor Krioyo, Curaçao © Viaje Comigo
– segundo crenças antigas, os galos pretos afastam os maus espíritos e Aloe Vera à entrada de casa convida boas energias;
– existem várias versões da génese do nome Curaçao. Alguns, crêem que vem do português, de coração. Outros, contam a história de navegantes portugueses que chegaram à ilha quase a morrer com escorbuto e que ali, graças ao clima, se conseguiram curar (o ato de Curar = curaçao). Como terá surgido, não sabemos mas o “Ç” não é comum a muitas línguas.

kunuku no museu Kas de Pali Maishi, Curaçao © Viaje Comigo
– os habitantes locais conhecem Portugal através dos madeirenses que fizeram lá a sua nova casa e que, quase todos, quando imigraram, abriram frutarias;
– a capital Willemstad está dividida entre Punda e Otrobanda, sendo em Punda que encontra os edifícios coloridos e street art incrível em cada recanto

Punda, street art Frida Kahlo, Curaçao © Viaje Comigo
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Punda street art, Curaçao © Viaje Comigo
ONDE FICAR EM CURAÇAO?
São muitas as opções de resorts em cima da praia, tudo incluido, com serviços muito bons. Contudo, eu optei por air bnb.
A primeira casa era pequena e singela, em Mari Pompun, mas conquistou-me por ficar mesmo em frente ao mar com uma praia pública a 2 minutos a pé.
Os meus primeiros dias foram aqui passado e foi o ideal para relaxar. Corridas matinais (uns 5 km junto ao mar), acordar a ouvir o mar e com alguns restaurantes locais, bem menos turísticos.

Marie Pompun, Curaçao © Viaje Comigo
A segunda opção foi citadina, em Otrobanda, a cerca de 10 minutos a pé do centro. Uma casa típica, com águas-furtadas e bastante grande. Tive o azar de me encontrar com 2 baratas e digamos que lá esses bichinhos estão em esteróides.

Otrobanda air bnb, Curaçao © Viaje Comigo
ONDE COMER EM CURAÇAO?
A comida não é cara e há muitos restaurantes bons. Tentei evitar ir a sítios que são iguais em todo o lado – as tostas de abacate e ovos benedict conquistaram o mundo – então o meu preferido foi o Komedor Krioyo.

Landhuis Klein Santa Martha, Curaçao © Viaje Comigo
Komedor Krioyo
No Komedor Krioyo provei uma sopa de Yambo (quiabo), muito cremosa, que normalmente vem com rabo de porco e peixe, acompanhada com milho. Ao ver a carta, fiquei surpreendida com a semelhança com a gastronomia portuguesa, com cabrito assado, bacalhau e outras iguarias semelhantes.

Sopa de yambo e funchi, Komedor Krioyo © Viaje Comigo
Sea Side Terrace
Outro restaurante que gostei muito é em Mari Pompun, em cima da praia, o Sea Side Terrace. Locais e turistas sentam-se em frente ao mar para apreciar pratos típicos na companhia do simpático staff. Aqui, comecei com uma sopa de peixe e em seguida comi Red Fish, um peixe muito comum, com arroz moro com uns molhos picantes caseiros. Um almoço tardio permitiu-me apreciar o pôr do sol enquanto desfrutava da refeição.

Piská korà e arroz moro no restaurante Sea Side Terrace , Curaçao © Viaje Comigo
Fort Nassau
Esta opção é menos tradicional mas mais “fancy”. A envolvência é inacreditável pois o restaurante está no interior de um antigo forte e toda a estrutura original foi mantida. A pedra, os portões enormes e uma vista para ilha fazem com que valha muito a pena. A comida não era típica e os preços eram mais elevados que o normal da ilha, mas foi uma ótima experiência.

Vieiras no Fort Nassau, Curaçao © Viaje Comigo

Entrada Fort Nassau, Curaçao © Viaje Comigo
O QUE FAZER EM CURAÇAO?
Aconselho vivamente a Nostalgia Tours para conhecer melhor a ilha. À frente do projeto está Sharalin Maduro, cuja missão é mostrar o lado menos turístico da ilha e providenciar experiências de grande conexão com a natureza. Tanto ela como a sua equipa são locais apaixonados pela sua ilha e toda a sua história traz uma visão sustentável de turismo que se baseia no respeito, conhecimento e apreciação da belezas naturais da ilha.

Landhuis Klein Santa Martha, Curaçao © Viaje Comigo
Com Sharalin, visitei Kas de Pali Maishi, um museu que aborda a história mais sensível da ilha – a escravatura – mostrando o dia a dia das populações trazidas de África e das tradições que foram criadas por eles que ainda hoje se sentem e são parte integrante da identidade local. Muita gente não quer falar destes temas aquando de férias mas, para mim, é importante um turismo cada vez mais consciente. Sabermos mais sobre os países que visitamos é uma forma de honrar a sua história.

Escultura no Museu Kas de Pali Maishi © Viaje Comigo

Museu Kas de Pali Maishi , Curaçao © Viaje Comigo
Visitámos também Christoffelpark numa época verdejante então as vistas foram ainda melhores. Aqui, alguns tours escolhem certos pontos do parque para um piquenique e apreciar as vistas. Muitos viajantes sobem ao topo, outros escolhem uma atividade menos exigente fisicamente. De qualquer forma, é uma visita obrigatória. Quase todos os tours ocorrem ao final do dia devido às elevadas temperaturas.

Christoffel Park com Nostalgia Tours, Curaçao © Viaje Comigo

Christoffel Park com Nostalgia Tours, Curaçao © Viaje Comigo
Outros tours possíveis: Seven Peaks & Seven swirls of wind – trails específicos com paragem para apreciar as vistas com queijos e vinhos; ou Asunción Campfire Hike, que ocorre apenas na lua cheia, na área de Asunción, finalizado no acampamento com fogueira e os indispensáveis marshmallows

Marie Pompun, Curaçao © Viaje Comigo
Para mais informações de Nostalgia Tours
podem sempre enviar email que terão uma rápida resposta.
Outra experiência imperdível é a visita a Klein Curaçao – uma pequena ilha a cerca de 2 horas de distância – com a Bluefinn Charters. Saiba mais aqui !

Chegada a Klein Curaçao com BlueFinn Charters © Viaje Comigo