Viagem de Barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje ComigoViagem de Barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo
Publicado em Novembro 16, 2021

Fuja disto: os esquemas em Banguecoque, Tailândia

Ásia/ Preparar a viagem/ Tailândia [ Banguecoque ]

Spoiler alert: fui enganada em Banguecoque. Mas não foi nada de grave. Na Tailândia – como em qualquer outro país – existe uma vida antes e depois de se ter um guia! Com um guia, quem está habituado a vê-lo, vai manter-se afastado, mas a partir do momento em que estás sozinha, és uma “presa” fácil dos que te querem apanhar nos esquemas.

É importante perceber também que estes esquemas – não sendo excessivos, como assaltos e burlas – são muitas vezes o ganha-pão de muita gente. São apenas formas de desviar turistas para os negócios deles e não dos outros. No final do dia, espero ter dado dinheiro para alimentar várias famílias tailandesas. Sinto-me melhor a pensar assim!

Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Foi na minha segunda viagem à Tailândia. No primeiro dia em Banguecoque (Bangkok) andamos sempre com um guia – já que viajamos a convite do Turismo da Tailândia -, em carrinha com ar condicionado, que nos deixava e apanhava à porta dos locais que visitávamos. E quando visitávamos locais turísticos, ou íamos na rua, viam que estávamos com um guia e não nos abordavam. Agora, consigo perceber isso, mas na altura não tinha percebido.

O segundo dia era o dia livre. Ou seja, estávamos por nossa conta – eu e uma colega jornalista. A partir do hotel seria fácil apanhar um tuk tuk para visitar o Grande Palácio Real. Como foram os seguranças do hotel que chamaram o tuktuk, parecia que a negociação iria ser fácil.
– “Não paguem mais de 120 baht daqui (MBK centro) até ao Grande Palácio”.
Aceitamos a recomendação. Mas, mesmo assim, acho que os habitantes locais dão sempre uma margem para que os conterrâneos ganhem dinheiro.

Palácio Real em Bangkok - Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Palácio Real em Bangkok – Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

A VIAGEM

Conseguimos – antes de entrarmos para o tuk tuk – convencê-lo que pagaríamos somente 100, as duas.
– Ok, 100 mas paramos em duas lojas, sim? – disse o condutor a rir e mostrar a falta de dentes.
– Não, não paramos em loja nenhuma!
– Ok, 100 e paramos numa loja?, a rir-se de novo.
– Não! Queremos ir diretas para o Palácio! Sem lojas!
Olhou para nós as duas já com ar de desdém.

Mete-se por umas ruas paralelas e manda parar um outro colega de tuk tuk. Perguntamos o que se passa. “Nada nada”, responde, mas já sem se rir.
Falam os dois em tailandês e já não há sorrisos.
Dá a volta – fazem-no sempre por cima da linha contínua da estrada- e começa a guiar já sem sorrisos e a uma velocidade acima do normal.
Deixa-nos, não na entrada mas ao lado no palácio, a uns 5 minutos a pé. Perguntamos porquê, vocifera algo em tailandês e saímos.

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Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Começamos a caminhar, na direção do Palácio Real, e aparece um rapaz bem vestido, a falar connosco. Dizer isto – do “bem visto” – pode parecer estúpido, preconceituoso e até estereotipado. Mas não havia calções e chinelos, normais em que nos aborda para vender algo. Estava de calças e camisa bem passada. E, aliás, a camisa branca, maravilhosamente engomada dizia Microsoft, no bolso. Diz que qé professor universitário e que euer falar connosco. “De onde és, Portugal? Ahhh!”

Apesar de ter lido que um dos esquemas de Banguecoque é dizerem-nos que o Grande Palácio Real está fechado – para que vamos a lojas, antes, e eles ganham comissões nas lojas – deixei-me levar… “O palácio está fechado, entre as 12 e as 13h, e só está aberto para budistas”. E deixei-me levar porque ele não impingiu nada, nem falou de lojas… em vez disso…: “Ainda não foram fazer o passeio de barco? Vou-vos dizer como devem negociar”.
Tão simpático. Tão atencioso…

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

O BARCO

Ora, aqui a história divide-se em duas: a que vivi e a que devia ter vivido.
Primeiro: devia ter seguido o que tinha lido sobre o esquema do Palácio Real. O Palácio só encerra quando há cerimónias com o Rei e quando isso acontece a cidade vira do avesso. Assim, devia ter caminhado uns 10 minutos e já estava à porta do que queria visitar. Mas, não…

Como ficamos indecisas com aquelas indicações, de alguém que nos disse ser professor na Universidade – e parecia que estava ali a passar por acaso na altura e só muito mais tarde percebi que era dos melhores esquemas que já tinha visto – aceitamos a sua sugestão.
– Sabem o que deviam fazer? Deviam ir fazer um passeio de barco para passar esta hora em que o Palácio está fechado e depois voltavam.
– Como vamos?
– A pé é longe. Querem que vos chame um tuk tuk?
Chama-nos o tuk tuk e diz que só vamos pagar 20 baht (cerca de 0,50€), para nos levar junto do rio, para entramos nos barcos. E ajuda-nos a fazer contas para negociarmos o barco. Tudo pensado, percebemos depois. Uma verdadeira lavagem ao cérebro.

Ok, grande momento de inocência, caros leitores. Mas, lá fomos, numa outra viagem até a uma rua manhosa que dava a uma zona para embarcar no barco.

O senhor do barco aproxima-se de nós e avança com o preço de 2600 baht para a viagem de barco, de uma hora, para as duas pessoas. Dissemos que nunca pagaríamos isso. Desceu para 2 mil (52 euros). “Não!” Dissemos que um amigo tinha pago 800 por duas pessoas. E ele diz-nos que não, que o máximo que podia fazer era 800 cada pessoa.
E que era um negócio tão bom, mas tão bom, que não podíamos dizer a ninguém – como se fosse o preço mais especial de sempre. Enganador!

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Bato-Loja – Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Pronto, vencidas pelo cansaço da negociação, lá fomos fazer a viagem de barco. Uma hora, explicou-nos, a passar por um Mercado no Canal (mas muito pequeno, só 3 ou 4 barcos-loja, que estão lá de propósito para os tansos dos turistas) e a visitar alguns templos.

O melhor do passeio, para mim, foi mostrar uma Banguecoque que parece Veneza (mas feia) e os templos que se vai encontrado pelo caminho, mesmo na beira da água.
Num dos templos, paramos durante 10 minutos (o primeiro homem tinha dito 20, mas o condutor do barco, menos simpático, deu-nos só 10).
Paramos num sítio incrível, com uma decoração repleta de estátuas, que quase parecia saída de um cenário de filme. E as massagens com óleo quentes: o homem a colocar o pé em óleo em chama e a passar nas costas de uma mulher que está deitada no chão. Surreal!

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Massagem quente. Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

O passeio de barco continua até perto do Grande Palácio, onde encontramos mais uns quantos enganadores. A primeira é uma senhora de idade, que aparece mal pomos os pés no cais de embarque.
Com uns papéis na mão, que agita furiosamente, a dizer que temos de pagar 20 baht por termos saído naquele cais.
Finjo que não entendo e continuo a caminhar, sempre a olhar em frente.
Sim, a esta altura já tinha juntado os pontos. O professor estava feito com todos… com o do tuktuk, com o do barco… e entramos numa fio de esquemas, presos uns aos outros.
O passeio não foi bonito mas dá a conhecer uma parte importante de Bangkok. E só por isso valeu a pena. No máximo, senti-me burra por ter pago tanto.

Depois do cais de desembarque, há lojas e bancas de comida. Gostava de estar com fome nessa altura para ter provado uns gigantes camarões grelhados. Mas o calor era tanto que só me apetecia uma fatia de melancia fresca, já cortada, que custou 20 baht.

Mal chegamos à rua principal, que fica ao lado do Palácio, os condutores de tuktuk não nos largam. Todos nos quem como clientes e quando menos esperámos… salta um homem para a nossa frente, e começa a dizer que o palácio está fechado até as 15h00 e que devíamos aproveitar para visitar outros templos e desenha-me pequenos budas no meu mapa. Devo ter feito um suspiro grande e disse que não estava interessada. Calma, desta vez, não caímos no esquema e continuamos a caminhar. O que me conforta é que, no final de tudo, dei de comer a umas cinco famílias tailandesas, naquele dia. De seguida fui visitar o Grande Palácio Real de Banguecoque.

Frutas à venda - Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda – Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda - Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda – Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda - Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda – Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

OUTROS ESQUEMAS / FRAUDES DE BANGUECOQUE

– Palácio Real fechado
O esquema do Grande Palácio Real está fechado é o mais comum. Como já sabem que os turistas estão avisados, agora não dizem que está totalmente fechado, mas apenas umas horas. E bastam essa horas para vos levarem às lojas e ganharem as comissões nas vendas.

– Negócios de jóias
Apliquem o princípio: se parece ser bom demais, é porque é. Fujam dos esquemas de jóias com “descontos” durante um dia. “Porque é um dia especial”. Normalmente as “pedras preciosas” são feitas de vidro.

– As pulseiras
Este é um esquema habitual em muitos países no mundo. Colocam uma pulseira, dizem que não vão pedir dinheiro e depois pedem. Não deixem que vos coloquem nada.

– Táxis
Este é outro esquema que pode ser encontrado em quase todos os países, que são destinos turísticos. Dizem que o taxímetro está avariado e fazem um “preço especial”, que normalmente é o dobro do que seria o preço normal. Não entrem sem negociar ou sem exigir que o taxímetro esteja ligado – saiam mesmo do carro se não o ligarem. Vão ver que muitos, para não perderem o cliente, ligam o taxímetro. A Uber ou Grab, ainda que não os usem, são boas aplicações para saberem o preço justo pela viagem.

– O alfaiate
Mandarem fazer fatos e vestidos à medida, mas o que entregam é de fraca qualidade. Nunca pague tudo antecipadamente, sem receber as peças e sem ver se foi aquilo mesmo que pediu.

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Passeio de barco em Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda - Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

Frutas à venda – Banguecoque, Tailândia © Viaje Comigo

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