Ciclo 12 em Rede Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo
Publicado em Outubro 5, 2019

Animação e sabores tradicionais na Aldeia Histórica de Castelo Mendo

Portugal [ Aldeias Históricas de Portugal/ Castelo Mendo ]

O Ciclo 12 em Rede – Aldeias em Festa chegou à Aldeia Histórica de Castelo Mendo, nos dias 27 e 28 de setembro 2019. Durante dois dias, com o tema “O Monstro e a Menda”, a animação chegou a esta que é uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal, e contou com inúmeras atividades, desde música, a encenações e a provas gastronómicas. Veja o vídeo:

O Ciclo 12 em Rede – Aldeias em Festa tem levado maior animação a cada uma das Aldeias Históricas de Portugal. Sempre com base em lendas e na História local, a animação está relacionada com danças, cantares, encenações e receitas gastronómicas que transmitem os saberes e sabores regionais. O cozinheiro Ivo Loureiro apresentou uma receita tradicional
de arroz cozido com cachaço assado. Depois de temperar os cachaços com sal, são levados a uma panela para dourar.
Quando estiverem dourados, acrescentam-se os restantes ingredientes. Deixa-se cozinhar era de 20 minutos e coloca-se num tabuleiro coberto, no forno, até que fiquem suculentos e terrosos. Serve-se com o arroz do cozido.

Gastronomia de Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Gastronomia de Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Gastronomia de Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Gastronomia de Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Uma das outras receitas divulgadas foi a de Papas Azedas com Rojões. Coloca-se a banha e a água numa panela e deixa-se levantar fervura.
Alouram-se bem os rojões até ficarem tenros. Quando tudo estiver já cozinhado misturam-se os ingredientes todos e cozinha-se durante 10 minutos até ficar bem macio.
Sirva com tostas de pão saloio.

Showcooking de gastronomia de Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Showcooking de gastronomia de Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Recentemente foi feito um levantamento da “Gastronomia Identitária das Aldeias Históricas de Portugal”, onde se conseguiu recolher as receitas que a população indicou como as mais identitárias da aldeia de Castelo Mendo. As informações que constam aqui abaixo são desse mesmo estudo:

“O documento mais antigo com menção a Castelo Mendo (Castro Mendi) é datado de 1202. O local foi ocupado desde a Idade do Bronze e apresenta vestígios de presença romana. No entanto, as estruturas encontradas na região são maioritariamente medievais, criadas em grande parte para defesa, na Reconquista Cristã (séculos XII e XIII).
Em meados do século XIII, no ano de 1229, D. Sancho II concedeu foral a Castelo Mendo e foi edificado o castelo.”

Música em Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Música em Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

A PRODUÇÃO AGRÍCOLA E ALIMENTAÇÃO

“Castelo Mendo é um local histórico. Não só pelas memórias patrimoniais que ainda hoje se mantêm, como também pelas memórias que ficaram registadas na história que fizeram deste local um importante centro comercial. As produções agrícolas, como o habitual, respeitavam as necessidades de cada momento.
A agricultura e criação de gado foram dois aspetos importantes no desenvolvimento de cada uma dessas necessidades. Castelo Mendo desenvolveu-se como praça comercial, favorecida pela proximidade da fronteira.
Na Devesa, local de pastagens para os animais, faziam-se as trocas comerciais quando o espaço da feira intra-muros se tornou pequeno demais. A Devesa de Castelo Mendo tem também muitas amoreiras, reflexo da antiga produção de seda”.

“D. Manuel, por graça de Deus Rei de Portugal (…)” concedeu foral à vila de Cas- telo Mendo de forma que “os direitos se recadem na forma seguinte. Cada um dos doze casais pagam de tudo o que colherem 4 alqueires de pan, dous de trigo e dous de centeio. Cada uma galinha e dez ovos sem majs outra cousa”.
(Foral Novo, em 1510).

“A actividade principal dos habitantes da aldeia ainda é a agro-pecuária. Como o terreno é acidentado e algumas parcelas, principalmente rio lado Sul da aldeia, não são cultiváveis com a ajuda de máquinas, muitas pessoas usavam burros neste tipo de agricultura. Na aldeia há ainda cabras, que normalmente pastam da Devesa e nos terrenos em que as pastagens não precisam ser muito ricas. O leite era vendido, porque não compensava fazer queijo. As vacas beirãs, destinadas ao trabalho, foram desaparecendo à medida que os agricultores envelheceram e os mais novos emigraram. Aqueles que ficaram cultivavam o centeio e a batata”.

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Encenação em Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Encenação em Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Alimentação de subsistência

A alimentação sempre esteve ligada tanto à produção agrícola como a festas que se realizam anualmente. Alguns usos antigos manifestam-se em acontecimentos em que aquilo que se come é de alguma forma especial. Por exemplo, com o cantar das Janeiras, arrecadavam-se bolos e enchidos que se comia no final do dia.
“Levante-se lá, senhora/desse banco de cortiça/venha-nos dar a Janeira/ou morcela ou chouriça”.

“Para além desses alimentos os jovens recolhiam ainda frutos secos, rebuçados e frutas. Na festa do Entrudo, a par das “chocalhadas”, os mascarados recebiam também alimentos que comiam durante a correria pela aldeia. Durante a Quaresma não se comia carne e havia o costume de “conchavar” – duas pessoas prometiam mutuamente oração. No sábado de Aleluia quando se encontrassem, aquela que primeiro mandasse rezar a outra recebia o folar que consistia em ovos cozidos e frutas.

Durante as ceifas e as malhas, que se realizavam em povoações vizinhas pois os terrenos de Castelo Mendo não eram muito bons para grandes searas, comiam-se alimentos com muitas calorias. Os interessados eram contratados na aldeia e deslocavam-se a pé até aos campos. Cada lavrador fazia questão de fornecer aos seus trabalhadores alimentos ricos para que tivessem força no trabalho.

A primeira refeição fazia-se antes do sol nascer. Dela faziam parte o pão, o queijo, o chouriço, as azeitonas, o presunto e claro, o vinho. O dia de trabalho começava algumas horas antes do nascer do sol. Cerca das 9 horas era a hora do almoço, uma refeição também completa e com alimentos variados. Por volta das 10h havia mais uma refeição a que se chamava “bicas”: pão, queijo, chouriço e vinho. O jantar era por volta das duas da tarde, altura em que se fazia uma refeição quente à qual se seguia a sesta, pois os dias ficavam muito quentes nesta época do ano.

Passada a hora de maior calor voltava-se ao trabalho e enquanto o sol se punha os trabalhadores regressavam à aldeia, a pé. Aí fazia-se a ceia. No último dia das cei- fas e malhas havia umas sopas especiais feitas com vinho açucarado e com pão de trigo migado”.

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Gastronomia de Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Gastronomia de Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

A Feira

“Esta talvez tenha sido a primeira feira portuguesa com datas marcadas e duração decretada por lei régia. Não se confundia com o mercado semanal que se realizava na vila. No século XII, a feira realizava-se três vezes por ano. D. Sancho II decreta em 1229 que haja uma feira pela Páscoa, outra pelo S. João Baptista, a 24 de Ju- lho, e outra pela Festa de S. Miguel Arcanjo, a 29 de Setembro. Cada feira durava 8 dias. Com D. Dinis, foi Feira Franca e passou a realizar-se na Devesa, pois dentro das muralhas o espaço começou a não chegar. Já desde D. Sancho II (fundador da feira) que estava instituída a paz da feira. Ninguém poderia ser preso ou incomoda- do pelos seus credores durante a feira, oito dias antes e oito dias depois do perío- do definido para a sua realização. Quem desrespeitasse esta premissa real podia sofrer pesadas multas e sanções. Era proibido perturbar a tranquilidade da feira”.

PRODUTOS EM DESTAQUE
• Enchidos
• Bucho
• Pão leve
• Bola Parda
• Compotas
• Queijos
• Ginginha
• Pão de Centeio

PRATOS EM DESTAQUE
• Borrego assado
• Cabrito estufado
• Bacalhau
• Coelho à Caçador
• Pão de Ló
• Doce de abóbora
• Doce de tomate e cereja
• Bola doce
• Bola parda
• Marmelada

PRODUTOS GASTRONÓMICOS DIFERENCIADORES
• Cabrito estufado com batata cozida

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Gastronomia de Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Gastronomia de Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

RECEITAS DE CASTELO MENDO E REGIÃO ENVOLVENTE

Arroz de cabidela

Ingredientes, quantidades e modo de preparação
1 frango ou 1 pato ou 1 galinha, 1⁄2 copo de vinagre, 2 cebolas, 500 g de arroz carolino, 5 colheres de sopa de azeite, 1 dente de alho, 1 ramo de salsa, 2 folhas de louro, 1 ramo de carqueja, sal, pimenta

Modo de preparação:
Quando se mata a ave recolhe-se o sangue para um recipiente, onde já se encontra o vinagre, e mexe-se. Corta-se a ave escolhida em pedaços e leva-se a estufar com o azeite, as cebolas picadas, o dente de alho esmagado, a salsa e a carqueja.
Quando for necessário, acrescenta-se um pouco de água temperada com sal e pimenta e continua-se a estufar em lume muito brando e sempre com o tacho tapado. Quando a carne estiver macia, adiciona-se a água suficiente para se obter o arroz. A quantidade de água depende da consistência da cabidela que se pretende obter. Para se obter um arroz de cabidela bastante “molhado”, a água deve ter pelo menos três vezes o volume do arroz. Adiciona-se finalmente o sangue e, mal levante fervura, retira-se do lume e serve-se.

Arroz de coelho

Ingredientes:
1 coelho, 2 cebolas, 1 dl de azeite, 2 dentes de alho, 1 folha de louro, 8 dl de vinho tinto, 400 g de arroz, 1,2 l de água, sal e pimenta.

Modo de preparação:
Limpa-se o coelho. Corta-se aos bocados. Numa caçarola deita-se o azeite, a cebola, os alhos picados, o louro e leva-se ao lume. Quando a cebola estiver loura, junta-se o coelho, deixa-se refogar, rega-se com o vinho tinto e tempera-se com sal e pimenta. Tapa-se o tacho e ferve um pouco. Em seguida adiciona-se a água a ferver e por fim o arroz lavado e enxuto. Deixa-se cozer.

Bacalhau à conde da guarda

Ingredientes:
4 postas de bacalhau, 500 grs de batatas às rodelas, 2 cebolas às rodelas, 1 pacote de natas, 5 ovos, leite q.b., 2 colheres de sopa de farinha maizena, queijo ralado q.b.

Modo de preparação:
Cortam-se as batatas às rodelas, fritam-se e põem-se as cebolas às rodelas a refogar. Coze-se o bacalhau e desfia-se em lascas. Batem-se os ovos e as natas à parte. Depois junta-se tudo e acrescenta-se o leite e a farinha maizena. Coloca-se num tabuleiro e por cima põe-se um pouco de natas e queijo ralado. Leva-se ao forno.

Biscoitos económicos

Ingredientes:
12 ovos, 1 kg de açúcar, 2 chávenas de leite, 2 colheres de bicarbonato de sódio dissolvido no leite morno
sumo de 3 laranjas, 1 cálice de aguardente, 2 colheres de sopa de margarina, 2 chávenas de azeite
1 colher de chá de fermento aproximadamente 3 kgs de farinha

Modo de preparação:
Misturar todos os ingredientes num recipiente até obter uma massa homogénea. Com uma colher de sopa dosear as quantidades e vertê-las sobre o papel vegetal que cobre o tabuleiro de ir ao forno. Pincelar com ovo e açúcar e levar ao forno a 200o / 220o durante aproximadamente 10 minutos. Repetir até esgotar a massa.
Esta receita dá para aproximadamente 90 – 120 biscoitos, dependendo do tamanho da colher.

Encenação em Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Encenação em Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Borrego Assado

Ingredientes:
Borrego, alho, colorau, sal, salsa, louro, cebola, piripiri (facultativo), batatas.

Modo de preparação:
Depois de Limpo o borrego abre-se ao meio e dá-lhe uns golpes mas que fique inteiro. Tempera-se com sal, alhos esmagados, louro partido aos bocadinhos, azeite, vinho e um pouco de piripiri. Deixa-se neste marinado de um dia para o outro. Numa assadeira de barro corta-se a cebola às rodelas até cobrir o fundo, põe-se o borrego já temperado e as batatas. Rega-se tudo com a marinada e vai ao forno assar.

Cabrito assado

Ingredientes:
1 cabrito, sal, 3 limões, colorau, picante, alho, louro, vinho branco, azeite virgem, batatas

Modo de preparação:
Corta-se o cabrito aos bocados, põe-se na assadeira, deita-se sal, e espremem-se-lhe por cima 3 limões. À parte, numa tigela mistura-se uma colher de colorau, picante a gosto, alho, louro, vinho branco e azeite virgem. Mexe-se bem e deita-se por cima do cabrito. Vai ao forno. Tira-se quando estiver assado (louro por cima). Cozem-se as batatas com a pele. Descascam-se e torram-se. Colocam-se no tabuleiro com o cabrito. Serve-se com uma salada mista.

Cabrito grelhado na brasa

Ingredientes:
2 pernas de cabrito ou traseiro completo, 1,5 dl de azeite, 0,5 dl de vinagre, 1 ramo de salsa, sal e pimenta

Modo de preparação
Lava-se o cabrito, dá-se-lhe uns golpes põe-se de molho em água e sal durante 2 horas. Numa tigela mistura-se o azeite com o vinagre e tempera-se com sal e pimenta. Ata-se a salsa em ramo e mergulha-se a parte das folhas no molho, para borrifar o cabrito. Enxuga-se o cabrito e unta-se com o molho preparado. Coloca-se depois sobre brasas de vides e vai-se virando e borrifando com o molho à medida que for alourando. Para servir, corta-se o cabrito em bocados, rega-se com o molho que resta e acompanha com batatas fritas ou arroz de manteiga.

Encenação em Castelo Mendo - DR © Aldeias Históricas de Portugal

Encenação em Castelo Mendo – DR © Aldeias Históricas de Portugal

Lagarada

Ingredientes:
Bacalhau, alho, batatas médias, cebolas médias

Modo de preparação:
Assam-se as batatas e as cebolas na brasa. Quando estiverem assadas põe-se o bacalhau a assar limpam-se as batatas e esmagam-se na mão. Partem-se as cebolas e deitam-se num recipiente. Desfaz-se o bacalhau e junta-se ao preparado. Junta-se também o alho assado. Rega- se com bastante azeite e serve-se.

Migas à moda da Guarda

Ingredientes:
300 g de pão de centeio, 0,5 l de água, 3 dentes de alho, 1 folha de louro, 3 colheres de sopa de azeite, 2 ovos batidos, 1 dl de azeite, sal e colorau

Modo de preparação:
Corta-se o pão e coloca-se numa tigela funda. Leva-se ao lume até ferver a água, com os dentes de alho picados, o louro, as três colheres de azeite e o colorau. Ao retirar do lume, juntam-se os ovos previamente batidos. Deita-se o caldo sobre o pão e deixa-se abeberar. Escorre-se. Rega-se com o azeite a ferver.

Esparregado de feijão verde

Ingredientes:
1 kg de feijão verde, 1 dl de azeite, 1 dente de alho, 1 colher de sopa de farinha, 1 colher de vinagre, sal

Modo de preparação:
Lava-se o feijão e corta-se à maneira de “caldo-verde”. Aferventa-se em água temperada com sal (apenas numa ligeira cozedura). Escorre-se muito bem. Tem-se o azeite numa frigideira na qual quase alourou o dente de alho. Junta-se o feijão, dá-se-lhe uma volta e salpica-se com a farinha. Mexe-se de modo a espalhar a farinha homogeneamente e, depois do feijão bem cozido e apurado, rega-se com o vinagre.

Chouriça com grelos

Ingredientes:
1 molho de grelos, 1 chouriça de carne temperada com vinho, 8 batatas médias, 4 fatias de presunto magro

Modo de preparação:
Coze-se a chouriça em água suficiente par depois se cozerem separadamente nessa água os grelos e as batatas descascadas. Servem-se os grelos com as batatas e enfeitam-se com a chouriça cortada em rodelas e as fatias de presunto.

Coelho à caçador

Ingredientes:
1 coelho, cebola, azeite, alho, piripiri, colorau, vinho tinto, louro

Modo de preparação:
Faz-se a cebolada com bastante azeite. Deita-se o coelho, mexe-se e cobre-se de vinho tinto. Adicionam-se os restantes temperos e mexe-se bem. Se se usar a panela de pressão, deixa-se estar durante 15 minutos. Na panela normal mexe-se à medida que vai apurando.

Perdizes lá de casa

Ingredientes:
4 perdizes, 4 chávenas de azeite, 4 chávenas de vinagre, 4 cebolas, 8 dentes de alho, salsa, sal, pimenta, 2 colheres de colorau

Modo de preparação:
Cortam-se as cebolas em quartos e esmagam-se os alhos. Levam-se as perdizes com todos os ingredientes citados a cozer em lume muito brando e com o recipiente tapado. De vez em quando destapa-se para se regarem as perdizes com o molho que se vai formando. Servem-se acompanhadas com batatas fritas em palitos grossos. Podem ser conservadas no frigorífico durante vários dias.

Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Salada de merujes

Ingredientes:
Meruges, sal, azeite, vinagre

Modo de preparação:
Depois de bem lavadas deitam-se as meruges numa barranha (espécie de tigela), tempera-se com sal, azeite e vinagre. Por vezes era servida só com pão de centeio. É muito fresca no Verão. É muitas vezes acompanhada com peixe frito.
Nota: A meruge aparece em locais com muita abundância de água, no final da Primavera, princípio do Verão.

Paparote

Ingredientes:
Castanhas piladas, água, leite, sal

Modo de preparação:
O paparote só pode ser feito com castanhas piladas saídas do caniço. Põe-se uma panela com água ao lume e deixa-se ferver. Põem-se as castanhas num alguidar e lavam-se. Põem-se na panela. Não se podem mexer antes de estarem cozidas. Quando estiverem cozidas esmagam-se com um garfo e deita-se um bocadinho de sal e leite. Depois mexe-se, tira-se a panela do lume e está pronto a servir.

Papas de abóbora

Ingredientes:
1,5 kg de abóbora, 1 l de leite, farinha de trigo q.b.

Modo de preparação:
Parte-se a abóbora aos bocadinhos, coze-se e depois esmaga-se. Junta-se o leite e um pouco de farinha de trigo. Mexe-se e deixa-se ferver mais um pouco.

Papas de milho

Ingredientes:
200 g de milho traçado, 7,5 dl de leite, 150 gr de açúcar, sal, canela

Modo de preparação:
Põe-se o milho de molho em água fria, durante 1 ou 2 horas e retiram-se as peles que vêm a superfície. Escorre-se o milho e leva-se ao lume com a água temperada com um pouco de sal. Quando a água evaporar, começa-se a juntar o leite a pouco e pouco, mexendo sempre. Tempera-se com o açúcar e deixa-se cozer um pouco mais. Servem-se polvilhadas com canela. Sobremesa de Inverno muito popular e que se serve quente. Na altura das malhas do centeio, estas papas servem de estímulo.

Papas de milho gordas

Ingredientes:
Sêmola de milho, água, sal, azeite, banha, carnes cozidas ou guisadas

Modo de preparação:
Cozem-se as papas em água com azeite e sal e um pouco de banha de porco. Servem-se acompanhadas por carnes cozidas ou guisadas.

Doce de abóbora

Ingredientes:
1 kg de abóbora, 600 g de açúcar, 1 pau de canela, sal

Modo de preparação:
Tira-se a casca à abóbora e limpa-se bem. Leva-se ao lume a cozer num tacho, com água e umas pedrinhas de sal. Logo que esteja cozida escorre-se num passador. Passa-se com a trituradora. Põe-se ao lume o açúcar coberto com a água da cozedura da abóbora e o pau de canela. Logo que esteja derretido, mistura-se a abóbora, que ferve em lume brando, mexendo sempre, até estar no ponto necessário. Deve ficar cremoso.

Ciclo 12 em Rede Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Esquecidos

Modo de preparação:
Misturam-se os ovos com o açúcar e batem-se bem. Adiciona-se a farinha, o sal, o fermento e água suficiente para amassar. Seguidamente deixa-se levedar e tendem-se bolas que vão a cozer em forno de lenha. A temperatura do forno tem influência no aspecto final do produto.

Filhós de Natal

Ingredientes:
1 kg de farina de trigo, 100 g de pão em massa, 12 ovos, 1 cálice de aguardente, sal, óleo para fritar

Modo de preparação:
Num grande recipiente, deita-se a farinha peneirada e o pão em massa. Misturam-se bem. Faz- se uma abertura no meio desta massa onde se deitam os ovos, a aguardente e um pouco de sal. Com uma colher de pau mexe-se em círculo e depois mexe-se até absorver a farinha. Em seguida amassa-se à mão até começar a fazer muitas bolhas. Deixa-se descansar durante meia hora. Unta-se uma superfície lisa com azeite e vão-se esticando pequenas quantidades de massa com as mãos, para todos os sentidos, até ficar muito fino. À medida que se vão fazendo, deitam-se em óleo bem quente e com um garfo enrola-se o centro. Viram-se para ficarem bem lourinhas. Põem-se a escorrer e polvilham-se com açúcar

Filhós tendidas no Joelho

Ingredientes:
1 kg de farinha, 50 g de pão em massa, 2,5 dl de azeite, 6 ovos, leite, sal, açúcar e canela, azeite para fritar, farinha para tender

Modo de preparação:
Peneira-se a farinha para um alguidar e escalda-se com azeite a ferver. Misturam-se os dois elementos. Num canto do alguidar dissolve-se o pão em massa, com um pouco de leite tépido ou água tépida e sal. Mistura-se com a farinha. Juntam-se os ovos e amassa-se muito bem até se obter uma massa macia. Se for necessário, junta-se um pouco mais de líquido tépido, água ou leite.

Embrulha-se o alguidar num cobertor e coloca-se em local temperado. Deixa-se levedar até a massa ter o dobro do volume. Depois, põe-se o azeite ao lume a aquecer e vão-se tendendo as filhós: retiram-se bocadinhos de massa que se estendem esticando-se com as mãos e a ajuda de um pouco de farinha, ficando cada uma com cerca de 10 cm de diâmetro. Enquanto esperam a vez de serem fritas, as filhós são colocadas no joelho, que, para o efeito, se cobriu com um pano branco grosso. À medida que vão sendo fritas no azeite bem quente, polvilham-se as filhós com açúcar e canela. Os 50 grs. de pão em massa, que se pode comprar nas padarias, podem ser substituídos por 30 grs. de fermento de padeiro.

Cavacas

Ingredientes:
2 dl de azeite, 6 gemas de ovo, 5 claras, 110 g de farinha, 2 colheres de sopa de água

Modo de preparação:
Escalda-se a farinha com o azeite a ferver. Bate-se até arrefecer. Junta-se os ovos a pouco e pouco e por fim a água fria. Deita-se a mistura em formas de empadas untadas com azeite (sem encher muito, porque crescem) e leva-se ao forno quente. Não se deve abrir o forno senão passados vinte minutos. Depois de cozidas, desenformam-se e cobrem-se com claras batidas com açúcar. Colocam-se sobre redes e deixam-se secar.

Arroz doce

Ingredientes:
Água, arroz, sal, açúcar, leite

Modo de preparação:
Coze-se o arroz com a água e um pouco de sal. Escoa-se o arroz e passa-se com água fria. À parte junta-se o leite e o açúcar e deixa-se ferver. Deita-se o arroz. Deixa-se ferver mais um pouco e finalmente juntam-se gemas batidas para engrossar.

Velhoses ou Bilharacos

Ingredientes:
1 kg de abóbora menina, 100 g de farinha de trigo, açúcar escuro, sal, azeite

Modo de preparação:
Descasca-se a abóbora e coze-se em água e sal. Deixa-se escorrer de um dia para o outro dentro de um saco. Depois amassa-se com a farinha. Com a ajuda de duas colheres frita-se esta massa em azeite a ferver. Escorrem-se e passam-se por açúcar.

Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

A festa só acaba em dezembro!

O ciclo “12 em rede | Aldeias em Festa 2019” só termina em dezembro! Depois de Castelo Mendo, a festa vai até Trancoso, de 11 a 13 de outubro; Idanha-a-Velha, de 1 a 3 de novembro; Monsanto, de 8 a 10 de novembro; Almeida, nos dias 29 e 30 de novembro; e Belmonte, de 27 a 30 de dezembro.

Sobre a Rede das Aldeias Históricas de Portugal

Perdidas entre montes e vales da verdejante paisagem do interior de Portugal, repletas de lendas e castelos, sabores e tradições, há 12 singelas aldeias onde apetece perdermo-nos, para nunca mais nos encontrarmos. Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso: as Aldeias Históricas de Portugal, um destino que são 12, são paraísos escondidos que nos levam numa viagem ao tempo de reis e rainhas, épicas e infinitas batalhas que escreveram a História como a conhecemos hoje.

Viajar até às Aldeias Históricas de Portugal é, assim, descobrir a História de um país de temerários conquistadores, através das pedras das suas calçadas e das suas frondosas muralhas e castelos, orgulhosa e imponentemente erguidos. É, ainda, a garantia de momentos inesquecíveis de lazer, aventura e descoberta, temperados com os inigualáveis aromas e sabores da região, que compõem a sua típica gastronomia. No território das Aldeias Históricas de Portugal há um sem fim de trilhos para caminhadas e percursos de bicicleta e BTT – como a Grande Rota 22 (GR), a maior rota de Walking & Cycling em Portugal, com cerca de 600 km.

As Aldeias Históricas de Portugal são o primeiro destino em rede – à escala mundial –, e o primeiro destino nacional a receber a certificação BIOSPHERE DESTINATION.

©Aldeias Históricas Portugal

©Aldeias Históricas Portugal

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo - Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Ciclo 12 em Rede em Castelo Mendo – Aldeias Históricas de Portugal © Viaje Comigo

Comentários

Poderá também gostar de

Regressar ao topo