Com várias estreias e 25 eventos espalhados por 13 espaços, ao longo de duas semanas dedicadas à música e à partilha, a edição comemorativa da primeira década do Porto Pianofest afirma-se como a maior de sempre. De 1 a 12 de agosto 2025, o festival passa por salas como a Casa da Música, o Palácio da Bolsa e, pela primeira vez, o Museu de Serralves e a Câmara Municipal do Porto, mantendo a sua missão: aproximar a música erudita do grande público.
Longe vai 2016, ano em que o Porto Pianofest se estreava com dois dias de programação. 10 edições e 112 concertos, masterclasses, conferências e maratonas de piano depois, o festival afirma-se agora como um evento cultural de referência na cidade, trazendo ao público várias estreias e regressos para assinalar a data comemorativa.
A 10ª edição começa a 1 de agosto com o concerto de abertura “Brexit Music” – Uma homenagem de jazz às lendas britânicas, na Casa da Música. Protagonizado pelo Trio Baptiste Trotignon, a atuação cruza o jazz com universos musicais mais populares, reinventando temas de bandas amplamente conhecidas, como Queen, Nirvana ou Radiohead – traduzindo de forma exemplar o espírito do festival: abrir a música erudita a novos públicos e linguagens.
Nos dias 2, 3 e 4 de agosto, o Porto Pianofest celebra o presente em diálogo com a sua própria história. Artur Pizarro, pianista português que protagonizou a abertura da 1.ª edição de sempre, atua, a 2 de agosto, na Câmara Municipal do Porto, espaço que se junta, pela primeira vez, aos palcos do festival.
No dia seguinte, o pianista espanhol José Ramon Mendez regressa para o seu 10.º concerto em 10 edições, fazendo ecoar no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto composições líricas, com obras de Schubert e Schuman, num concerto que homenageia o vínculo entre o artista, o público e o festival. Já a 4 de agosto, é a vez do pianista Jean Saulnier ocupar o mesmo palco, com um programa que atravessa estilos e épocas, reunindo obras de Beethoven, Brahms, Scriabin e Ravel.
Um dos pontos altos desta edição vai para a dupla estreia do dia 10 de agosto, com o primeiro concerto do festival no Auditório do Museu de Serralves e a primeira vez em Portugal do pianista de música contemporânea Anthony DeMare, com uma seleção de composições exclusiva – Liaisons Project.
Outra estreia nacional é esperada no dia 9 de agosto, com a dupla americana de música indie, formada pela percussionista Liliana de Los Reyes e pela pianista Nicole Wakabayashi, a atuar num concerto ao ar livre, no Pátio do Romântico, e de entrada gratuita, acompanhadas pela Orquestra Sinfonietta de Braga. Também em estreia no Porto Pianofest, a pianista portuguesa Inês Andrade convida o público a embarcar, no Conservatório de Música do Porto, numa viagem pelo universo da música portuguesa para piano do início do século XX.
A encerrar a 10.ª edição com chave de ouro, está a atuação do pianista Alexandre Kobrin, que também regressa ao Porto Pianofest para atuar, desta vez, no imponente Salão Árabe do Palácio da Bolsa.
“Celebrar 10 edições do Porto Pianofest é muito mais do que assinalar uma data, é reafirmar um compromisso com a cidade, com os artistas e com o público. O festival cresceu de forma sustentada desde 2016, mas mantém-se fiel à missão com que foi criado: democratizar o acesso à música erudita e promover espaços de encontro e partilha. Também a componente pedagógica e a aposta na descentralização, levando a música a novos públicos, têm sido pilares fundamentais deste percurso, contribuindo para a formação de novas gerações de músicos e oferecendo-lhes experiências concretas de palco, fundamentais para o seu desenvolvimento artístico e profissional”, afirma Nuno Marques, pianista português que criou e dirige o Porto Pianofest.
Ainda no Porto, o festival apresenta os concertos à hora de almoço, de entrada livre, protagonizados por jovens pianistas em ascensão, a 6 de agosto, na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, e nos dias 7 e 8 de agosto, no Museu Romântico. Também inseridos na vertente pedagógica do Porto Pianofest, estão os concertos de vários artistas, oriundos de todos os continentes, nos dias 6, 7 e 8 de agosto no CARA Matosinhos. Estes pianistas vão estar no Porto a trabalhar com pedagogos para desenvolver as suas competências técnicas e musicais, tendo no festival a oportunidade de dar a conhecer ao grande público a sua arte e talento.
Há ainda lugar para os mais pequenos no concerto anual para famílias, que se realiza no dia 9 de agosto, na Casa Comum da Universidade do Porto. Para quem queira antecipar a experiência Porto Pianofest, pode passar na Maratona de Piano no Mercado do Bolhão, a 30 de julho, e aproveitar um pouco das 8 horas consecutivas de música tocadas no piano instalado junto à entrada da Rua Formosa.
Além de ocupar os espaços mais emblemáticos da cidade do Porto, o Porto Pianofest leva o talento e a música erudita a outros lugares. Pela primeira vez, o festival apresenta-se no Conservatório de Música de Vila do Conde, com um concerto do pianista Alexandre Thomas marcado para 4 de agosto. Já a 11 de agosto, e pelo quarto ano consecutivo, o festival regressa à Fundação Cupertino Miranda em Vila Nova de Famalicão para apresentações de jovens artistas, fomentando um importante intercâmbio cultural e reforçando os laços com a comunidade.
Na edição de 2024, o festival proporcionou mais de 30 horas, com 90 peças musicais interpretadas por cerca de 30 artistas, 11 deles em estreia absoluta em Portugal.