Quem mora na cidade do Porto, em Portugal, de certeza que já ouviu histórias de quem subiu a ponte da Arrábida a pé! A maior parte dessas histórias pertencem à infância de quem morava ali perto. E era, obviamente, perigoso fazê-lo! Mas, só desde o verão de 2016 é possível subir, de forma segura e controlada, o arco da ponte, com a Porto Bridge Climb. Quer também ter esta vista?
Quando chegar ao topo, vai ter uma vista linda sobre o rio Douro, que abrange as margens do Douro e ainda uma vista fugidia para a foz do rio. As escadas que vai subir e, depois, descer, são que estão viradas a Nascente, com vista para o Palácio de Cristal, por exemplo, e caves do vinho do Porto.
É a primeira vez que a Ponte da Arrábida abre o seu arco ao público, em mais de 50 anos de vida. Aliás, mesmo as escadas só existem desde 2002. Antes disso, os trabalhadores, que inspecionam e se certificam que está tudo OK com a ponte, tinham de subir de gatas e descer a deslizar como um escorrega, pelo arco.
A visita começa no sopé da ponte, com o vestir do equipamento de segurança e a colocação do arnês, que vai fazer com que vá pelas escadas em segurança, agarrado ao fio “Linha de Vida”.
Depois de uma subida de 262 degraus – muito baixinhos e, por isso, o nível de esforço é pequeno – e de subir ao arco com 65 metros de altura (cerca de 18 andares de um prédio), poderá desfrutar desta vista durante bastante tempo (tempo total da visita: 30 minutos).
É possível fazer a visita sozinho ou em grupo (há preços com descontos para grupos – veja mais abaixo.
No topo, o guia dá-nos algumas informações (e curiosidades) sobre a Ponte da Arrábida.
Ficamos ali, minutos perdidos, a ver o corrupio de barcos rabelos que fazem os passeios das seis pontes (passando pela Arrábida, Luís I, Infante, Maria Pia, São João e Freixo) e dão a volta junto da foz do Douro, com as águas do rio a refletirem os raios do sol. É isso mesmo que estão a pensar. É uma vista apaixonante.
E é incrível que não se ouve nada dos carros a passarem no tabuleiro da ponte. Ou, pelo menos, eu não ouvi nada… porque estava deslumbrada com a vista. 😀
E para que chamem pessoas de todas as idades (maiores de 12 anos de idade), advertem: “Não é uma atividade radical, apenas escadas com uma bela vista!”. Por isso mesmo, em vez de escaladores, aos participantes chama “escadadores”.
Ou, antes de subir, ou no final da visita, pode ficar a saber mais sobre as pontes da cidade do Porto, que unem esta cidade a Vila Nova de Gaia.
No sopé da ponte, junto da receção, está uma exposição com a história das seis pontes – começando na Ponte das Barcas e Ponte Pênsil, que foram as primeiras – e as suas datas mais marcantes, assim como os principais protagonistas das mesmas.
Algumas regras importantes:
– pode fotografar à vontade no sopé e no topo; só não se pode nas escadas (excepto gopro fixa), enquanto estiver a subir ou a descer, por questões de segurança.
– a subida só pode ser feita por maiores de 12 anos e é exigido um termo de responsabilidade aos maiores de 79
Nota: se estiver vento, leve um agasalho, porque no topo está sempre mais fresco. Durante a subida não vai notar, mas quando parar para tirar as fotografias vai sentir mais fresco.
DADOS SOBRE A PONTE DA ARRÁBIDA
Projetada por Edgar Cardoso, a Ponte da Arrábida é considerada um dos projetos mais arrojados, em termos de pontes, já que tinha, na altura em que foi inaugurada, em 1963, o maior arco em betão armado em ponte no mundo.
A ponte já teve os elevadores, a subir e descer, mas deixaram de funcionar e 1986. A ponte foi classificada como Monumento Nacional desde 23 de maio de 2013.
As obras da ponte começaram em março de 1957, orçadas em cerca de 1.200.000€. Na construção da Arrábida foram gastas 20 mil toneladas de cimento. Foi inaugurada a 22 de junho de 1963.
Números da Ponte da Arrábida:
– 270 metros de vão máximo
– 495 metros de comprimento
– 70 metros de altura
– 52 metros (flecha do arco)
– 26 metros de largura
Curiosidades das seis pontes, partilhadas pelo Porto Bridge Climb:
1. Ponte da Arrábida
– Jornalistas estrangeiros vieram ao Porto para observar a queda da ponte da Arrábida; a desconfiança talvez se devesse ao acidente ocorrido, em 1939, na construção da semelhante ponte de Sandö, na Suécia
2. Ponte Luis I
– Ao contrário do que muitos dizem, a Ponte Luís I não foi projetada por Eiffel; na verdade, a sua empresa também participou no concurso mas a proposta escolhida era do seu antigo sócio (e não “discípulo”) Theophile Seyrig.
3. Ponte do Infante
– O vão de 280 metros é o maior de todas as pontes no Douro, era o 4º maior do mundo quando foi construído e é 10 metros superior ao da Ponte da Arrábida.
4. Ponte Maria Pia
– Como apenas tinha uma via, as colisões eram evitadas com um único “Bastão Piloto” que o maquinista tinha que ter para fazer a travessia, entregando-o do outro lado do rio para o próximo comboio o poder atravessar.
5. Ponte de São João
– A primeira maquete dos dois pilares foi esculpida em cenouras (depois fizeram-se os cálculos estruturais). Os pilares são ocos e têm elevadores que permitem inspecionar toda a estrutura.
6. Ponte do Freixo
– A Ponte do Freixo é constituída por duas vigas gémeas afastadas apenas 10 cm uma da outra, ao longo de toda a extensão.
INFORMAÇÕES
Porto Bridge Climb
Rua do Ouro 680, 4150-553, Porto, Portugal
(entrada pela marginal, subindo escadas em granito, 50 metros a Poente da ponte)
Telefone: +351 929 207 117
Preços: 12,50€/pessoa (11€ ou 10€ para grupos, a partir de 14 ou 40 pessoas, respetivamente)
Horários: todos os dias, a partir das 14h15 até ao pôr do sol (a última visita inclui o pôr do sol)
Como chegar ao local:
– A Pé: pela marginal (a 25 minutos da Ribeira)
– Elétrico: apanhar a linha 1 e sair na paragem Ponte Arrábida
– Bus: STCP 500 (sair na paragem “Ponte Arrábida”)
– Bus Turísticos: (+ cerca de 5 minutos a caminhar)
Blue Bus (paragem Helitours), Red Bus (paragem Massarelos), Yellow Bus (paragem TramCar Museum)
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