Em 2019, fiz uma viagem com os leitores do Viaje Comigo à ilha de São Tomé. Fizemos um roteiro
de uma semana, para descobrir o que se tornaria um dos países mais especiais que já visitei. Para o bem e para o mal, São Tomé parece que parou no tempo. A maior parte dos edifícios da Cidade de São Tomé estão desgastados pelo tempo, e pelas intempéries, mas é o bem receber dos habitantes que nos faz querer voltar à ilha. A simpatia, o bom viver, o espírito sem stress do “leve leve”, faz-nos sentir em casa e num estado de tranquilidade quase imediato. Aqui, há duas velocidades: o devagar e o muito devagar.
OUTROS TEXTOS PARA CONHECER SÃO TOMÉ
- Viajar para São Tomé e Príncipe
- Ilhéu das Rolas
- Alojamento / hotéis de São Tomé e Príncipe
- Cidade de São Tomé
- Parque Natural Obô
- Praias de São Tomé
- Roteiro de 7 dias em São Tomé
1º Dia – CIDADE DE SÃO TOMÉ
– Alojamento
– Chegada ao aeroporto. Check in no hotel e visita ao centro da Cidade, ao Mercado, e Fábrica de Chocolates. Leia aqui o guia para visitar a Cidade de São Tomé
Começar pelo mercado, e pelas ruas vizinhas, é absorver toda a energia deste local. Há de tudo um pouco à venda, mas as cores vêm todas das frutas e legumes, que aqui têm um ar muito viçoso e mais saudável – experimentei o mamão, jaca e o maracujá.Faz a marginal, da baía, a pé, passar pelo forte/museu, e vai a provas do chocolate que é feito na ilha. Apesar de serem grandes exportadores de cacau, pouco é o chocolate que aqui é produzido. O italiano Cláudio Corallo encantou-se pela ilha, e pelo cacau, e é dos poucos que aqui ficou a fazer chocolates maravilhosos.
Na Cidade de São Tomé, fui experimentar à noite o restaurante Papa Figo. Gostei muito.
2º Dia – Viagem para PONTA FIGO
– Alojamento
Uma viagem muito bonita, que sai da Cidade de São Tomé para chegar a Ponta Figo, com paragens em locais emblemáticos com o túnel de Santa Catarina, por exemplo. Aqui perto pode visitar-se a Roça Diogo Vaz. Uma parte da estrada dá a conhecer a floresta de São Tomé, e a outra parte mostra a vida de todas as aldeias que se encontram junto do mar. Estas estradas são muito cinematográficas e pedem muitas paragens para fazer fotografias. Passamos por várias praias, mas a que nos chama para olhar mais atentamente é a bonita Lagoa Azul.Também paramos no Aan Bó, onde está um padrão de Descobrientos: o local onde pela primeira vez os navegadores portugueses pisaram o solo são-tomense em 1470. Tem mesas e bancos para se fazer piqueniques, mas o mar está a ganhar terreno naquele pedaço de terra. Quando a maré está cheia, as ondas passam o murete – que foi requalificado.
3º Dia – Mucumbli
– Alojamento
– Fazer a Rota do Cacau
Um percurso a pé que passa pelos locais de produção e secagem do cacau. Visita à Roça Generosa – do século XVIII e mandada construir por uma mulher portuguesa – e convívio com os habitantes locais. É dos melhores passeios que pode fazer para ter contacto direto com os locais e entender a importância das roças – do café e do cacau.Nota importante: porque não queremos incentivar que as crianças deixem de ir à escola porque os turistas lhes levam prendas, ou dão dinheiro, poderão sempre levar coisas (roupa, material escolar, brinquedos) e entregar só e unicamente aos adultos. Eles depois darão a quem acharem mais relevante ou levam para a própria família. Podem também entregar diretamente a uma instituição de apoio. Com as crianças… brinquem!
4º Dia – Mucumbli
– Alojamento
– Atividade do dia inteiro: Trekking no Parque Natural Obô (com piquenique), com passagem em túneis que encaminham as águas da montanha. Passagem por riachos e cascatas de cortar a respiração, de tão bonitos que são. Se fizerem esta atividade, levem calçado muito confortável, porque ainda são bastantes horas a caminhar. Mas também mochila com repelente e chinelos, se não quiser colocar os pés no chão, na parte dos túneis.5º Dia – Inhame
– Saída de Mucumbli
– Passagem pelas Praias do Centro – Praia 7 ondas, Praia Micondó
– Almoço na Roça São João dos Angolares
– Antes de chegar ao alojamento, fazer as fotografias na estrada, com o Pico Cão Grande como pano de fundo.
– AlojamentoViagem de caminho para o sul da Ilha de São Tomé, onde vamos conhecendo praias bonitas, como a das Ondas e a Micondó. Paramos para almoçar na Roça São João dos Angolares. O local é muito bonito e tornou-se conhecido porque o proprietário (João Carlos Silva) é um conhecido cozinheiro que tinha um programa – e livro – intitulado “Na Roça com os tachos”.
Mesmo a fazer a viagem de carro, o contacto com a natureza é direto. Tão direto que quando íamos para o aeroporto caiu uma árvore gigante no chão e tivemos de esperar mais de uma hora para que a conseguissem remover do caminho. Entretanto já se tinham formado filas de camionetas de transporte público e turístico. Ainda bem que saímos cedo para ir para o aeroporto, para não perdermos o voo.
Era normal nessas viagens, entre os pontos a visitar, passarmos por pequenas aldeias. Muitas crianças – que brincam no meio da rua – vinham ter connosco, sempre a pedirem coisas. A beira da estrada é onde tudo acontece: se faz caminho de e para a escola ou trabalho; se pede boleia para os grandes centros; é onde simplesmente se veem passar os carros, para matar o tempo. É onde se sobem às árvores para ir buscar fruta. Diz um amigo, que conhece bem este território, que São Tomé foi “castigado” com comida. Porque há sempre muita coisa, desde vegetais a frutas. E estão prontos a serem colhidos e comidos.
6º Dia – Inhame
– Dia da Excursão Ilhéu das Rolas: um dos locais especiais, pela sua biodiversidade, pelas suas praias, artesanato e por ser atravessada (literalmente) pela Linha do Equador, onde está um marco e um mapa mundo a assinalar o local. As praias do ilhéus são muito bonitas também. Leia tudo sobre o Ilhéu das Rolas, para saber o que lá pode fazer – e leve dinheiro para comprar lá o seu artesanato.
– Alojamento7º Dia – Inhame
– Passeio a pé com guia local pelas Praias do Sul – Praia Piscina e Praia Jalé
A praia do Hotel, Inhame, também é excelente. Era capaz de ficar aqui dias só a ouvir o rebentar das ondas e a ver os caranguejos, na areia, espreitarem e a fazerem a sua dança, de avanços e recuos. O tempo esteve quase sempre meio encoberto, o que não significa que esteja mau tempo! Está calor na mesma e a água do mar também. É um local paradisíaco, de qualquer das formas.
– Alojamento8º Dia
Dia de aproveitar as últimas horas em São Tomé. Na praia ou a fazer as compras do que quer levar: artesanato, chocolates, cafés, tecidos, ou levar os diferentes snacks de banana: há banana frita, às rodelas (doce e/ ou salgado); à canudinhos de banana, cozidos, doces; e muitos mais.
– Partida para aeroporto – voo de regressoNotas soltas da viagem:
– Aqui os animais andam livremente, por isso encontram-se por vezes baratas (só vi uma vez e tinha rede mosquiteiro no quarto); e também porcos e cabras junto das casas e na beira de estrada.
– Come-se muito bem e os produtos são naturais.
– Há poucos turistas e há sempre trocas de sorrisos com os locais. Sorria sempre e meta conversa!– Vão ver na beira de estrada a venderem um líquido branco, engarrafado. É vinho de palma. Parece leite, ao longe. E tem de ser bebido em pouco tempo, senão fica avinagrado.
– As estradas estão um pouco maltratadas. Algumas com muitos – mesmo muitos – buracos!
– Fomos parados por alguém que, de forma privada, estava a consertar a estrada e pedia 10 dobras para a ajuda do cimento que estavam a colocar.
– Nos riachos, há sempre gente ou a tomar banho ou a lavar a roupa.– É normal não se ver ninguém em certos pontos turísticos. Mas, mal pare o carro, vai aparecer alguém. Alguns são apenas crianças e querem dinheiro para subirem às palmeiras e tirarem côcos.
– Aconselho a irem comprando o artesanato nas aldeias onde passarem. No Ilhéu das Rolas também há e é muito bonito. Na Cidade de São Tomé tem supermercados onde pode comprar os chocolates ou os snacks de bananas também, assim como o café.Boas viagens!
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