O grandioso templo de Kek Lok Si, Penang, Malásia

O adjetivo está no título por uma boa razão, garanto-vos. O templo de Kek Lok Si, que fica na ilha de Penang, na Malásia, tem uma dimensão tão ampla que só pode ser mesmo caraterizado como grandioso.

Do nosso hotel, saímos de Uber (fica muito barato andar de Uber na Malásia) para ir para o templo que fica a uns bons 20 a 30 minutos de George Town. Também tem transportes públicos que o deixam mesmo à porta (mas demoram algumas horas a chegar lá…) mas, se tiver pelo menos duas pessoas no Uber já compensa e é mais confortável e pode levar-vos à porta, lá no cimo, em vez de terem de subir pelas lojas.

O Tempo de Kek Lok Si (que significa Templo da Felicidade Suprema) está a ser construído desde 1891 e, ainda hoje, continuam a construir algumas partes do complexo que se assume como o maior centro budista do sudeste asiático.

Começando a visita por baixo vai ter dezenas de lojas e comércio (que vendem todas basicamente o mesmo: produtos chineses normais) e depois começam a aparecer as imagens de Buda. Dizem que são milhões as imagens de Buda… mas, como imaginam, não tive tempo para contar.

Vá subindo até onde puder e descobrindo todos os espaços… todas as imagens serão diferentes e a vista daqui, para o resto da ilha de Penang, é espetacular, mesmo com o céu cinzento como nós apanhámos. E vai chegar a uma parte que tem um funicular para chegar ao topo da montanha onde estão as maiores estátuas de Buda (esse elevador é pago, e tem um bilhete de subida e um outro de descida, sem direito a descontos, mesmo no caso de compra de ida e volta).

E mesmo utilizando esse funicular para chegar ao topo vai ter muitos degraus para subir, para visitar o que quer que seja. Prepare-se com calçado confortável. Comecei a visita por uma sala com muito amarelo, onde estavam pessoas a distribuírem tigelinhas de arroz e peças de fruta (maçãs e laranjas), por umas mesas, decoradas com pequenas jarras com flores. Perguntei o que se passava e disseram-me que eram uma homenagem e uma oferenda aos seus antepassados. De repente senti-me a mais e senti-me mal por estar a tirar fotografias… retirei-me silenciosamente.

Comecei então a subida para os pagodes e começam a surgir as primeiras grandes estátuas de Buda. Em cada local, está uma história contada e existem espaços dedicados a divindades específicas. E há, por quase todo lado, umas fitas de variadas cores e que estavam para venda. Fiquei intrigada e fui ver.

A cada uma das fitas (consoante a cor) é atribuído um desejo: saúde, sucesso no emprego, sucesso na escola, mais amor, que os desejos se tornem verdade, etc. E há, inclusive, fitas para os mais pequenos (com desenhos animados) para obedecerem aos pais e para terem sucesso na escola, por exemplo. Deixei o donativo respetivo (é indicado por eles o valor) e trouxe umas poucas comigo. Deixei lá uma com um desejo especial… fica em segredo o que escrevi.

Em todo o complexo vai encontrar diferentes arquiteturas e estas podem estar aplicadas nos pagodes, com exemplos da arquitetura chinesa, da tailandesa e da birmanesa. Em alguns locais parece que estão em obras e existem uns patamares mais bem cuidados que outros, com flores e jardins muito bem tratados.

Junto à estátua do grande Buda Kuan Yin, com 30 metros de altura, no topo do complexo, há mais fitas coloridas à venda e, ali ao lado, está um lago e um outro pagode rodeado pelas estátuas dos símbolos do Zodíaco Chinês. Passámos ao lado de uma senhora que estava a pintar inscrições no que pareciam ser telhas… tentei falar com ela, em inglês, mas não me entendeu. Limitou-se a sorrir e a continuar a pintar.

Para ir ao pagode mais alto é preciso pagar novamente. Tem uma entrada só para ele e com um torniquete. Não há como não pagar. A curiosidade era grande, por isso, tornei a pagar para subir mais um pouco no Templo Kek Lok Si.

Numa das salas, com altares repletos de imagens de Budas, estava a explicação da simbologia da cruz suástica, esteja ela virada para a direita ou esquerda (diz que em diferentes países poderiam usar para um lado ou outro). Sublinham que o símbolo é como uma palavra da Índia Antiga e que representava algo auspicioso (com bons auspícios, bom agouro), perfeito e virtuoso. Junto a esta explicação, detenho-me a olhar para o trabalho nas pedras da entrada. Em cada rectângulo da parede exterior está contada uma história, como num livro. E é incrível o pormenor das figuras.

E continuámos a subir? Porquê subir e porquê fazer pagodes tão altos: porque significam uma elevação espiritual. E somos acompanhados sempre com milhares de imagens de budas.

O pagode mais alto tem um jardim lindo em seu redor e colocaram sons de pássaros e de água corrente, para tornar o lugar ainda mais relaxante e espiritual. Tem o pagode e, por cima, uma torre com escadas circulares, que vai relevando diferentes espaços.

A subida pode ser feita por etapas, sem pressas, pois há sempre a desculpa de ir vendo a vista, à medida que vai subindo e parando em cada andar. As paredes estão decoradas com azulejos onde estão representados Budas (eles bem dizem que são milhões de imagens de Budas) e a vista vale bem a pena, mesmo com o céu a ameaçar chuva (e choveu mesmo) no dia em que visitei.

Como vê há muito para visitar no Templo Kek Lok Si e, por isso, reserve por isso, no mínimo, umas boas três ou quatro horas para o fazer.

O Viaje Comigo viajou para a Malásia com a agência de viagens The Wanderlust.

INFORMAÇÕES
Kek Lok Si Temple
Morada: 11500 Ayer Itam, Penang, Malásia
email@kekloksitemple.com
Site oficial do Kek Lok Si

Desafio 2017 – #274 Uma fotografia por dia…
Em 2017 tenho este desafio… colocar uma fotografia por dia, aqui no Viaje Comigo, relatando a história que está por detrás da mesma. Veja aqui outras imagens e outras histórias da rubrica “Uma fotografia por dia…”. Boas viagens!