Vi elefantes e leopardo no Yala National Park, Sri Lanka

Em Kataragama, fui fazer um safari no Yala National Park, que é o parque mais visitado no Sri Lanka e o segundo maior do país (Wilpattu é o maior). Como fiquei alojada no Gem River Edge – Eco Home and Safari, o meu safari foi todo tratado por eles. Saí de madrugada, por volta das 4h30 da manhã, com apenas um chá para aquecer o corpo. O pequeno-almoço seria servido, junto da praia, bem mais tarde (por volta das 8h30), o que significa que se tiver fome, o melhor é ir preparado com um snack para trincar antes da paragem. Mas, vale muito a pena acordar cedo e ver o nascer do sol…

Porque saímos de madrugada? Porque a maior parte dos animais começa a sua procura pelo sol e será mais fácil vê-los nessas circunstâncias. E, realmente, foi assim que conseguimos ver um leopardo! Estava deitado ao sol, na beira da estrada, como um “simples” gatinho, refastelado na terra, a aproveitar o calor dos raios de sol. Quando ouviu o jipe a aproximar-se, mesmo que tenhamos parado longe, foi-se esconder mas deixou-nos vê-lo por entre os arbustos. Que animal tão lindo!

Mas conseguimos ver mais animais, incluindo uma família de elefantes, veja o meu vídeo do safari no Yala National Park:

O Yala National Park é constituído por cinco blocos e é mesmo muito grande, com cerca de 979 metros quadrados de área, ficando a cerca de 300 Km de Colombo. Porque saí de jipe, do alojamento Gem River Edge, em poucos minutos já estava junto de uma das entradas (Katagamuwa Gate, o mais perto da cidade de Kataragama) menos concorridas do Yala, o que é ótimo porque não perdemos tempo em filas e não há dezenas de jipes (quando nos juntámos todos na praia, éramos uns 10 no máximo) a fazerem filas. Contaram-me que nas outras entradas, mais conhecidas, há filas para tudo e é muita confusão. Aqui, não senti confusão nenhuma. Foi um dia muito relaxado!

Existem duas opções para os safaris: meio dia (que começa de madrugada e dura 6 horas) e o de dia inteiro (também começa de madrugada, mas dura 12 horas e explora mais do que um bloco do parque). Para quem gosta muito de observação de pássaros e fotografias de animais, o de 12 horas provavelmente é o mais indicado pois terão muito mais tempo. Digo-vos isto, porque eu fiz o de 6 horas e o tempo passou a correr.

O Parque Nacional Yala é tido como um santuário de animais selvagens desde 1900 e foi um dos primeiros parques nacionais do Sri Lanka. É conhecido pela preservação dos elefantes, leopardos e aves aquáticas – tem mais de 210 espécies de aves.

Ao longo do caminho, já dentro do parque, vamos parando, e desligando o jipe, para ver se os animais se aproximam de nós. Esperamos longos minutos, envolvidos por aquela atmosfera de selva e com vários barulhos de pássaros, em nosso redor. Não fosse o querer ver os animais, dá vontade de fechar os olhos e ficar a relaxar a ouvir aqueles sons.

Os guias são muito experientes e, mesmo indo a conduzir, estão atentos a vários pormenores, que nos escapam. O nosso guia viu pegadas de leopardo no chão e decidiu parar. Mas não foi aí que vimos o animal. Mais à frente, sim, um deles mostrou-se um pouco. Estava a apanhar sol na beira da estrada e quando nos sentiu fugiu, mas consegui ainda apanhar-lo no meio da vegetação, a lamber-se (lavar-se) como os meus gatos fazem. É mesmo um animal muito bonito. Passados uns 5 minutos, foi embora. Note-se que Yala tem a maior concentração de leopardos no mundo inteiro.

Ao longo dos caminhos que fizemos, tivemos muita sorte em ver vários animais. Apanhamos uma família inteira de elefantes a passear pelo parque e a ir beber água ao lago, ao lado dos Búfalos de Água (búfalo asiático). Também vimos macacos, pavões, crocodilos e vários répteis.

Em 2004, o tsunami que atingiu o Sri Lanka afetou gravemente o parque Yala e matou várias pessoas que lá se encontravam. Na paragem que fazemos, junto da praia, para tomarmos o pequeno-almoço e irmos à casa de banho, ficámos junto a uma instalação “artística” que pretende homenagear as vítimas do tsunami.

Na pedra junto da instalação ondulante, que representa o tsunami, diz: “Em memória das 47 vidas levadas pelo tsunami. Às 9h0 do dia 26 de dezembro de 2004, o tsunami chegou ao Yala National Park levando consigo as vidas de 15 visitantes japoneses e alemães; 29 visitantes locais; e mais dois estrangeiros; um outro foi declarado como desaparecido”. Disse-nos o nosso guia que também muitos animais sofrearam com o tsunami, ainda que a maior parte, momentos antes, tenha sentido o que aí vinha e tenha fugido para outros locais.